ENFORCOU-SE NAS PRÓPRIAS CORDAS VOCAIS

ENFORCOU-SE NAS PRÓPRIAS CORDAS VOCAIS
Ao que se vê "caiu uma jabuticaba" no nariz do verdadeiro "Américo Pisca-Pisca" do Brasil.
Gilmar Mendes não descreveu a mais ninguém, do que a si mesmo ao citar o personagem de Monteiro Lobato. Citou e definiu a si mesmo e, por isso, atraiu uma abóbora que despencou sobre seu próprio nariz.
Foi vergonhoso e bizarro assistir o voto de Gilmar Mendes no TSE.
Sempre estúpido, grosseiro, desrespeitoso, dono de um ego que pensa ser maior que o valor e o significado do TSE e do STF inteiro.
Além disso, merece realce, feito por si mesmo, ou a humilhação, ou a exposição ao ridículo que promoveu contra seus próprios pares, bem como com as palavras cáusticas várias vezes dirigidas aos mesmos.
Aliás, se está preocupado com as REFORMAS POLÍTICAS, como tanto enfatizou em seu voto, das duas uma, ou está IMPEDIDO ou é SUSPEITO, porque lhe interessa manter o "status quo" do partido tampão que governa, qual seja, o PMDB, como uma verdadeira xepa do PT.
Eis o nome do autêntico conto de Monteiro Lobato, o qual contém o personagem que o Ministro achava estar imputando aos outros: O REFORMADOR DO MUNDO.
Quanta coincidência com o personagem que ele mesmo citou.
E convenhamos, é muito fácil, a esta altura do campeonato citar teses equivocadas e fazer a mea culpa patética de ocasiões pretéritas, tal como o Ministro citou sobre a cláusula de barreira.
Isso, agora, é deveras intempestivo e incabível, porque nenhuma folha, depois de cair, volta ao galho da árvore.
O ponto alto, ou pior, o ponto baixo do voto de Gilmar Mendes foi dizer, "ipsis literis", que não se substitui um Presidente da República a toda hora, nem que se queira.
Ora veja Ministro Gilmar Mendes, como se este "querer" fosse de algum dos Ministos que votaram pela cassação.
Francamente.
É bizarro ter se ouvir isso.
Mais, citar que uma empresa de fachada que recebeu mais de R$ 20 MILHÕES, sem prestar qualquer serviço, porque emitiu notas fiscais frias, era algo que havia de ser normal, porque tais notas foram emitidas e que isso não caracterizava abuso de poder econômico ou político.
Vejam bem (destaco eu): mais de R$ 20 MILHÕES + NOTAS FISCAIS FRIAS + NÃO PRESTAÇÃO DO SERVIÇOS POR INCAPACIDADE TÉCNICA.
Isso foi um escracho!
Não adianta culpar o sistema jurídico se, quando se tem a oportunidade de corrigi-lo, se opta por aceitar como normal o que se tem ou como reprovável ou como destoante.
Hoje Gilmar Mendes não votou, hoje Gilmar Mendes vomitou a cada berro, a cada grosseria, a cada carraspana verborrágico-jurídica que despejava sobre seus próprios pares, como se sua toga pesasse mais e tivesse maior valor que a de seus colegas, como se gritos dessem maior valor aos argumentos.
Hoje, Gilmar Mendes foi uma vergonha viva para a Magistratura, assim como foi ao longo de todo julgamento do processo de cassação da chapa Dilma & Temer no TSE, sempre se ufanado em suas sessões magistrais com único tema: eu sou o máximo dos máximos.
Juntamente com os Ministros Napoleão Nunes Maia Filho, Admar Gonzaga Neto e Tarcisio Vieira de Carvalho Neto, Gilmar Mendes criou o pior de todos os precedentes jurisprudenciais que o TSE já produziu: aquele que se pode tudo e não se pune absolutamente nada.
Um verdadeiro ode à impunidade, digníssimo da república das bananas e dos bananas.
Gilmar Mendes se enforcou nas próprias cordas vocais, conforme passo a transcrever um trecho de um voto do próprio Ministro:
"""O Tribunal é muito valente para cassar prefeitos de interior, por exemplo. Mas é muito reticente em relação às disputas nas capitais. […] O TSE é muito corajoso, às vezes, para cassar um governador da Paraíba. Mas não quer se intrometer no Rio de Janeiro. Ou mesmo em Minas Gerais."""
De Presidente da República, deveras, menos ainda, não é Ministro?

Vossa Excelência se enforcou nas próprias cordas vocais.

Gargalhada do coveiro de provas vivas

Gilmar Mendes faria um favor a si mesmo e, sobretudo, ao país se tratasse de marcar encontros com princípios abandonados em algum lugar do passado

Por Augusto Nunes


“Recuso o papel de coveiro de prova viva”, resumiu o ministro Herman Benjamin no fecho da monumento à verdade que ergueu em meio às ruínas da Justiça. “Posso até participar do velório, mas não carrego o caixão”, completou o relator do julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral.

Com o apoio de dois ministros do Supremo Tribunal Federal, indiferente a provocações, apartes impertinentes, risos debochados e sussurros cafajestes, Benjamin acabara de devassar com comovente altivez a catacumba repleta de canalhices protagonizadas pela dupla que fez o diabo para ganhar a eleição de 2014.

Ele soube desde a primeira linha da surdez obscena do trio de súditos afinado com o solista no comando. Mas entendeu que precisava mostrar a milhões de brasileiros o que seria enterrado nesta sexta-feira. E deixar claro que ainda há juízes mesmo em tribunais infestados de espertalhões e sabujos trajando togas puídas nos fundilhos.

O que falta é mais gente decidida a avisar nas ruas, aos berros, que o Brasil decente não se deixará intimidar pelos poderosos patifes que teimam em obstruir os caminhos da Lava Jato. Refiro-me à verdadeira Lava Jato, representada por Sérgio Moro, não à caricatura parida em Brasília por Rodrigo Janot.

A gargalhada de Gilmar Mendes na primeira página da Folha deste sábado comunica que o nada santo padroeiro de amigos em apuros continuará tentando marcar encontros com o que chama de “prisões alongadas ocorridas em Curitiba”. Faria um favor a si mesmo e, sobretudo, ao país se marcasse encontros com princípios e valores abandonados em algum lugar do passado. Quase todos podem ser localizados no histórico voto de Herman Benjamin.


Não será difícil ao atarefado Gilmar Mendes achar tempo para a tentativa de reencontrar a Lei, a Verdade e a Justiça. Basta suspender por algumas semanas encontros com bandidos de estimação e com agentes funerários especializados no sepultamento de provas do crime.