Desde o início de dezembro até esta segunda-feira, SC já
recebeu 4 milhões de turistas. A perspectiva é que até o dia 10 de janeiro, o
número seja de 4,5 milhões, superando os 3 milhões registrados no mesmo período
do ano passado. O levantamento é da Secretaria de Estado de Turismo e leva em
conta visitantes que se deslocam em SC, brasileiros de outros Estados e
estrangeiros. Um dos motivos para o aumento deste ano foi a alta do dólar, que
impulsionou a vinda de estrangeiros ao Estado, principalmente de países
vizinhos. A secretaria estima que até agora 23% dos visitantes são oriundos de
países do Mercosul.
Até fevereiro, espera-se que 1,5 milhão de argentinos
passem por SC. O real desvalorizado já duplicou a entrada de argentinos em
Santa Catarina no começo de 2016. A maior parte dos visitantes (65%) que
já passou pelo Estado visitou as cidades/praias das regiões de Balneário
Camboriú e Grande Florianópolis. Os demais (35%) procuraram o Litoral Norte
(Caminho dos Príncipes) Litoral Sul (Encantos do Sul e Caminho dos Canyons),
Serra, além de Vale do Contestado e Grande Oeste, cuja atrações são os
balneários de águas termais.
O secretário de Turismo, Filipe Mello, acredita que até o
fim do Carnaval, no primeiro fim de semana de fevereiro, o fluxo em SC deva
superar a expectativa inicial, traçada por entidades e governo estadual,
estabelecida em 8 milhões de turistas.
— Provavelmente vamos superar essa estimativa. Esse ano a
temporada tem sido de saldos muito positivos, além de todas as nossas
expectativas. Quanto aos desafios, acho que hoje SC tem infraestrutura para
suportá-los. É importante lembrar que todos os destinos turísticos enfrentam
problemas semelhantes nessa época do ano. Aqui não é diferente — disse o secretário.
A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Santa
Catarina (ABIH-SC) informa que a taxa de ocupação dos meios de hospedagem
associados à entidade chegou a 74% no Natal e a 97% no Réveillon. Além de
argentinos e uruguaios, as principais origens dos hóspedes foram São Paulo e os
vizinhos Paraná e Rio Grande do Sul. Para o Carnaval, o número de reservas em
Florianópolis já está perto do 80%. Ano passado o índice foi de 54% no feriado.
— E a temporada está apenas começando. A expectativa
é que a Ilha permaneça cheia de turistas durante todo o mês de janeiro, com
perspectiva de até 85% na rede hoteleira. Teremos uma temporada curta, com o
Carnaval no início de fevereiro, porém, intensa — diz o diretor-presidente
da entidade, Samuel Koch.
Infraestrutura em análise
Como um dos Estados mais procurados pelos turistas
durante o verão, problemas no trânsito, no fornecimento de água e luz e a
insegurança atormentam Santa Catarina, sobretudo no Réveillon. Na virada de
2013 para 2014, por exemplo, os moradores e visitantes sofreram com o
desabastecimento de água. O problema não se repetiu e a demanda de 1,4 mil
litros por segundo em Florianópolis foi atingida devido a investimentos
realizados ao longo do ano.
Energia elétrica
A Celesc informa que os investimentos realizados no
decorrer do ano — em novas subestações e contratação de
funcionários — garantiram o fornecimento de energia diante do aumento da
demanda na temporada e evitaram problemas na rede de alta tensão. Mas a
companhia sofreu alguns reveses em seu calcanhar de Aquiles: as condições
climáticas. Em Florianópolis, no Norte da Ilha, na véspera do Ano Novo uma
tempestade deixou 28 mil unidades às escuras. Já no momento da virada, 19 mil
unidades em todo Estado ficaram sem energia. A companhia afirmou que as quedas
foram causadas pelos fortes ventos. O presidente da Celesc, Cleverson Siewert,
em entrevista ao Grupo RBS, já havia reconhecido que as chuvas de verão são
umas das principais causas da falta de energia no Estado, uma vez que a maior
parte do sistema é composta por cabos aéreos suscetíveis a intempéries, mas
reforçou que nenhuma queda foi causada pela alta do consumo ou defeitos
internos. No entanto, o Procon da Capital notificou a Celesc para
tomar providências quanto ao descumprimento do serviço na véspera do Ano Novo.
Alimentos
Não houve registro de falta de alimentos em supermercados
de SC, apesar das chuvas que prejudicaram diversas culturas entre setembro e
novembro do ano passado em todo Estado, conforme havia previsto o presidente da
Associação Catarinense de Supermercados (Acats), Atanázio dos Santos Netto. Mas
o Procon de Florianópolis, durante a Operação Presença em 17 de dezembro,
flagrou supermercados da Capital vendendo produtos vencidos.
Mobilidade
A formação de filas nos principais gargalos do Estado
entre os dias 31 de dezembro e 4 de janeiro (como os trechos da BR-101 entre
Itajaí e Itapema, Morro dos Cavalos e a região de Tubarão, no Sul de SC, por
exemplo) já era prevista pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e isso não fugiu
à regra. A boa surpresa foi a redução de mortes nas estradas estaduais e
federais. O número chegou a quatro no total e é bem menor do que o registrado
ano passado, quando as fatalidades chegaram a 16. Ainda segundo a PRF, este ano
houve um índice atípico: menos pessoas morreram no Réveillon do que no Natal
nas BRs. Em Florianópolis, foram realizadas duas blitze para fiscalização da
Lei Seca, uma em Jurerê Internacional e outra na Lagoa da Conceição. Já a má
surpresa ficou por conta de uma queda de barreira na Serra do Rio do Rastro,
que interditou o tráfego em ambos os sentidos no sábado na SC-390. O Deinfra
diz que trabalha no local e que a estrada estará recuperada ainda esta semana.
Água
A virada de 2013-2014 foi emblemática em SC no quesito
desabastecimento de água. Mas, como o presidente da Casan, Valter Galina,
reconheceu em entrevista no começo de dezembro, a companhia aprendeu lições com
os erros do passado, efetuou investimentos estimados em R$ 60 milhões em 2015 e
evitou as dores de cabeça. O resultado foi poucos problemas pontuais como
quebras de tubulações, estouro de bombas e rompimentos de hidrômetros, mas
nenhuma interrupção prolongada no fornecimento de água. O sistema chegou a
suportar o maior consumo já registrado nos últimos 45 anos: na sexta-feira e no
sábado o consumo de água em Florianópolis foi de 1,4 mil litros por segundo em
Florianópolis, o que é 30% acima da normalidade.
Segurança
A Operação Veraneio da Secretaria de Segurança Pública do
Estado direcionou cerca de 1,3 mil guarda-vidas ao litoral catarinense. Desde
1º de outubro até esta segunda-feira, foram contabilizados 29 afogamentos tanto
em águas doces quantos salgadas em SC e oito mortes contabilizadas em praias e
rios. O número é maior do que o registrado no ano passado, quando três pessoas
faleceram por afogamento. Em entrevista ao Grupo RBS, o secretário adjunto Aldo
Pinheiro D’Ávila disse que está em estudo a ampliação de postos de salva-vidas
nas praias, hoje na faixa de 340. Em termos de segurança, o feriado não foi
considerado violento.