De coragem, ovelhas e lobos
Adão Paiani*
“Nenhuma outra força retrógrada forte existe no mundo
como ele. Longe de estar moribundo, o Islamismo é militante e sectário da fé.
Ele já se espalhou por toda a África Central, levantando guerreiros destemidos
em cada etapa; e apesar do cristianismo abrigado nos braços fortes da ciência,
e a ciência por si, contra os quais vêm lutando, a civilização da Europa
moderna pode cair, como caiu a civilização da Roma antiga.”
“Muçulmanos individuais podem mostrar qualidades
esplêndidas, mas a influência da religião paralisa o desenvolvimento social de
quem segui-la.”
Winston Churchill, em 1899.
A história tem demonstrado que a falta de preparo, ou
coragem, de determinados lideres tem antecedido as grandes conflagrações
mundiais.
O exemplo mais próximo, e suas conseqüências, têm no
período que antecedeu a Segunda Guerra Mundial, onde Neville Chamberlain
insistiu por quase uma década numa política de apaziguamento em relação a
Hitler e aos nazistas.
O resultado todos nós hoje sabemos. Milhões de mortos,
massacres, o holocausto, economias e países destruídos, e uma civilização às
portas de um colapso e de sua própria destruição.
O mesmo se repete hoje. O apaziguado da vez é o Islã.
Lideres importantes se intimidam frente a uma pretensa religião que possui mais
de um bilhão de seguidores, mas que de fé verdadeira, na transcendência e na
divindade, nada possui; sendo tão somente um sistema brutal e sanguinário de
domínio geopolítico, com práticas bárbaras capazes de causar repulsa mesmo
entre os piores criminosos e desajustados de nossa própria sociedade.
Não há que se dialogar com o Islã; não há que se dar
legitimidade a ele como religião, pois isso é tudo que ele não é. Não há que se
dialogar com um sistema que incentiva a submissão, mutila e impõe aberrações às
mulheres, que violenta crianças, que mata homossexuais em razão de sua
condição, impondo um cotidiano de terror nos lugares onde domina; e que
explode, tortura e mata inocentes pelo mundo inteiro.
Não há que se dialogar com esse sistema, por
absolutamente imoral, irracional, ilegítimo e ilegal, à luz de tudo o que a
nossa civilização construiu e representa. A única resposta ao Islã não passa
por dar-lhe legitimidade, mas submetê-lo às regras da civilização.
Mas quem consegue colocar essa obviedade na cabeça das
principais lideranças ocidentais, a começar por uma que deveria ser iluminada
em suas atitudes e decisões temporais?
Ir ao Egito, onde cristãos tem sido sistematicamente
massacrados por muçulmanos, reunir-se com alguns milhares de pessoas, rir-se
dos próprios chistes e trocadilhos, trocar ósculos e amabilidades com lideres
islâmicos, sem impor nada em troca, pode servir ao próprio e disfarçado ego de
um líder, para fazer a delícia da mídia internacional amestrada, e às manchetes
dos telejornais da noite; mas é uma tragédia para a causa da humanidade.
Um pastor que se divide entre apascentar suas ovelhas e
afagar os lobos, a quem mesmo serve?
Resta-nos a esperança de que a providência possa colocar
no caminho da humanidade alguém politicamente incorreto, como Churchill: um
glutão, com seus charutos, scotch whisky e, aparentemente, todos os defeitos do
mundo, mas com coragem para dizer que a única maneira de sobrevivermos é
lutando nas praias, em terra firme, nos campos, nas ruas e nas montanhas. E não
nos rendermos. Nunca.
* Adão Paiani é advogado em Brasília/DF.