José Ivo Sartori: consenso histórico em favor do Rio
Grande
Continuamos precisando da ajuda de todos, mas a casa está
cada vez mais arrumada
Todos pelo Rio Grande. Esse é o chamado que, desde o
começo do nosso governo, estamos fazendo à sociedade gaúcha, inclusive aos
demais poderes e órgãos de Estado. O caminho que percorremos para gerar e
ampliar tal engajamento foi singelo: mostrar a verdade. E fizemos isso sem
jogar pedras no passado ou fomentar um clima político belicoso. Apenas
mostramos que, para recuperar as mínimas condições do serviço público gaúcho,
era preciso adequar as despesas à receita. Segurança, saúde, educação e
qualquer política consistente dependem desse equilíbrio.
Em tempos de crise, com cerca de 14 milhões de
desempregados no país, se impunha aos entes de Estado um olhar para a realidade
social antes mesmo de questões institucionais ou até corporativas. Era chegada
a hora de compartilhar sacrifícios para reconstruir a estabilidade. O pagamento
do serviço público, seja de qualquer poder ou órgão, vem da mesma fonte: os
impostos cobrados das famílias. Essa visão de Estado, portanto, precisava ser
mais uníssona, coerente e solidária.
Todos evoluímos nessa concepção. E, na última semana,
depois de anos e até décadas de dissonâncias, conseguimos entregar uma proposta
consensual para a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2018. Trata-se de um
feito histórico. As divergências em outras pautas existem e permanecem, mas
ficaram em segundo plano diante do compromisso de apresentar um orçamento
realista, capaz de engajar a todos no enfrentamento da crise e numa visão comum
de sustentabilidade do Estado. Não se trata de congelamento ou mero rigor
contábil, mas de responsabilidade com uma proposta exequível, respeitadas as
autonomias constitucionalmente previstas.
Foram diversas reuniões com as áreas técnicas dos poderes
e órgãos. No final, os chefes de cada ente mostraram elevado espírito público e
validaram o acordo. Faço questão de, nominalmente, testemunhar o protagonismo
que todos tiveram: Poder Legislativo, Poder Judiciário, Ministério Público,
Tribunal de Contas do Estado e Defensoria Pública. As instituições ficaram mais
fortes e a sociedade gaúcha será a maior beneficiária dessa evolução.
O Rio Grande do Sul saiu na frente para vencer a crise.
Agiu com transparência, austeridade e coragem na modernização do Estado. Agora,
por meio do diálogo e do consenso, avança mais um passo na construção de um
novo futuro. Ainda há muito por fazer e continuamos precisando da ajuda de
todos, mas a casa está cada vez mais arrumada.