Rio Grande do Sul recebe R$2 bilhões em habitação e infraestrutura em 2016

Rio Grande do Sul recebe R$2 bilhões em habitação e infraestrutura em 2016
Ministro do Trabalho destaca alcance social do maior fundo da América Latina

O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) - que completou 50 anos em setembro - investiu R$81 bilhões em obras de habitação no país, entre janeiro de 2015 a junho de 2016. O montante de recursos em habitação, investidos neste ano – R$ 26,7 bilhões, já beneficiou 1,9 milhão de pessoas e gerou 1,5 milhão de empregos.

O ministro do Trabalho e presidente do Conselho Curador do FGTS, Ronaldo Nogueira, deu ênfase à relevância social do fundo e aos impactos para a sociedade. Segundo ele, são mais de quatro mil municípios do país com obra financiada pelo FGTS.  “O FGTS deve continuar cumprindo a sua missão, que é a de retornar em beneficio do próprio trabalhador”, disse Ronaldo.    

Ronaldo Nogueira ressaltou ainda que os investimentos em habitação e infraestrutura devem ser mantidos como prioridades na aplicação do FGTS. Lembrou que, os investimentos até 2019 em habitação, saneamento básico e infraestrutura urbana, ultrapassam R$ 218 bilhões, conforme orçamento aprovado pelo Conselho Curador.

“O FGTS é um patrimônio do trabalhador e assim será mantido. É a nossa missão, como agentes públicos, manter o Fundo como esse patrimônio valioso”, enfatizou o ministro.  

Rio Grande do Sul- No estado gaúcho os investimentos também são expressivos. Em 2015 foram R$3,7 bilhões aplicados em habitação e infraestrutura. Em 2016, por meio do FGTS, o estado recebe investimentos de mais de R$ 2 bilhões, nas duas áreas.  

A contadora Verônica Volz (40), moradora do bairro Medianeira, em Porto Alegre, utilizou o FGTS para dar entrada no seu primeiro imóvel. Agora, sete anos depois, voltou a utilizá-lo para amortizar o saldo devedor do contrato habitacional.  “Essa é uma ótima opção para diminuir a quantidade de prestações. Optei pela redução do prazo de pagamento, das 185 parcelas que faltavam para quitar minha casa”, conta.


Também em Porto Alegre, o Projeto Integrado Sócio Ambiental (PISA), já entregue à população da capital, recebeu um investimento de mais de R$ 428,3 milhões e beneficiou 1,4 milhão de pessoas. 

Executiva demitida sob suspeita move ação contra Vivo

Executiva demitida sob suspeita move ação contra Vivo

Ex-diretora de comunicação pede reintegração e sindicância para investigar supostos desvios


A ex-diretora de Imagem e Comunicação da Vivo, Cristina Duelos moveu ação trabalhista contra a empresa nesta quarta (14) para pedir reintegração ao cargo e a instalação de uma comissão de sindicância para apurar supostas irregularidades que teriam levado à sua demissão.

Segundo reportagem publicada pelo jornal "Valor Econômico", a Vivo demitiu Duelos em junho, após verificar irregularidades em contratos com agências de propaganda e outros fornecedores da área que ela dirigia.

Na mesma época, dois blogs acusaram Duelos de ter agido em conluio com as principais agências de publicidade da Vivo para desviar milhões de reais da empresa.

Questionada pela CVM (Comissão da Valores Mobiliários), a Vivo informou em julho que decidira manter os contratos com as agências África, DPZ&T e Young&Rubicam após uma auditoria examiná-los e concluir que não havia irregularidades.

A empresa negou-se a comentar a demissão de Duelos na época. Nesta quarta, afirmou por meio de sua assessoria que não foi comunicada da ação judicial e que, por isso, não iria se pronunciar.

Um dos blogs que escreveu sobre o assunto em julho chegou a afirmar que o marido de Duelos, o publicitário Ricardo Chester, que trabalhou na agência África e hoje está na AlmappBBDO, também estava envolvido. Duelos nega ter cometido irregularidades.

"Estão tentando causar minha morte funcional", disse a executiva à Folha. "Em nenhum momento, a empresa se posicionou claramente para explicar quais eram as irregularidades. Até agora, eu não sei o que aconteceu."

Duelos afirmou que sua saída da Vivo já estava acertada antes desse episódio. "Eu pleiteava uma promoção que, segundo meu chefe à época, não aconteceria porque a companhia estava em reestruturação", disse.


A executiva contratou um escritório de advocacia e pediu à Vivo durante dois meses um atestado de idoneidade, para voltar ao mercado de trabalho. Como não obteve sucesso, decidiu ir à Justiça.

Os procuradores esqueceram de Dilma Roussef

Nas contundentes e surpreendentes falas de ontem dos procuradores do MPF, que não se limitaram a contar os crimes mais recentes cometidos por Lula, faltou narrar o papel jogado por Dilma Roussef no sistêmico assalto aos cargos e cofres públicos praticados pela organização criminosa, no caso o PT.

Leia, a seguir, o que diz sobre isto o jornalista Ricardo Noblat, O Globo.

Artigo, Ricardo Noblat, O Globo - Falta Dilma

Perplexos e assustados, deputados, senadores e juristas se indagavam ontem à noite em Brasília em diversas rodas de conversas: o que mais poderá acontecer depois da mais contundente e arrasadora denúncia jamais oferecida pelo Ministério Público Federal contra um político? Referiam-se menos à denuncia por corrupção contra Lula, e mais, muito mais, aos termos empregados pelos procuradores da República no ato de apresentá-la. Estavam chocados. E propensos a acreditar que a Lava Jato atingiu seu cume.

Foi um espetáculo digno de ser encenado na Praça da Apoteose do Sambódromo, no Rio de Janeiro. Depois dele, por mais que a Lava Jato ainda posse durar, a tendência é de que ela se esgote. E que os procuradores de dispersem aos gritos de “já ganhou, já ganhou”.

Talvez não seja assim. Falta alguém em Curitiba. E esse alguém pode ser a ex-presidente Dilma Rousseff. Ela já foi citada por delatores. E por mais que se diga honesta, honestíssima, e por mais que ninguém tenha ousado até aqui duvidar de sua honestidade, ela está sendo investigada.

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Artigo, Ricardo Noblat - Falta Dilma

Perpexlos e assustados, deputados, senadores e juristas se indagavam ontem à noite em Brasília em diversas rodas de conversas: o que mais poderá acontecer depois da mais contundente e arrasadora denúncia jamais oferecida pelo Ministério Público Federal contra um político?
Referiam-se menos à denuncia por corrupção contra Lula, e mais, muito mais, aos termos empregados pelos procuradores da República no ato de apresentá-la. Estavam chocados. E propensos a acreditar que a Lava Jato atingiu seu cume.
Foi um espetáculo digno de ser encenado na Praça da Apoteose do Sambódromo, no Rio de Janeiro. Depois dele, por mais que a Lava Jato ainda posse durar, a tendência é de que ela se esgote. E que os procuradores de dispersem aos gritos de “já ganhou, já ganhou”.
Talvez não seja assim. Falta alguém em Curitiba. E esse alguém pode ser a ex-presidente Dilma Rousseff. Ela já foi citada por delatores. E por mais que se diga honesta, honestíssima, e por mais que ninguém tenha ousado até aqui duvidar de sua honestidade, ela está sendo investigada.
Não só pelos procuradores acampados em Curitiba, mas também por aqueles que obedecem às ordens de Rodrigo Janot, Procurador-Geral da República. Ela e Lula, por exemplo, foram denunciados por Janot por tentativa de obstrução da Justiça.
Segundo Janot, esse é o crime no qual eles incorreram quando Dilma, às pressas, nomeou Lula ministro-chefe da Casa Civil da presidência da República para livrá-lo de uma eventual prisão decretada por Moro. Na denúncia, Janot aponta Lula como o líder de uma organização criminosa.
De Dilma, na delação premiada que negociou, o marqueteiro João Santana disse que ela sabia, sim, que dinheiro desviado do saque à Petrobras pagara despesas de sua campanha à reeleição. Marcelo Odebrecht está disposto a confessar que pagou despesas de Dilma com dinheiro sujo.
O ex-senador Delcídio Amaral, então líder do governo no Senado, contou que advertira Dilma sobre o uso de dinheiro ilegal em sua campanha. E que a pedido dela, peitou um ministro do Superior Tribunal de Justiça para votar a favor da libertação de Odebrecht.
A compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, causou grave prejuízo à Petrobras, bem como a compra de plataformas para extrair petróleo do fundo do mar. Dilma era presidente do Conselho de Administração da Petrobras quando parte desses negócios foi feita.
Ela de fato ignorava que esses e outros negócios serviram para irrigar os bolsos de diretores da empresa e de políticos, e os cofres de partidos? Ela era tão desinformada assim, logo ela dada a minúcias e a meter-se com tudo, que simplesmente não sabia o que se passava ao seu redor?

Foi Lula que nomeou os diretores da Petrobras personagens do petrolão. Dilma não sabia a quem eles serviam, e para o quê? O cortejo da Lava-Jato ainda está distante da Praça da Apoteose

Artigo, Eliane Cantanhêde, Estadão - Aos "indignos" do poder

Aos "indignos do poder" - Eliane Cantanhêde – OESP – 13/09/16
      Com um discurso planejadamente morno, próprio talvez de uma ex-aluna de colégio interno, aplicada e chegada aos clássicos e à poesia, a nova presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, abriu espaço para que o decano da Corte, ministro Celso de Mello, desse todos os recados políticos com o calor e a contundência que o momento merece e as barbaridades havidas exigem. Enquanto Mello falava, a ilustre palestra fazia um silêncio sepulcral. Ao lado do também ex-presidente José Sarney (que nomeou Mello para o STF), Luiz Inácio Lula da Silva (autor da nomeação de Cármen Lúcia) ouviu calado, quase sem se mexer, não fosse o tique de cofiar o bigode. Na terceira poltrona, o governador de Minas, Fernando Pimentel. Na mesa de honra, o presidente do Senado, Renan Calheiros. Mais adiante, o ex-ministro Edison Lobão. O que não faltou na posse da nova presidente do Supremo foi político enrolado de alguma forma com a Justiça.
       
      Celso de Mello não se fez de rogado, nem de diplomata: "Os cidadãos desta República têm o direito de exigir que o Estado seja dirigido por administradores íntegros, por legisladores probos e por juízes incorruptíveis". E advertiu: "Que deste tribunal parta a advertência, severa e impessoal, de que aqueles que transgredirem tais mandamentos expor-se-ão (...) à severidade das sanções criminais, devendo ser punidos (...) esses infiéis da causa pública e esses indignos do poder". Os recados foram de uma coragem rara, de uma clareza inquestionável e para alvos evidentes, bem ali, a poucos metros. Segundo Mello, "impõe-se repelir qualquer tentativa de captura das instituições de Estado por organizações criminosas para dominar os mecanismos de ação governamental, em detrimento do interesse público e em favor de pretensões inconfessáveis". Ainda mais direto, referiu-se a "uma estranha e perigosa aliança entre determinados setores do poder público, de um lado, e agentes empresariais, de outro, reunidos em imoral sodalício (confraria)...".
       
      Esse, segundo o decano, é um "contexto de criminalidade organizada e de delinquência governamental". E citou Ulysses Guimarães, ainda hoje um exemplo de político, enquanto a Câmara se preparava para cassar Eduardo Cunha: "A corrupção é o cupim da República. (...) Não roubar, não deixar roubar, pôr na cadeia quem roube, eis o primeiro mandamento da moral pública". A cerimônia – considerada a posse mais concorrida, no mínimo uma das mais, em 25 anos – teve ainda discurso do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, lembrando o quanto o País precisa mudar e saudando: "Parabéns, ministra Cármen Lúcia, o Brasil precisa mais do que nunca do seu caráter". No encerramento, a nova presidente circundou o protocolo para começar seu discurso saudando não o presidente Michel Temer, ali ao seu lado, ou qualquer outra das muitas autoridades presentes, mas, sim, "Sua Excelência, o povo brasileiro".
       
      E é em nome desse povo que ela tem proferido seus votos de vanguarda, a favor, por exemplo, das biografias não autorizadas, das células-tronco embrionárias, da união homo afetiva. Na guerra das redes sociais, não faltaram os que condenaram a presença de Lula e o convite a Fernando Collor, mas esse foi mais um recado de ontem, nessa nova fase do Supremo: Cármen Lúcia, mesmo nomeada por Lula, mantém-se distante da política partidária, da polarização PT-PSDB. Pronta, portanto, para mais um momento histórico – e inédito – do STF e da vida nacional: o da investigação, julgamento e eventual condenação dos políticos na Lava Jato. Republicana, ela convidou para sua posse os ex-presidentes da República e do Supremo, mas, "amizade, amizade, negócios à parte". Ou "convite, convite, julgamentos à parte".