O amigo de Lula e do PT, via Cotrimaio, deu calote de R$ 25 milhões no Badesul

Os deputados do PMDB e do PT que boicotam a convocação da CPI do Badesul, ignoram propositalmente as denúncias de que o governo Tarso Genro manteve orientação política para que Badesul, BRDE e Banrisul socorressem empresas em dificuldade. Foi o caso da Cotrimaio, que precisava de linha de capital de giro disponibilizada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para recuperar cooperativas.Na época da ajuda do Badesul, a Cotrimaio era presidida por Antonio Wunch, conhecido líder do PT na região do Alto Uruguai, amigo de Lula e de Tarso Genro. Ele promoveu uma administração ruinosa, empreendendo até mesmo fortes campanhas pela produção de orgânicos, em franca oposição aos transgênicos.

O jornal Zero Hora foi atrás da história e levantou informações inéditas sobre o negócio que resultou no calote de R$ 25 milhões aplicado no Badesul.

Leia:

O empréstimo de R$ 10 milhões do Badesul para a Cooperativa Agro-pecuária Alto Uruguai (Cotrimaio), de Três de Maio, em 2012, é um dos casos em que pareceres da área técnica do banco foram contrariados por decisões de diretoria. Depois de a negociação encontrar objeção no comitê de crédito, que apontou a incapacidade financeira da cooperativa, a direção do Badesul resolveu bancar tudo, apesar dos riscos. O resultado foi o mesmo de outros contratos em que foram flexibilizadas boas práticas bancárias: a Cotrimaio entrou em inadimplência, solicitou liquidação extrajudicial e, hoje, deve cerca de R$ 25 milhões à agência de fomento.

Ficou estabelecido que cada uma das três instituições repassaria R$ 10 milhões. O entrave veio no Badesul: longo parecer do comitê de crédito foi desfavorável. A diretoria do banco, comandada pelo então presidente Marcelo Lopes, chamou a responsabilidade para si e resolveu aprovar o financiamento à revelia do laudo. Como a operação com a Cotrimaio era de nota C – em escala do AA ao H –, a direção tinha a prerrogativa. 

Houve discussão entre membros da cúpula e a então diretora de Operações, Lindamir Verbiski, braço direito de Lopes, liderou o movimento de desconsideração ao veto do comitê de crédito. O servidor que emitiu o parecer contrário, depois do embate com Lindamir, foi transferido para fora do Badesul, passando a atuar em uma secretaria de Estado. 

No caso da Cotrimaio, em uma tentativa de compensar a fragilidade financeira para a concessão de R$ 10 milhões em empréstimo, o Badesul fez pesadas exigências de garantias bancárias. Foi preciso hipotecar patrimônio da cooperativa e os diretores colocaram bens próprios como fiança, além da assinatura de notas promissórias rurais com valores entre R$ 20 mil e R$ 40 mil. Ainda assim, o banco entrou em prejuízo na operação. 

Depois de prevalecer a tese de assinar contrato, a liberação de R$ 30 milhões para a Cotrimaio foi anunciada em ato político no Galpão Crioulo do Piratini, durante o governo Tarso Genro. Além do Badesul, a operação gerou prejuízo a Banrisul e BRDE.



Saiba como o governo Tarso Genro ajudou a Iesa quebrar o Badesul

Apresentado como garantia no processo de recuperação judicial da Iesa Óleo e Gás, o terreno em que a empresa operou em Charqueadas registrou alta valorização em curto espaço de tempo. O caso interessa ao Badesul, agência estadual de fomento que sofreu calote de R$ 65 milhões do empreendimento e, agora, depende da venda da área para reaver parte do prejuízo.
Em dezembro de 2011, o local pertencia à Granja Carola e foi desapropriado com a indenização de R$ 3,9 milhões. Doado à Iesa, foi preparado para receber a produção de componentes da indústria naval. Quando a empresa assinou o financiamento de R$ 40 milhões com o Badesul, em setembro de 2012, o terreno foi apresentado como garantia bancária, com o valor de R$ 13,9 milhões. O salto de R$ 10 milhões ocorreu, segundo a empresa, pela construção de um atracadouro. A Iesa entrou em recuperação judicial em setembro de 2014, paralisou atividades, demitiu funcionários e não pagou o Badesul, que ficou com o prejuízo.
Foi a partir deste momento que surgiram mais problemas em torno da área em Charqueadas. No processo de recuperação judicial, a própria Iesa avaliou o terreno em R$ 75 milhões, com a pretensão de vender o patrimônio e ratear a cifra entre os credores. O Badesul, que depende desta área para ser ressarcido, concordou com a análise da empresa, mesmo que técnicos tenham alertado a diretoria do banco sobre a possibilidade de supervalorização.
Servidores experientes foram contrários à avaliação. Consideraram o valor de R$ 75 milhões superestimado e pediram a nomeação de perito para análise independente, o que não ocorreu.
A Iesa construiu pavilhões e levou máquinas para Charqueadas. Isso ampliou as cifras envolvidas, configurando as "garantias evolutivas" — tudo o que é agregado ao terreno. Ainda assim, chefes da assessoria jurídica do Badesul se opuseram ao valor indicado.
Consultoria avaliou local em R$ 3,75 milhões
A pedido de Zero Hora, o escritório Avalor, instalado em São Paulo e especializado em engenharia de avaliações, fez análise do terreno da Iesa com base nos procedimentos da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), e concluiu que ele vale R$ 3,75 milhões. A cifra é próxima da adotada no ato da desapropriação.
Os dados da Avalor revelam que, para a área chegar aos R$ 75 milhões indicados pela Iesa no processo de recuperação, é preciso que existam R$ 71,25 milhões em instrumentos da indústria naval e benfeitorias sobre o terreno.
— O equipamento é muito específico, tem chance menor de liquidez e a depreciação é acelerada. Os bens móveis são vendidos basicamente a preço do peso (aço e ferro) — explica o engenheiro Breno Jardim Kuhn, perito em avaliações e diretor-técnico da Avalor.
Os componentes da Iesa que restaram no local estão depreciando há cerca de dois anos. Denúncias entregues ao Tribunal de Contas do Estado, inclusive com fotos, dizem que caminhões encostaram na planta da empresa e saíram carregados de peças, fato que não poderia ter acontecido depois de o complexo ter sido dado como garantia na recuperação judicial. ZH esteve no terreno, à beira do Rio Jacuí, e constatou um gigante adormecido, com sinais de deterioração.
À época do embate acerca de valores, por decisão do então presidente do Badesul, Marcelo Lopes, a chefia do jurídico do banco foi trocada devido à resistência em aceitar a avaliação da Iesa. E os sucessores acataram o entendimento da diretoria e peticionaram para que a Justiça aceitasse o montante de R$ 75 milhões como o valor de referência para o terreno.
Fontes próximas da Iesa consultadas por ZH informaram que a empresa investiu R$ 90 milhões em infraestrutura na planta. Em condições normais, esse seria o ponto de partida para negociação. O problema é a queda brutal do setor, o fracasso do polo naval de Charqueadas e a depreciação dos bens móveis, como máquinas.
Fontes oficiais do caso não se manifestaram. O escritório Delloite Administração Judicial, designado para gerir a recuperação da Iesa, apenas disse que "não possui conhecimento sobre eventual avaliação atualizada do terreno em pauta". O mesmo ocorreu na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central de São Paulo, onde corre o processo.

Em documento de dezembro de 2015, a Iesa detalhou plano para quitar dívidas e apresentou nova valorização para o terreno, que custaria agora R$ 88,5 milhões.

Darcy Francisco Carvalho dos Santos: quem pode fazer a reforma da Previdência?

Darcy Francisco Carvalho dos Santos: quem pode fazer a reforma da Previdência?

Afirmar que os beneficiados por leis vigentes em épocas passadas não podem propor sua alteração é um pensamento reducionista.

Tudo o que existe no mundo está em contínuo movimento. Nunca nos lavamos na mesma água, disse o velho filósofo Heráclito Efésio. Muitas ideias que foram libertárias no passado, no futuro não passarão de rotinas. A realidade social está num contínuo vir-a-ser.

Joaquim Nabuco, um dos maiores abolicionistas, foi educado por uma família escravocrata. Então, mesmo indiretamente, ele recebeu algum benefício da escravidão. Assim como Nabuco, há na História diversos exemplos nesse sentido.

Dizer que não podem propor reformas previdenciárias os governantes que em momento anterior foram beneficiados por regras que hoje querem mudar equivale a dizer que muitos abolicionistas do passado deveriam ter defendido a continuidade da escravatura, porque ela os beneficiou.

Na época em que foram criadas muitas das leis previdenciárias ainda vigentes, a inatividade era considerada uma extensão do serviço público e, como tal, não necessitava contribuição e nem preocupação com a idade mínima para aposentadoria. Além disso, a expectativa de vida era bem menor. Num primeiro momento, o número de contribuintes era muito maior do que o de beneficiários, e a bomba-relógio que estava sendo montada passou despercebida.

Agora, a realidade é outra. A situação inverteu-se. Os déficits previdenciários são altos e crescentes, tanto na previdência pública, quanto no INSS. Precisamos fazer reformas e quem vai fazê-las se a geração presente, que desfruta dos benefícios e até de privilégios obtidos pela legislação passada não pode fazê-las?

Teremos que buscar pessoas em outros países, naturalizá-las e elegê-las parlamentares para que elas façam as reformas? Impossível.


Não interessa quem está propondo as reformas, o que interessa é se elas são necessárias e qual o seu conteúdo. O resto é crença de quem desconhece as consequências que advirão de não fazê-las, como o risco do não pagamento dos atuais aposentados, que, geralmente, são contra as reformas mesmo sem ser atingidos por elas.

O que realmente existe por trás do "Fora Temer"

Leia os fatos abaixo, e vai entender tudo:
1) Segundo o Ministro Elizeu Padilha, somente em Brasília, há 45 mil "pescadores" que estão recebendo o "auxílio-defeso" (pago durante a Piracema), instituído pelos petistas. Cerca de 500 mil, no Brasil todo. 
2) O MST (que não tem nem CNPJ) recebeu, nos últimos seis anos, cerca de 268 milhões de reais, dos cofres públicos.
3) A não menos famosa UNE, só em 2011 e 2012, recebeu 44 milhões de reais, a título de "compensação pelas perseguições sofridas, durante a ditadura".
4) A CUT  recebeu, de 2008 a 2015, cerca de 345 milhões de reais.
5) O Bolsa-Família contabilizou FRAUDES, somente no período 2013-2014, no valor aproximado de 2,5 BILHÕES de reais. Havia cerca de 584 mil FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS inscritos no Programa. Recebendo...
6) Em julho, foram demitidos, pelo governo Temer, 2010 servidores comissionados pelo Governo Dilma, todos petistas e ocupando "cargos de confiança". Os salários desses CCs variavam entre R$ 8.554,00 e R$ 24.535,00. Nenhum era concursado.


O impeachment da presidente Dilma Rousseff será visto como o ponto final de um período iniciado com a chegada ao poder de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, em que a consciência crítica da Nação ficou anestesiada. A partir de agora, será preciso entender como foi possível que tantos tenham se deixado enganar por um político que jamais se preocupou senão consigo mesmo, com sua imagem e com seu projeto de poder; por um demagogo que explorou de forma inescrupulosa a imensa pobreza nacional para se colocar moralmente acima das instituições republicanas; por um líder cuja aversão à democracia implodiu seu próprio partido, transformando-o em sinônimo de corrupção e de inépcia. De alguém, enfim, cuja arrogância chegou a ponto de humilhar os brasileiros honestos, elegendo o que ele mesmo chamava de “postes” – nulidades políticas e administrativas que ele alçava aos mais altos cargos eletivos apenas para demonstrar o tamanho, e a estupidez, de seu carisma.
Muito antes de Dilma ser apeada da Presidência já estava claro o mal que o lulopetismo causou ao País. Com exceção dos que ou perderam a capacidade de pensar ou tinham alguma boquinha estatal, os cidadãos reservaram ao PT e a Lula o mais profundo desprezo e indignação. Mas o fato é que a maioria dos brasileiros passou uma década a acreditar nas lorotas que o ex-metalúrgico contou para os eleitores daqui. Fomos acompanhados por incautos no exterior.
Raros foram os que se deram conta de seus planos para sequestrar a democracia e desmoralizar o debate político, bem ao estilo do gangsterismo sindical que ele tão bem representa. Lula construiu meticulosamente a fraude segundo a qual seu partido tinha vindo à luz para moralizar os costumes políticos e liderar uma revolução social contra a miséria no País.
Quando o ex-retirante nordestino chegou ao poder, criou-se uma atmosfera de otimismo no País. Lá estava um autêntico representante da classe trabalhadora, um político capaz de falar e entender a linguagem popular e, portanto, de interpretar as verdadeiras aspirações da gente simples. Lula alimentava a fábula de que era a encarnação do próprio povo, e sua vontade seria a vontade das massas.
O mundo estendeu um tapete vermelho para Lula. Era o homem que garantia ter encontrado a fórmula mágica para acabar com a fome no Brasil e, por que não?, no mundo: bastava, como ele mesmo dizia, ter “vontade política”. Simples assim. Nem o fracasso de seu programa Fome Zero nem as óbvias limitações do Bolsa Família arranharam o mito. Em cada viagem ao exterior, o chefão petista foi recebido como grande líder do mundo emergente, mesmo que seus grandiosos projetos fossem apenas expressão de megalomania, mesmo que os sintomas da corrupção endêmica de seu governo já estivessem suficientemente claros, mesmo diante da retórica debochada que menosprezava qualquer manifestação de oposição. Embalados pela onda de simpatia internacional, seus acólitos chegaram a lançar seu nome para o Nobel da Paz e para a Secretaria-Geral da ONU.
Nunca antes na história deste país um charlatão foi tão longe. Quando tinha influência real e podia liderar a tão desejada mudança de paradigma na política e na administração pública, preferiu os truques populistas. Enquanto isso, seus comparsas tentavam reduzir o Congresso a um mero puxadinho do gabinete presidencial, por meio da cooptação de parlamentares, convidados a participar do assalto aos cofres de estatais. A intenção era óbvia: deixar o caminho livre para a perpetuação do PT no poder.
O processo de destruição da democracia foi interrompido por um erro de Lula: julgando-se um kingmaker, escolheu a desconhecida Dilma Rousseff para suceder-lhe na Presidência e esquentar o lugar para sua volta triunfal quatro anos depois. Pois Dilma não apenas contrariou seu criador, ao insistir em concorrer à reeleição, como o enterrou de vez, ao provar-se a maior incompetente que já passou pelo Palácio do Planalto.

Assim, embora a história já tenha reservado a Dilma um lugar de destaque por ser a responsável pela mais profunda crise econômica que este país já enfrentou, será justo lembrar dela no futuro porque, com seu fracasso retumbante, ajudou a desmascarar Lula e o PT. Eis seu grande legado, pelo qual todo brasileiro de bem será eternamente grato.