Clube de Opinião do RS explica quais são as fake news que procupam os jornalistas

Leia o inteiro teor do manifesto publicado esta tarde pelo Clube de Opinião do RS, assinado por 20o jornalistas, inclusive pelo editor:

O CLUBE DE OPINIÃO DO RS, entidade que há 17 anos reúne jornalistas e profissionais da área de comunicação, e aqui representado pelos jornalistas abaixo relacionados, vem manifestar sua posição a respeito das alegadas fake news e a preocupação de que o combate a elas sirva de desculpa e cortina de fumaça para restrições ao direito inalienável de todo e qualquer cidadão brasileiro exercitar a sua liberdade de expressão, opinião e crítica.
Somos contrários à disseminação de notícias falsas, muito especialmente as produzidas por veículos da grande imprensa, que deveriam ser os principais guardiões do exercício do bom jornalismo, calcado na verdade dos fatos e na busca da melhor e mais completa informação.
Temos visto, infelizmente, que, em face de interesses políticos, ideológicos e econômicos, muitos veículos têm se manifestado acima da verdade, falseado informações e criado um ambiente que em nada contribui com o país.
Neste sentido, o que menos nos preocupa são as ditas “tias do Whatsapp”.
Ficamos chocados que para, alegadamente, combater as fake news, o Supremo Tribunal Federal tenha criado um monstro jurídico, uma anomalia que fere o Estado Democrático de Direito.  O STF empreende por sua própria conta um inquérito em que ele mesmo se diz vítima, ele mesmo determina quem deverá ser investigado,  e ele mesmo deverá julgar e sentenciar quem assim lhe aprouver. O que poderia ser mais inconstitucional, ilegal e imoral em qualquer democracia?
Dando prosseguimento a uma CPI inconsistente, instalada pela Câmara Federal, com alvos bem definidos a fim de fragilizar o Governo Federal, o Senado da República coloca em pauta um projeto do senador Alessandro Vieira, que mira nos cidadãos que têm nas redes sociais sua plataforma de informação e mobilização política.
O que se quer não é combater as notícias falsas, mas retirar do cidadão a ferramenta com a qual conseguiu hackear o sistema político viciado que tivemos por décadas em nosso País. As redes sociais libertaram o povo, que agora pode manifestar a sua contrariedade em relação a políticos, governos e instituições, entre elas o próprio STF e o Congresso.
Como profissionais da liberdade, homens e mulheres que vivem de emitir opinião, somos contrários a esse esforço combinado, que temos visto de parte de instituições que deveriam ser as primeiras a se levantar em favor da salvaguarda das liberdades. Todas elas, mas em especial a liberdade de manifestação e opinião.
É fundamental que o bom senso passe a pautar a atuação de nossos representantes no Congresso e dos senhores ministros do STF para que o Brasil possa avançar como Nação, tendo as liberdades constitucionais de seus cidadãos como base de tudo quanto se possa construir neste País. Lembrando que nossa Constituição Federal, que deveria ser defendida pelo STF, garante a Liberdade de Expressão e proíbe a Censura.

Alexandre Appel
Antonio Augusto Mayer dos Santos
Fernanda Barth
Fernando Albrecht
Fernando di Primio
Flávio Pereira
Gilberto Simões Pires
Gustavo Victorino
Joabel Pereira
João Carlos Machado Filho
José Luiz da Silva
Julio Ribeiro – Presidente
Jurandir Soares
Karim Miskulim
Marco Poli
Milton Cardoso
Percival Puggina
Polibio Braga
Rogério Amaral
Sergio Jost

4 comentários:

  1. Parabéns. Um contraponto de jornalistas que honram a sua atividade aos corporativistas das entidades vergonhosamente aparelhadas e que não mais representam o pensamento dos profissionais isedntos do Brasil.

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  2. Vejo que a turma de jornalistas da RBS assinou em peso o manifesto!!!😀😀😀

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  3. O golpe da Lei da Mordaça, está sendo articulada criminosamente, por quem deveria proteger e assegurar o cumprimento da Constituição Brasileira!!!

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