BRDE empresta R$ 49,6 milhões para Cooperativa Ayurora, RS

O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul – BRDE e a Cooperativa Central Aurora Alimentos assinam um contrato de financiamento para a aquisição de duas unidades de abates, sendo uma de frangos e outra de suínos, localizadas no município de Erechim, pela Aurora.
O investimento da Aurora na compra será de R$ 108.437.500,00, dos quais R$ 49.593.000,00 serão financiados pelo BRDE em parceria com o BNDES, por meio do Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária – PRODECOOP.
A assinatura acontece durante a reunião de transferência da presidência do CODESUL para o governador João Raimundo Colombo, no próximo dia 4 de agosto.
“Este é um exemplo claro da importância regional do BRDE”, ressaltou o diretor-presidente Odacir Klein. Segundo ele, o Banco por atuar nos três estados do Sul, pode dar suporte para uma cooperativa que tem suas unidades localizadas nos quatro estados que compõem o CODESUL.
“Proporcionamos condições de financiamento para que a Aurora Alimentos adquirisse, no inicio deste ano, duas plantas de frigoríficos da Cooperativa Tritícola Erechim - Cotrel, garantindo o emprego, geração de renda, tributos, além de favorecer a manutenção dos agricultores familiares, seus cooperados, no campo em toda aquela região”, observou Klein.
AS UNIDADES – Com a aquisição, a Aurora passa a ser proprietária dos ativos da Unidade de Abate e Industrialização de Suínos, com capacidade para processar 418 mil cabeças/ano, e também da Unidade Abate e Industrialização de Aves, com capacidade 26,7 milhões de cabeças / ano. Os dois frigoríficos já respondem em conjunto por 7,8% da receita operacional bruta do conglomerado Aurora e sustentam 2.496 empregos diretos, que representam R$ 52,3 milhões em salários e R$ 11,6 milhões em encargos sociais.
A Aurora conta hoje com 13 cooperativas afiliadas, que congregam mais de 72 mil famílias. A cooperativa conta hoje com 15 plantas de processamento de proteína animal, duas de laticínios, seis fábricas de rações. Nas suas unidades trabalham mais de 26 mil colaboradores diretos. Mais oito mil pessoas trabalham nas cooperativas filiadas.

COOPERATIVAS - De 2011 a 2016, o BRDE financiou cerca de R$ 5 bilhões para cooperativas de produção dos três estados do Sul. Deste montante, as cooperativas de SC financiaram mais de R$ 1,3 bilhão, as do Paraná financiaram cerca de R$ 2,7 bilhões e as gaúchas mais aproximadamente R$ 1 bilhão. 

Maercelo Aiquel - E agora ?

E AGORA?

         Assistindo a votação sobre o acolhimento ou não da denúncia contra o “golpista” (segundo muitos bolivarianos) Michel Temer, lembrei-me do grande poeta Carlos Drummond de Andrade e da sua incomparável obra “José”, mais conhecida como “E agora, José?”.
          Depois da verdadeira pantomima orquestrada por um grupo de deputados, mais competentes a fazer baderna do que ter a postura digna de um parlamentar, posso comentar sobre o verdadeiro show de hipocrisia que – horrorizado – vi acontecer no plenário da outrora respeitada Câmara dos Deputados.
         Começo pela postura vergonhosa de alguns membros da nossa Câmara Federal, citando – entre outros tantos – os petistas gaúchos Maria do Rosário, Paulo Pimenta e Henrique Fontana. Estes foram alguns que, ao lado dos tradicionais anarquistas do PSOL Chico Alencar e Ivan Valente, fizeram do plenário da Câmara um picadeiro, ao comportar-se igual às piores torcidas organizadas dos clubes de futebol – desrespeitando o ato solene aos gritos de Fora Temer, e atirando papéis picados para cima.
         Saber encarar uma derrota com fidalguia é atributo para poucos e, certamente, estes não podem jactar-se de possuírem esta qualidade.
         Durante a coleta dos votos individuais de cada deputado, houve momentos hilários, como o da deputada Benedita da Silva (PT/RJ) ao “justificar” seu voto declarando que Michel Temer causou o desemprego de milhões. Teria sido ele em poucos meses, ou os governos do PT em anos?
         O caricato deputado Jean Wyllys também não poderia perder a oportunidade e atacar o presidente Temer por segregar os negros, a população LGTB, os índios e até os quilombolas. Quer dizer que somente agora, nos meses em que Temer governa o país, há esta segregação? Quanta hipocrisia!
         E tivemos um deputado que votou lembrando os moradores de rua. Acreditem se quiserem! Não bastasse tal despautério, este parlamentar apresentou-se diante do microfone (e das milhões de pessoas que assistiam à votação pela TV) vestindo um chapéu que remetia ao sambista Adoniran Barbosa. Isso em uma sessão solene da Câmara, e sem cantar nenhum samba. Só mesmo rindo. Para não chorar...
         Ah, e ainda houve uma figura ridícula, um papagaio de pirata que estacionou ao lado do microfone e fazia gestos e cara de experiente jurista a cada voto dos colegas. Pelo amplo conhecimento jurídico demonstrado deveria estar sentado numa cadeira do STF, e não pressionando seus colegas deputados.
         E agora, Globo? E agora, JN? E agora, petistas? E agora, bancada bolivariana?
         Quais os factoides irão criar para continuarem chamando a atenção?
         Tivemos também os fanáticos que aproveitaram os segundos de audiência gratuita para lançarem LULA 2018 e pedirem DIRETAS JÁ.
         LULA 2018 só se for numa cadeia!
         E DIRETAS JÁ, outra vez? Para um novo TEMER ser votado como vice do PT?
         Sobre isso, aliás, assistimos as duas maiores hipocrisias da noite: Enquanto meia dúzia chamava o presidente Temer de “golpista”, e de não ter recebido nenhum voto (isto depois da chapa Dilma/Temer ser considerada legalmente como uma só), outros diziam que a ex-presidente Dilma era honesta, e que o atual presidente é corrupto; esquecendo-se que ambos foram delatados pela mesma pessoa! Bota hipocrisia nisso...
         Quase encerrando, um breve comentário: para quem achou que os 227 votos NÃO representam apoio à volta do PT, quero lembrar apenas que Jair e Flavio Bolsonaro também votaram NÃO.
         Concluo transcrevendo uma estrofe do poema JOSÉ, escrito pelo mestre Drummond, Carlos de Andrade:
         Sozinho no escuro
          qual bicho-do-mato,
          sem teogonia,
          sem parede nua
          para se encostar,
          sem cavalo preto
          que fuja a galope,
          você marcha, José!
          José, para onde?


            E agora, José?