Artigo, Nelson Jobim, Zero Hora: José Serra e as relações exteriores

No dia 18, o senador José Serra tomou posse no Ministério das Relações Exteriores — o Itamaraty.
Fez discurso marcante e sem rodeios.
Anunciou, "com os olhos voltados para o futuro", diretrizes para sua pasta.
Arrolo algumas:
(1)foco intransigente nos valores e interesses econômicos dos Brasil;
(2)responsabilidade com o meio ambiente;
(3)soluções pacíficas e negociadas dos conflitos internacionais, com empenho na superação das crises econômicas e no comércio mundial;
(4)acordos bilaterais de livre comércio, diante da paralisia dos multilaterais;
(5)negociações comerciais para nossas exportações, com reciprocidade;
(6)renovação do Mercosul;
(7)ampliação do intercâmbio com a Europa, os Estados Unidos e o Japão;
(8)prioridade às relações com novos parceiros na Ásia, em especial a China;
(9)aumento constante da competividade e produtividade, com redução do custo Brasil, através da eliminação das distorções tributárias e ampliação/modernização da infraestrutura;
É relevante o pragmatismo da agenda.
Enfatizou que a política externa "será regida pelos valores do Estado e da Nação, não do governo e jamais de um partido".
É o abandono da instrumentalização ideológica do Itamaraty.
O que passa a importar são os interesses do Brasil e não as simpatias ideológicas paralisantes.
Ações internacional foram pífeas em resultados internos.
Voltavam-se para a produção de prestígio individual.
Hoje, do discurso para amigos e parceiros ideológicos, passamos para ações fixadas no "crescimento da produção e do emprego".
O Itamaraty, nos últimos tempos, porque lhe impuseram ser instrumento de proteção de ideologias, tornou-se inexpressivo.
Uma geração de diplomatas foi congelada.
Vemos, agora, que o Itamaraty volta ao "núcleo central do governo", porque volta a ser um instrumento efetivo da nação e de seus interesses.
Não mais o desprezo e a irrelevância.
Não haverá espaço para proselitismos e retórica vazia.
O Brasil tem pouco tempo.
Serra saberá utilizá-lo.
Sou testemunha, nestes últimos 30 anos, do dinamismo, competência e intransigente dedicação ao Brasil de José Serra.
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Análise, Ricardo Bergamini - A farsa da reforma da previdência:

Vide abaixo que a matéria diz que o governo prevê um rombo de R$ 146,6 bilhões para 2016, quando na verdade em 2015 o rombo já foi de R$ 193,2 bilhões, conforme abaixo colocado. Isso prova que estão falando apenas no RGPS e a sociedade brasileira num silêncio abissal e sepulcral. Por quê? Cumplicidade, omissão ou covardia?
A imoral e desumana Previdência Social do Brasil
Ricardo Bergamini
- Em 2015 o Regime Geral de Previdência Social (INSS) destinado aos trabalhadores de segunda classe (empresas privadas) com 99,6 milhões de participantes (contribuintes e beneficiários) gerou um déficit previdenciário da ordem de R$ 78,9 bilhões.
- Em 2015 o Regime Próprio da Previdência Social destinado aos trabalhadores de primeira classe (servidores públicos) – União, 26 estados, DF e 2067 municípios mais ricos, com apenas 9,6 milhões de participantes (contribuintes e beneficiários) gerou um déficit previdenciário da ordem de R$ 114,3 bilhões.
- Essa bomba relógio foi montada de longa data, e até hoje, sem nenhuma indignação da sociedade brasileira, agora somente nos resta assistirmos a falência total do sistema, começando pelos estados e municípios (já fazendo parte das manchetes atuais da imprensa) o do INSS que já vem falindo paulatinamente de longa data, ou seja: se aposenta com um valor em salários mínimos, e em 10 anos o segurado está recebendo a metade do valor em salários mínimos. E a União, como sempre o Brasil foi um país totalitário e centralizador (nossa democracia é meia-sola), jamais será atingida.


O presidente interino Michel Temer tem um grande desafio pela frente: elaborar e, principalmente, aprovar uma reforma da Previdência. A apresentação de uma proposta colocará em xeque a capacidade de negociação da gestão peemedebista com a sociedade e o Congresso