A ARTE E A LIBERDADE
Caros
amigos, neste meu artigo de hoje venho abordar um tema muito polêmico,
especialmente depois das acaloradas discussões nascidas das recentes exposições
“Queermuseum” (Santander Cultural, POA/RS) e “Bienal” (Masp, SP/SP).
O que
estamos assistindo é um verdadeiro festival de asneiras – comparado ao famoso
FEBEAPÁ, crônica do brilhante Stanislaw Ponte Preta (pseudônimo do escritor
Sérgio Porto) e publicada nos anos 60 – ditas e repetidas por pessoas que pouco
entendem ou nada sabem de Arte. A não ser de “fazer arte” (no sentido figurado,
como explica a conhecida gíria popular). São opiniões de ideologia política
pura.
Pois
bem, não me considero melhor que ninguém, mas fui educado pela minha falecida
mãe que, além de haver cursado o Instituto de Belas Artes, era mestra na
História da Arte. Depois de muito aprender em casa, tornei-me grande amigo (e
sou até hoje, graças a Deus que nos mantém vivos e lúcidos) de um dos maiores
experts em Arte do Brasil, um conhecido e respeitado marchand, e curador
de grandes exposições, que também me inspirou e ensinou bastante sobre o tema
ARTE.
Além
disso, e também de constantemente ler sobre o assunto, tive o prazer de visitar
e admirar os mais famosos museus de arte do mundo (tanto antiga, como
contemporânea e moderna).
E eu
tenho ficado literalmente pasmo com o volume de BESTEIROL que pessoas “ditas
cultas” vem exprimindo em relação aos citados episódios recentes, como se
entendessem um pouco – ao menos – do assunto.
Parto da
premissa (absolutamente VERDADEIRA) de que Arte é – sempre foi e sempre será –
um “território livre”, onde os artistas expõe aquilo que imaginam ser capaz de
demonstrar o que pensam.
Mas, não
posso ignorar que a liberdade de um tem limite restrito à liberdade do outro.
Ou seja, (para os maus entendedores) a liberdade de uma pessoa termina; acaba;
some; exatamente onde começa a liberdade da outra.
Também é
impossível construir um silogismo qualquer, sem a presença do necessário RESPEITO.
E quando me refiro a isto, falo do respeito básico ao princípio universal da
liberdade do seu semelhante. Ou seja, (novamente “desenhando” para os maus
entendedores) o respeito ao direito individual de cada pessoa. Explicando
melhor, a liberdade (qualquer que seja ela) não agrega jamais a “obrigação” de
fazer algo que não se deseja.
Assim
funciona numa exposição de arte, como na vida, onde ninguém DEVE (ou pode) SER
FORÇADO a fazer nada que não lhe interesse, ou que agrida a sua formação.
Por esta
singela razão, os maiores museus do mundo mantêm – em locais reservados e de
acesso privado – as obras de caráter “dito” pervertido, que possam causar
insultos a um determinado grupo ou que reflitam uma Arte não admitida como
convencional.
O que
fica subentendido com estas salas privadas: são liberadas a todos, porém há a
informação de que contém Arte “alternativa”, ou aquela cujas imagens agridem a
moral e os bons costumes. Só entra quem quer!
E, DATA
MÁXIMA VÊNIA, não cabe discutir, aqui e agora, os limites da moral e dos bons
costumes. Qualquer pessoa com mediana cultura geral sabe exatamente o que é
moral e o que é imoral. Afinal, vivemos e fomos criados numa civilização que
estabelece com exatidão os limites destes conceitos.
Os
tempos são outros, eu sei. Houve mudanças de comportamento (algumas tentadas
“na marra”, enfiadas “goela abaixo”da população), mas o princípio de liberdade
segue o mesmo.
Concluindo: NAS ARTES TUDO É VÁLIDO. DESDE QUE RESPEITADOS OS DIREITOS À
LIBERDADE DE OPÇÃO DE QUEM ADMIRA OU SIMPLESMENTE OLHA.
VÊ QUEM
QUER, SEM OBRIGAÇÃO NENHUMA E BEM AVISADO SOBRE O CONTEÚDO DE UMA EXPOSIÇÃO.
Assim,
ninguém será agredido nos seus princípios morais e/ou religiosos.
Ah, e
também acabariam as polêmicas, que só alimentam aqueles que precisam delas para
viver.