Jair Krishke volta a ser ameaçado de morte

A casi un año del robo de la sede del Giaf, una nueva amenaza bajo la firma del “Comando general Pedro Barneix” llegó a la justicia. La intimidación está dirigida al ministro de Defensa, Jorge Menéndez, al fiscal de Corte, Jorge Díaz, y al menos a una decena de personas que tienen como denominador común haber contribuido al esclarecimiento de hechos ocurridos durante el terrorismo de Estado.
“El suicidio del general Pedro Barneix no quedará impune, no se aceptará ningún suicidio más por injustos procesamientos. Por cada suicidio de ahora en más, mataremos a tres elegidos azarosamente de la siguiente lista.” 
Con este texto se encontró el fiscal de Corte, Jorge Díaz, en su casilla de correo hace tres semanas, y con una lista de al menos 12 personas, entre las que también se encuentra su nombre, de acuerdo a las fuentes de Brecha.
El viernes pasado Tnu informó que el e-mail estaba firmado por un tal “Comando general Pedro Barneix”.
Por el momento, Brecha pudo constatar el nombre de 12 personas (véase recuadro). Entre los amenazados se encuentra Óscar López Goldaracena, abogado que patrocinó la causa de Aldo Perrini, por cuyo asesinato se procesó con prisión al general retirado Pedro Barneix, quien se suicidó minutos después de que un policía le notificara que debía acompañarlo al juzgado. También se encuentra Mirtha Guianze. La actual directora de la Institución Nacional de Derechos Humanos fue la fiscal que presentó un recurso contra la ley de caducidad por el asesinato de Nibia Sabalsagaray: en 2009 la Suprema Corte de Justicia declaró inconstitucional la norma por primera vez. El abogado de esta emblemática causa, Juan Errandonea, está en la lista.
También figura Pablo Chargoñia, abogado del Observatorio Luz Ibarburu, que hace un seguimiento de las causas penales vinculadas al pasado reciente, y su colega brasileño Jair Krischke, una de las personas clave para la extradición a Argentina del prófugo militar uruguayo Manuel Cordero.
Para la mayoría de los amenazados con los que Brecha tomó contacto, el motivo del mensaje no está nada claro.
Desde el entorno del ministro de Defensa, Jorge Menéndez, prefieren no hacer especulaciones. Pero lo cierto es que hace varios meses
–incluso antes de la muerte en agosto pasado de su antecesor, Eleuterio Fernández Huidobro– personas designadas por el Grupo de Trabajo Verdad y Justicia trabajan en los archivos de inteligencia del Fusna (véase nota central). Además está instalada la comisión parlamentaria para investigar las actividades de espionaje militar en democracia (véase especial “Infiltrados”de Brecha, publicado en esta edición),y se negocia una reforma de la Caja Militar que, de prosperar, haría que los militares retirados perdieran privilegios económicos.
El asunto está en manos de la jueza Julia Staricco y de la fiscal Mónica Ferrero, quienes se encuentran trabajando junto con la Dirección General de Información e Inteligencia policial para rastrear el origen del correo. Fuentes de la investigación consultadas el martes por Brecha sostienen que, por el momento, esto parece “imposible”. El mensaje fue enviado a través de un sistema llamado Tor, que es conocido por su capacidad de mantener en el anonimato a sus usuarios y esconder la ubicación de los mensajes enviados.
El miércoles al mediodía la magistrada concurrió al despacho del ministro de Defensa a tomarle declaraciones. Hoy concurrirán al juzgado otras de las personas de la lista, quienes en su mayoría tomaron conocimiento de la amenaza a través de policías que realizaron la notificación en forma personal. A algunos se les dejó, a modo ilustrativo, un impreso en hoja A4 con el texto de la amenaza transcrito y su nombre (no el de toda la lista), sin más detalles. A otros aún no se les ha notificado ni han sido citados a declarar.
En marzo de 2016 desconocidos entraron sin autorización a la sede del Grupo de Investigación de Arqueología Forense (Giaf), robaron discos duros y dejaron amenazas a sus integrantes. Un año después de este hecho la justicia no ha podido determinar quiénes fueron los responsables. Algunos de los nombrados en la nueva amenaza interpretan que la del supuesto “Comando general Barneix” es una manera de remarcar —para que nadie se olvide— que “están ahí”, que “están activos”.
Los nombres

Los nombres que aparecen en la lista confirmados por Brecha son: el ministro de Defensa, Jorge Menéndez, el fiscal de Corte, Jorge Díaz; la ex fiscal Mirtha Guianze; la ex vicecanciller Belela Herrera; los abogados Óscar López Goldaracena, Pablo Chargoñia, Juan Errandonea, Federico Álvarez Petraglia y Juan Fagúndez; la abogada Hebe Martínez Burlé; el activista brasileño Jair Kirschke; y el jurista francés Louis Joinet.jai

José Padilha, O Globo - A importância da Lava Jato

A importância da Lava-Jato
Vinte e sete enunciados sobre a oportunidade de desmontar o mecanismo de exploração da sociedade brasileira
1) Na base do sistema político brasileiro, opera um mecanismo de exploração da sociedade por quadrilhas formadas por fornecedores do estado e grandes partidos políticos. (Em meu útimo artigo, intitulado Desobediência Civil, descrevi como este mecanismo exploratório opera. Adiante, me refiro a ele apenas como “o mecanismo”.)
2) O mecanismo opera em todas as esferas do setor público: no Legislativo, no Executivo, no governo federal, nos estados e nos municípios.
3) No Executivo, ele opera via superfaturamento de obras e de serviços prestados ao estado e às empresas estatais.
4) No Legislativo, ele opera via a formulação de legislações que dão vantagens indevidas a grupos empresariais dispostos a pagar por elas.
5) O mecanismo existe à revelia da ideologia.
6) O mecanismo viabilizou a eleição de todos os governos brasileiros desde a retomada das eleições diretas, sejam eles de esquerda ou de direita.
7) Foi o mecanismo quem elegeu o PMDB, o DEM, o PSDB e o PT. Foi o mecanismo quem elegeu José Sarney, Fernando Collor de Mello, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer.
8) No sistema político brasileiro, a ideologia está limitada pelo mecanismo: ela pode balizar políticas públicas, mas somente quando estas políticas não interferem com o funcionamento do mecanismo.
9) O mecanismo opera uma seleção: políticos que não aderem a ele têm poucos recursos para fazer campanhas eleitorais e raramente são eleitos.
10) A seleção operada pelo mecanismo é ética e moral: políticos que têm valores incompatíveis com a corrupção tendem a ser eliminados do sistema político brasileiro pelo mecanismo.
11) O mecanismo impõe uma barreira para a entrada de pessoas inteligentes e honestas na política nacional, posto que as pessoas inteligentes entendem como ele funciona e as pessoas honestas não o aceitam.
12) A maioria dos políticos brasileiros têm baixos padrões morais e éticos. (Não se sabe se isto decorre do mecanismo, ou se o mecanismo decorre disto. Sabe-se, todavia, que na vigência do mecanismo este sempre será o caso.)
13) A administração pública brasileira se constitui a partir de acordos relativos a repartição dos recursos desviados pelo mecanismo.
14) Um político que chega ao poder pode fazer mudanças administrativas no país, mas somente quando estas mudanças não colocam em xeque o funcionamento do mecanismo.
15) Um político honesto que porventura chegue ao poder e tente fazer mudanças administrativas e legais que vão contra o mecanismo terá contra ele a maioria dos membros da sua classe.
16) A eficiência e a transparência estão em contradição com o mecanismo.
17) Resulta daí que na vigência do mecanismo o Estado brasileiro jamais poderá ser eficiente no controle dos gastos públicos.
18) As políticas econômicas e as práticas administrativas que levam ao crescimento econômico sustentável são, portanto, incompatíveis com o mecanismo, que tende a gerar um estado cronicamente deficitário.
19) Embora o mecanismo não possa conviver com um Estado eficiente, ele também não pode deixar o Estado falir. Se o Estado falir o mecanismo morre.
20) A combinação destes dois fatores faz com que a economia brasileira tenha períodos de crescimento baixos, seguidos de crise fiscal, seguidos ajustes que visam conter os gastos públicos, seguidos de novos períodos de crescimento baixo, seguidos de nova crise fiscal...
21) Como as leis são feitas por congressistas corruptos, e os magistrados das cortes superiores são indicados por políticos eleitos pelo mecanismo, é natural que tanto a lei quanto os magistrados das instâncias superiores tendam a ser lenientes com a corrupção. (Pense no foro privilegiado. Pense no fato de que apesar de mais de 500 parlamentares terem sido investigados pelo STF desde 1998, a primeira condenação só tenha ocorrido em 2010.)
22) A operação Lava-Jato só foi possível por causa de uma conjunção improvável de fatores: um governo extremamente incompetente e fragilizado diante da derrocada econômica que causou, uma bobeada do parlamento que não percebeu que a legislação que operacionalizou a delação premiada era incompatível com o mecanismo, e o fato de que uma investigação potencialmente explosiva caiu nas mãos de uma equipe de investigadores, procuradores e de juízes rígida, competente e com bastante sorte.
23) Não é certo que a Lava-Jato vai promover o desmonte do mecanismo. As forças politicas e jurídicas contrárias são significativas.
24) O Brasil atual esta sendo administrado por um grupo de políticos especializados em operar o mecanismo, e que quer mantê-lo funcionando.
25) O desmonte definitivo do mecanismo é mais importante para o Brasil do que a estabilidade econômica de curto prazo.
26) Sem forte mobilização popular é improvável que a Lava-Jato promova o desmonte do mecanismo.

27) Se o desmonte do mecanismo não decorrer da Lava-Jato, os políticos vão alterar a lei, e o Brasil terá que conviver com o mecanismo por um longo tempo.A 

Zero Hora diz que nem sabe para quem recorrer diante da violência extrema no RS

O editorial a seguir é do jornal Zero Hora de hoje. Intitula-se "Violência extrema".

O Rio Grande do Sul viveu um final de semana semelhante ou até pior do que o vivido rotineiramente por países envolvidos em conflitos bélicos. Entre as dezenas de pessoas que perderam a vida de forma violenta, da madrugada de sábado à manhã de segunda-feira, 39 foram vítimas de homicídio, incluindo-se aí a tentativa de roubo que resultou no brutal assassinato da funcionária pública Eliane Stedile Busellato, de 48 anos, na noite de domingo, em Caxias do Sul. Eliane, morta com dois tiros no pescoço pelo delinquente que tentou assaltá-la, dá rosto, nome e comoção à trágica estatística que já se incorporou no cotidiano dos gaúchos. É doloroso, revoltante e estúpido constatar que uma trabalhadora, mãe de dois filhos e cidadã respeitada teve a vida interrompida desta forma, quando simplesmente saía da casa dos pais em seu carro.

O Estado vive um momento de violência urbana tão extremada, que já se reflete na expectativa de vida da população. Estudo da Fundação de Economia e Estatística (FEE) estima que o gaúcho poderia viver, em média, mais 2,71 anos se não fossem os assassinatos e acidentes de trânsito que dizimam parte da população todos os dias. O número recorde de homicídios na Capital e nas cidades da Região Metropolitana no último fim de semana é um atestado inequívoco do fracasso das políticas de segurança pública de sucessivas administrações, mas é da atual que os cidadãos têm que cobrar providências imediatas e diferenciadas. A situação é desesperadora, as pessoas não têm mais tranquilidade para sair de casa mesmo durante o dia. O Rio Grande pede socorro — e já nem se sabe direito a quem deve ser dirigido esse apelo.


O governo estadual, a que compete a responsabilidade pela segurança dos gaúchos, parece ter esgotado o seu repertório de soluções, todas pífias, incluindo-se aí a pouco perceptível presença da Força Nacional de Segurança no Estado. Não passa semana sem que um plano novo seja anunciado, mas as providências anunciadas raramente têm efeito prático. O que a população precisa neste momento de terror, acima de tudo, é da presença ostensiva de policiais nas ruas, para inibir a ação dos delinquentes e prevenir danos irreparáveis aos cidadãos. Sempre, mas principalmente nesta antevéspera de Carnaval, período de grande movimentação de pessoas e propício à ação dos fora da lei.

Nova proposta de recuperação fiscal para os Estados

Na nova proposta de socorro a estados, governo quer mais controle. Privatizar uma empresa pública é um dos requisitos para renegociação. Estados podem ficar por até seis anos sem pagar a dívida com a União.

O Ministério da Fazenda apresentou nesta segunda-feira (20) uma nova proposta de socorro aos estados em crise financeira.
Nessa nova tentativa de criar um programa de recuperação, o governo propõe um controle mais rigoroso.
O documento será analisado pelo Palácio do Planalto antes de ser enviado ao congresso.
Para terem direito a renegociar a dívida, os estados terão de privatizar uma empresa pública em três áreas: energia, saneamento ou do setor financeiro.
Os incentivos fiscais dados a empresas terão de ser cortados em, pelo menos, 20% ao ano. E se algum banco quiser fazer empréstimos para o estado, terá de oferecer as mesmas condições financeiras do programa federal.
Outras medidas já estavam previstas no projeto que foi rejeitado pela Câmara em dezembro de 2016, e foram mantidas como aumento da alíquota da contribuição dos funcionários estaduais para a Previdência, a redução de benefícios e vantagens dos servidores e a criação de uma previdência complementar, onde o servidor paga mais se quiser aumentar o valor da aposentadoria.
A lei de recuperação fiscal é para estados que estão em falência, mas a adesão não é obrigatória.
O programa vai durar três anos, podendo ser renovado por mais três. O estado fica sem pagar a dívida com a União durante esse tempo. E as regras serão as mesmas para todos, uma forma de evitar pressão política.
Em entrevista à GloboNews, o ministro da Fazenda explicou que durante a recuperação, os concursos públicos ficam suspensos, assim como aumentos de despesas, de salários, benefícios a servidores.
O programa também suspende temporariamente alguns limites da Lei de Responsabilidade Fiscal, permitindo assim novos empréstimos.
Henrique Meirelles disse que espera que agora o plano seja aprovado diante do agravamento da crise nos estados, como o Rio de Janeiro:

“Se não puder pagar a polícia, se não puder pagar os funcionários, se não puder pagar a aposentadoria a população vai ser penalizada. Então, na realidade, o plano apenas faz o ajuste para que o Rio de Janeiro possa equilibrar suas contas, o estado voltar a funcionar, depois a economia voltar a crescer. Aí sim tudo voltar ao normal, desde que não se volte aos exageros que levem de novo a esse problema”.