A fala do General Tomás

  A mídia tradicional e os políticos de modo geral, mas também o ministro Alexandre de Moraes e o MPF, que tratam do inquérito do 8.1,  parecem ter dado pouca importância para as revelações feitas através de áudio gravado por um dos militares do Comando Militar do Sudeste, que ouviu esta fala do general Tomás Paiva, em18 de janeiro, 3 dias  antes de ser indicado novo chefe do Comando do Exército (o áudio vazou para o podcast Roteirices):

- As Forças Armadas participaram da comissão de fiscalização das eleições. Um relatório da Defesa diz que não foi encontrado nada naquilo que foi visto. O processo, possivelmente, pode ter falhas, que têm de ser apuradas, falhas graves, mas não dá para falar com certeza que houve irregularidades. Infelizmente, foi o resultado que para a maioria de nós foi indesejado, mas aconteceu.

O general não analisou a negativa do TSE de entregar o código-fonte pedido pelo Ministério da Defesa, ignorou a exigência bolsonarista por voto impresso auditável nem tratou do caso do142.

Ainda assim, fezafirmações gravíssimas,como se viu.

Na sequência, o militar teceu comentários sobre a Justiça Eleitoral. “Não posso garantir que a sensação de parcialidade não existiu por parte da Justiça”, disse. “Mas o que eu posso falar é o seguinte: não tem ferramenta dentro da escala legal para prever contestação da eleição dentro do Tribunal Superior Eleitoral. Essa sensação ficou, porque a eleição foi apertada.”

Adiante, o general afirmou que as Forças Armadas pertencem à direita conservadora, mas, segundo ele, não podem se deixar levar “pela política”, para evitar “desgastes”.

Também o assunto intervenção militar foi abordado pelo general. “Intervenção militar com Bolsonaro presidente era impossível de fazer”, afirmou. “Imagina se a gente tivesse embarcado em uma aventura. Vocês viriam a repercussão mundial. A gente não sobreviveria como país. A moeda explodiria, a gente ia levar um bloqueio econômico jamais visto. Você ia ficar pária, e o povo ia sofrer as consequências. Ia ter sangue na rua. Coragem é o reverso. Coragem é se manter instituição de Estado, mesmo que custe alguma coisa de credibilidade e popularidade.”

Sobre o 8 de janeiro, Paiva defendeu combater “extremos dos dois lados” e chamou os manifestantes que invadiram as sedes dos Três Poderes de “malucos” e “vândalos”. “É um cara que entrou numa espiral de fanatismo que não se sustenta”, observou. “O que produziu? Ia derrubar o governo assim? O Supremo muda? Todo mundo se comunica e julga por sistema on-line. Se jogar uma bomba no palácio, ele vai despachar de outro. Que coisa infantil, besta, burra, irascível.”

2 comentários:

  1. Alega q acompanharam e não apuraram fraude.Que poderiam requisitar codigo fonte e não fizeram pq seria trabalhoso e demandaria uma montanha de tempo.Esse povo despreza a nossa capacidade de entender texto."Não fizemos o q deveriamos,na forma correta,pq demoraria".Putaqueopariu!Só sai de lá o q eles querem e isto ai é o q já sabiamos.Não quiseram fazer!

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  2. O racha nas FFAA é visível...não sou favorável a golpes etc etc e, também acho que FFAA são parte integrante de NACÃO, não ESTADO....NAÇÃO = POVO, TERRITÓRIO E FFAA... Condena-se a vergonhosa entrega de patriotas, homens/ mulheres idosos e até crianças Para o CAMPO DE CONCENTRAÇÃO!.....aliás, FFAA são suportes de defesa do POVO e do Território....STF é povo???....concordo que elas não tomem partido nem de um lado e nem do outro (político)....infelizmente, o POVO viu apenas TRAIÇÃO!!!

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