Artigo, Adão Paiani - Crônica de um jornal na sarjeta

*Adão Paiani, advogado em Brasília, ex-ouvidor da Segurança Pública no RS

A Brigada Militar é uma instituição que completa 181 anos de uma história que se confunde com o Rio Grande e o povo gaúcho. Não é apenas uma força policial. Ao chamar-se de "Brigada" e não de "Polícia" Militar, como suas congêneres por todo o país, já bem demonstra de onde veio, e qual o seu compromisso com este povo e esta terra; a quem, aliás, sempre serviu e defendeu com bravura ao longo de sua quase bicentenária história.

O jornal Zero Hora, fundado em maio de 1964 pelo jornalista Ary de Carvalho, em 1970 passou para o controle do Grupo RBS, sob a condução de Maurício Sirotsky Sobrinho, homem de dignidade, honradez e espírito público inquestionáveisque.

Já foi o jornal da família gaúcha, e esse era o projeto de Maurício. Hoje, a cada dia se torna mais um pasquim desqualificado, ideologicamente comprometido e, salvo raras e honrosas exceções, refúgio de uma geração de "jornalistas" medíocres, subalternos e alienados.

O jornal que já publicou os melhores chargistas do Brasil, hoje contenta-se em oferecer suas páginas a um desqualificado que, até hoje, poucos tinham se dado ao trabalho de conhecer, tamanha é a mediocridade de seus traços, personagens e idéias.

Mas as idéias, mesmo de um medíocre da categoria deste tal de Alexandre Beck, trazem suas consequências. O desenho - que não merece ser chamado de charge, pois é inferior a esta arte - ofende a Brigada Militar e os valorosos homens e mulheres que a integram.

Os gaúchos de bem - e principalmente as crianças - não precisam temer os brigadianos, seja em razão da cor de sua pele, classe ou condição social. E mesmo os fora-da-lei, a quem o pseudo-chargista defende, sabem que serão tratados pelos honrados homens e mulheres da corporação dentro dos estritos limites da lei.

Quem tem medo de polícia é bandido.Quem se porta dentro da lei, não tem o que temer. Mas esse, certamente, não é o caso do meliante, autor do desenho, e de seus patrões, donos do grupo de comunicação onde trabalha.

Esses, a propósito, devem temer qualquer polícia; afinal, ainda estão bem vivas a história de um dos membros da família, envolvido em um rumoroso e brutal caso de estupro em Santa Catarina (onde, aliás, vive o desenhista);  e é notório que seus principais integrantes devem, em breve, acertar suas contas com a justiça, face aos desdobramentos da Operação Zelotes, que revelou as fraudes milionárias praticadas pela empresa e seus dirigentes.

Enquanto isso não acontece, o Grupo RBS e o jornal Zero Hora poderiam salvar um pouco da dignidade que lhes resta e, além de dispensar o "desenhista", formalizar um pedido de desculpas, não apenas à Brigada Militar e seus integrantes, mas a todo o povo gaúcho.

Será pedir muito a um veículo que um dia já pode ser chamado de jornal, mas que hoje somente serve a finalidades menos nobres?

O silêncio demonstrará que Zero Hora, e o Grupo que a pública, estão definitivamente, na sargeta. Ainda bem que Maurício Sirotsky não viveu para presenciar isso.

*Advogado em Brasília/DF

4 comentários:

  1. VELHO NOBRE, FILHO ESNOBE, NETOS PODRES, DEMAIS POBRES!

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  2. Meus cumprimentos e meus respeitos ao Dr.Adão Paiani pelo brilhante artigo em desagravo à indigna e ofensiva publicação de Zero Hora contra a honradez e os valores da Brigada Militar.

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  3. PARABÉNS, DR. ADÃO PAIANI!
    SIRVA SEU BRILHANTE ARTIGO COMO DESAGRAVO A TODA A FAMILIA BRIGADA MILITAR!
    NOSSA SORTE É SABER QUE OS HONRADOS BRIGADIANOS SABEM MUITO BEM QUE A POPULAÇÃO RESPEITA E VENERA A BRIGADA MILITAR.
    QUE A NOSSA POPULAÇÃO JAMAIS ESQUECERÁ QUE O VALENTE CABO VALDECI DE ABREU LOPES, ASSASSINADO COVARDEMENTE PELOS BANDIDOS DO MST EM PLENA PORTO ALEGRE, DEU SUA VIDA EM DEFESA DA ORDEM, DA LEI E DA SEGURANÇA DOS GAÚCHOS. ELE SERÁ LEMBRADO COMO O SÍMBOLO DA BRAVURA DOS MILITARES QUE HONRAM A FARDA DA GLORIOSA BRIGADA MILITAR DO RIO GRANDE DO SUL, EXEMPLO PARA TODO O PAÍS.
    A MEMÓRIA DESSE MILITAR FICARÁ E A ZERO HORA PASSARÁ PARA A HISTÓRIA COMO UM PASQUIM NOJENTO E FEDORENTO, PUBLICADORA DE INFÂMIAS QUE DESTRUÍRAM FAMÍLIAS INTEIRAS, COMO O CASO KLIEMANN, SÓ PARA LEMBRAR UM.

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  4. Esse artigo do Dr Paiani, que em seu bojo recorda datas de origens da Brigada Militar e do jornal Zero Hora bem como suas destinações, me deixa um sentimento de agradecimento, pois sabemos que a Corporação é formada de Homens de Bem, muitos de origem muito simples e de cor negra, que não gostaram nem um pouco da "charge" racista publicada na edição de domingo, autoria desse tal de Alexandre Beck que, com certeza, não conhece a Corporação e seus componentes, e que foi levado a publicar a charge devido ao seu viés ideológico. Lastimável. Parabéns ao Dr Paini.

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