Monitor do PIB FGV: resultado positivo da economia em novembro foi influenciado pelo consumo


O Monitor do PIB aponta, na análise da série dessazonalizada, crescimento de 0,3%, na atividade econômica em novembro, em comparação a outubro e de 0,8% no trimestre móvel findo em novembro, em comparação ao findo em agosto. Na comparação interanual a economia também apresentou crescimento nestas comparações: 1,6% em novembro e 1,9% no trimestre móvel findo em novembro.

Estes resultados já incorporam a revisão das informações de exportação da SECEX para os meses de setembro e outubro. Assim sendo conforme anunciado na última divulgação do Monitor do PIB-FGV, o resultado do terceiro trimestre foi reestimado, alterando o resultado oficial divulgado pelo IBGE, para alguns componentes da demanda. Na última seção deste relatório é apresentada a comparação entre os resultados do IBGE antes da revisão da base de dados da SECEX e a estimativa do Monitor para a revisão que será realizada pelo IBGE, em 04 de março de 2020.
Mais informações sobre os resultados abaixo. Dados completos no Portal IBRE, no link http://bit.ly/38sS0PO .

“O resultado positivo da economia em novembro, em comparação a outubro, foi influenciado pelo consumo, tanto do mercado interno quanto do externo, com crescimento do consumo das famílias e das exportações. Destaca-se que o crescimento do consumo das famílias está sendo impulsionado pelo aumento do consumo de serviços. Com relação a FBCF, a despeito do resultado positivo interanual, o resultado ajustado sazonalmente mostra, em novembro, a terceira queda consecutiva da taxa mensal do indicador. Este resultado é explicado, principalmente, pela retração de máquinas e equipamentos. Tais resultados continuam sinalizando que a recuperação da economia está mais ancorada na expansão do consumo do que dos investimentos.” afirma Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV.

A economia cresceu 0,3% em novembro, na comparação com outubro, e 1,6%, na comparação com novembro de 2018. Tanto na comparação ajustada sazonalmente, quanto na interanual, houve crescimento das três grandes atividades econômicas (agropecuária, indústria e serviços). Pela ótica da demanda, apenas o consumo das famílias cresceu nas duas comparações.

ANÁLISE DESAGREGADA DOS COMPONENTES DA DEMANDA

A análise gráfica desagregada dos componentes da demanda foi feita usando a série trimestral interanual por apresentar menor volatilidade do que as taxas mensais e aquelas ajustadas sazonalmente permitindo melhor compreensão da trajetória de seus componentes.

Consumo das famílias

O consumo das famílias cresceu 1,6% no trimestre móvel findo em novembro, em comparação ao mesmo trimestre de 2018. Destaca-se, neste resultado, que, desde meados de 2018 o consumo das famílias tem sido fortemente influenciado pelo consumo de serviços, tendo em vista uma redução expressiva do consumo de bens.

Formação bruta de capital fixo (FBCF)

A FBCF cresceu 4,5% no trimestre móvel findo em novembro, em comparação ao mesmo trimestre de 2018 com crescimento em todos os componentes da FBCF. O destaque desta divulgação é o aumento da contribuição positiva da construção (1,4 p.p.) para o total da FBCF.

Exportação

A exportação apresentou queda de 2,0% no trimestre móvel findo em novembro, em comparação com o mesmo trimestre de 2018. Apenas a exportação de produtos agropecuários e de consumo de não duráveis e de semiduráveis cresceram, nesta comparação. Chama atenção a retração da exportação de produtos da extrativa mineral e de bens de capital, que recuaram 13,5% e 7,0%, respectivamente.

Importação

A importação cresceu 4,8% no trimestre móvel findo em novembro, comparativamente ao mesmo trimestre de 2018. Desde o terceiro trimestre, o crescimento desse componente tem sido sustentado pelo desempenho da importação de bens intermediários que contribuíram com 4,6 p.p. para esse crescimento da importação.

MONITOR DO PIB EM VALORES

Em termos monetários, o PIB em valores correntes alcançou a cifra de aproximadamente 6 trilhões, 606 bilhões, 177 milhões de Reais no acumulado até novembro de 2019.

A taxa de investimento (FBCF/PIB) foi de 18,2%, em novembro, na série a valores de 1995. Ela tem tido uma recuperação razoável desde meados de 2017, porém ainda segue abaixo da média da série histórica (19,3%), iniciada em janeiro de 2000.

REVISÃO DA SÉRIE DE EXPORTAÇÃO DA SECEX

Devido a revisão das informações de exportação de bens divulgadas pela SECEX, para o mês de setembro, foram reestimados os resultados do Monitor do PIB-FGV, para este mês, alterando os dados das séries da demanda de: consumo das famílias, formação bruta de capital fixo e exportações.

Com esta alteração, o Monitor do PIB-FGV busca antecipar a revisão que será realizada pelo IBGE, para o terceiro trimestre. No quadro abaixo são apresentadas as comparações entre os dados do terceiro trimestre divulgados pelo IBGE e as estimativas do Monitor do PIB-FGV para as taxas de variação mensal, trimestral, acumulada em 12 meses, e ajustadas sazonalmente.

APÊNDICE -- NOTA EXPLICATIVA

O Monitor do PIB-FGV estima mensalmente o PIB brasileiro em volume e em valor. O objetivo de sua criação foi prover a sociedade de um indicador mensal do PIB, tendo como base a mesma metodologia das Contas Nacionais do IBGE. Sua série inicia-se em 2000 e incorpora todas as informações disponíveis das Contas Nacionais (Tabelas de Recursos e Usos, até 2017, último ano de divulgação) bem como as informações das Contas Nacionais Trimestrais, até o último trimestre divulgado (terceiro trimestre de 2019).

O indicador é ajustado as Contas Nacionais Trimestrais sempre que há mudanças metodológicas e a cada trimestre divulgado. Ou seja, nos trimestres calendários, as médias trimestrais dos índices de volume do Monitor do PIB-FGV serão iguais aos indicadores trimestrais, sem ajuste sazonal, das Contas Nacionais Trimestrais. Nos trimestres calendário, são utilizados os mesmos modelos do IBGE para calcular todas as séries desagregadas com ajuste sazonal, tanto pela ótica da oferta, como da demanda. Para o ajuste sazonal mensal é utilizado o modelo mensal do IBC-Br, do Banco Central; para os trimestres móveis utiliza-se uma média desses ajustes mensais.

Assim, as estimativas do Monitor do PIB-FGV antecedem os resultados das Contas Nacionais Trimestrais nos meses em que este é divulgado. E, nos meses em que não há divulgação, o Monitor representa uma excelente antecipação para as tendências do PIB e seus componentes.

O Monitor do PIB-FGV compõe-se de um relatório descrevendo os principais resultados com ilustrações gráficas e de uma tabela Excel com informações de volume, em valores correntes, e a preços de 1995 das 12 atividades econômicas que agrupadas formam os 3 setores de atividade (agropecuária, indústria e serviços). Apresenta, ainda, o Valor Adicionado a preços básicos, os impostos sobre os produtos e o PIB e também os componentes do PIB pela ótica da demanda. Outro ponto a ser destacado é que o Monitor torna disponíveis desagregações que não são divulgadas pelo IBGE, mas que são relevantes para um melhor entendimento da absorção doméstica e da demanda externa. As desagregações disponibilizadas pelo Monitor são:

Consumo das Famílias: bens de consumo duráveis, semiduráveis, não duráveis e serviços. Adicionalmente eles são classificados em nacionais e importados;

Formação Bruta de Capital Fixo: em máquinas e equipamentos, construção e outros. Para máquinas e equipamentos e outros, há a desagregação entre nacionais e importados;

Exportações e Importações: em produtos agropecuários, produtos da extrativa mineral, produtos industrializados de consumo (duráveis, semiduráveis e não duráveis), produtos industrializados de uso intermediário, bens de capitais e serviços.

São divulgadas as séries de base móvel, séries encadeadas, séries encadeadas dessazonalizadas, as taxas mensais, trimestrais e anuais comparadas a igual período do ano anterior e as taxas mensais e trimestrais comparadas a período imediatamente anterior, e os valores nominais correntes e a preços de 1995.

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