Adão Paiani - Mártires da insanidade

Mártires da insanidade
*Adão Paiani

Você certamente não sabe onde fica Janaúba, nem quem foram Heley de Abreu Silva Batista, Juan Pablo Cruz dos Santos, Luiz Davi Carlos Rodrigues, Juan Miguel Soares Silva, Renan Nicolas Santos, Cecília Davina Gonçalves Dias, Yasmin Medeiros Salvino e Ana Clara Ferreira Silva; mas precisa saber que essas pessoas, nesse lugar no coração do Brasil profundo, são as mais recentes vítimas dos resultados práticos da implantação das concepções ideológicas de esquerda na sociedade.

A professora Heley, e oito de seus alunos, crianças entre três e seis anos, são mártires da insanidade de seu algoz e de uma ideologia. Foram mortas em incêndio provocado intencionalmente pelo segurança da creche municipal da cidade ao norte de Minas Gerais onde viviam. Outras 43 crianças foram internadas em estado grave, por queimaduras e inalação tóxica.
O autor, de 53 anos, também morreu. Ele era paciente psiquiátrico, atendido em ambulatório num “Centro de Apoio Psicossocial (Caps)”, como prevê a lei que reformou o atendimento psiquiátrico, em 2001. Segundo o laudo “psicossocial”, sofria de "manias de perseguição", dentre outros distúrbios psíquicos. E mesmo assim, estava trabalhando em uma escola infantil, como forma de se “integrar” à sociedade.
Fosse a notícia de um celerado ingressando numa escola americana e disparando em crianças inocentes, a mídia estaria debatendo o uso de armas de fogo e condenando sua liberação. Como a tragédia foi em nosso quintal, a resposta é o silêncio, para evitar discutir uma de suas causas, o desmonte dos hospitais psiquiátricos no Brasil, defendida pela intelligentsia tupiniquim.

A “luta antimanicomial” é uma das bandeiras da esquerda brasileira e como tal o pressuposto é de “luta” contra algo, e não discussão sobre como aprimorar um sistema com distorções. A lógica, como sempre, é a desconstrução, sem a clareza do que colocar no lugar.

Desde o final dos anos 70 o Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM), um MST da área de saúde, defendia a ruptura com o modelo psiquiátrico clássico, propondo uma “sociedade sem manicômios”. Da mobilização nasceram iniciativas como o PL n° 08/91-C, do Dep. Paulo Delgado, não por acaso do PT, propondo a extinção dos hospitais psiquiátricos, sem dizer claramente o que fazer com seus pacientes.

Do projeto, veio a Lei 10.216/2001, ou “Lei Antimanicomial”, que nos legou doentes mentais vagando pelas ruas do país, sem amparo ou tratamento. Típico da lógica esquerdista, ao destruir algo sem medir as conseqüências.

Os princípios ideológicos antimanicomiais estão em diversos autores, como Michel Foucault, que em “A história da loucura” defendia que todos os “loucos” fossem soltos, independente do risco potencial que significassem para si próprios ou terceiros. A idéia aparentemente já estava em prática, pois muitos, além do autor, levaram isso a sério.

A clássica relativização esquerdista impõe dúvidas: quem é normal? O que é sanidade? Pedófilos são doentes ou diferentes carentes de aceitação? Artistas performáticos que enfiam imagens sacras no ânus, e o vigia de uma escola infantil que coloca fogo em crianças são mentalmente perturbados ou exercem um direito de expressão?
Quando uma ideologia tem por objetivo subverter a natureza das coisas, através de justificativas teóricas sem comprovação científica, e impõe sua concepção de mundo mediante instrumentos de desconstrução da ordem social, o resultado são tragédias nos locais mais improváveis, e tendo como vítimas Heleys, Juans, Pablos, Luizes, Renans, Cecílias, Yasmins e Ana Claras, que viviam distantes dos gabinetes refrigerados, das rodas de intelectuais e discussões acadêmicas, mas tiveram suas vidas tragicamente interrompidas por conta das idéias que brotam destes lugares.

Em homenagem a eles, clamamos pela revisão da lei antimanicomial, para que tragédias como essa não mais ocorram, e mais inocentes não sejam imolados no altar das idéias infames, saídas do lixo da história.

Artigo, Mary Zaidan, O Globo - Quadrilha olímpica

Artigo, Mary Zaidan, O Globo - Quadrilha olímpica

A compra de votos para que o Rio de Janeiro sediasse os Jogos Olímpicos de 2016 não é novidade – foi detonada em Paris no início do ano. Tampouco o vício do ex-governador Sérgio Cabral pela corrupção ativa. O que espanta na prisão de Carlos Arthur Nuzman, suspenso temporariamente da presidência do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), é o fato de a questão ter se limitado ao noticiário esportivo.
Pouco sobre a Copa do Mundo de 2014 e a Rio-2016 dizia respeito ao esporte. Ambos eventos enriqueceram os amigos do rei, energizaram candidaturas de petistas e aliados, e empobreceram o país.
O delator da trama pró-Rio-2016, Eric Maleson, que presidiu a Confederação Brasileira de Desportos no Gelo, diz que procurou as autoridades francesas depois de o governo da então presidente Dilma Rousseff ter “abafado” as denúncias que ele fizera, em 2013, à Polícia Federal. Ele afirma que a PF trabalhou com afinco e avançou muito, mas teria sido impedida de continuar - “por Brasília”.
Nem Dilma, nem Lula reagiram à acusação. Nenhum pio.
O interesse de trazer os jogos para o Brasil compunha a megalomania do ex-presidente Lula, custassem o que custaram, ou mais. E foi caríssimo. Uma conta a ser paga por várias gerações.
Estima-se que foram gastos em torno de R$ 30 bilhões com a Copa e outros R$ 37 bilhões com a Olimpíada do Rio. Mas a conta é infinita.
No caso do Rio, que até conseguiu acelerar obras do metrô e do BRT, além de concluir uma gigantesca intervenção urbana na área central, os equipamentos construídos para os jogos se deterioraram com rapidez acelerada.
Nada dos prometidos parques populares e áreas de treinamento de modalidades esportivas. O pouco que continua em pé foi salvo pelo investimento privado do Rock in Rio, com a transformação de parte do parque olímpico em Cidade do Rock.
E Deus salve o rock.
Além da amargura dos 7 x 1 sofridos pela seleção canarinho para a Alemanha, o mundial de 2014 deixou estádios moderníssimos e superfaturados, que exigem fortunas mensais dos governos estaduais para evitar que eles sejam ocupados pelas baratas.
A arena Pantanal acumula prejuízo superior a R$ 8 milhões depois de ter consumido R$ 628 milhões para ser construída. A de Pernambuco amarga vermelho semelhante e exige R$ 860 mil por mês em manutenção. E o escândalo maior – o Mané Garrincha, no Distrito Federal –, cuja reforma bateu em R$ 1,8 bilhão, gasta algo em torno R$ 8,4 milhões ao ano para se manter.
Tudo pago com dinheiro do cidadão que trabalha para quitar impostos e que quase nada recebe em troca. Por gente que o fisco insiste em chamar de contribuinte, mas que, certamente, não desejaria contribuir com tamanho desatino.
Nem os bilhões superfaturados com as arenas da Copa e nas obras olímpicas, nem as 16 barras de ouro de Nuzman, encontradas em um depósito de luxo na periferia de Genebra, poderiam ser amealhados apenas a partir da esperteza de uns e outros.
Ao que tudo indica, Nuzman teve sinal verde para comprar juízes olímpicos. Pagou por eles e embolsou sua parte do negócio.
Nada fez de diferente da prática idolatrada pelos governos petistas de que os fins justificam os meios, ainda que se inclua comissão pessoal, embolsada em espécie ou mimos.
É pouco provável que Nuzman tenha agido por conta própria, ou mesmo que seja apenas um dos integrantes do bando de Cabral. Assim como é dificílimo crer que Cabral tenha sido o criminoso mentor para que o Brasil de Lula, em 2009, vencesse a disputa da sede olímpica. Mas isso as investigações vão dizer.

Sabe-se, por ora, que Nuzman é caso de polícia. Mas tudo no entorno dele é política pura. E da pior espécie.

Artigo, Marcelo Aiquel - Cesare Battisti e o fim da gandaia

         Eu poderia iniciar este breve artigo citando um conhecidíssimo provérbio de origem portuguesa, que diz: O tempo é o senhor da razão.
         Nada como o tempo para mostrar “quem é quem”...
         Mas, prefiro – para melhor adaptar-me ao caso – utilizar o velho ensinamento que a vida nos dá: jamais confie em um bandido.
         Ora, qualquer pessoa sabe que confiar em bandido é o mesmo que achar que o cachorro (aquele mesmo, doido e muito agressivo) da sua rua vá lhe poupar só porque – um dia – você foi bonzinho com ele.
         Como se a maldade e a absoluta falta de caráter de alguém com instinto assassino pudesse ser esquecida com o tempo. Todo mundo sabe que natureza é natureza. E sempre será!
         Assim a humanidade caminhou, até que nesta semana o facínora italiano Cesare Battisti foi capturado pela PF ao tentar evadir-se do país, com os bolsos forrados de grana. 
         Pois, não é que depois de “ser apadrinhado pelo PT” (leia-se Tarso Genro, Lula da Silva, e Luiz Eduardo Greenhalgh) o assassino italiano condenado conseguiu permanecer no Brasil, FINGINDO SER O QUE NUNCA FOI e evitando uma extradição para a Itália, onde cumpriria uma pena de prisão perpétua. Ele “enganou” a quem, aqui?
         Afinal, lá na Itália o “coitadinho” só assassinou quatro pessoas!
         Foi julgado e condenado, sem direito a recurso.
         Mas, com a ajuda providencial dos novos “amigos bolivarianos” não só ficou aqui – a são e salvo da justiça italiana – como se tornou uma personalidade ilustre, ao ponto de ser recebido, “com honras de visitante VIP”, pelo então governador gaúcho Olívio Dutra, outro membro ativo da esquerda bolivariana nacional. Aquele mesmo “político ético” que mandou embora uma fábrica da Ford, sob o argumento ridículo de que nem tudo que é legal, é moralmente aceitável. E foi assim que o município de Camaçari/BA cresceu economicamente de forma avassaladora. Ah, e com um “pequeno detalhe”: Nenhum governo petista baiano (posterior à instalação daquela montadora lá) se dispôs a acabar com o investimento que era moralmente inaceitável...
         Voltando ao bandido italiano, ele quis fazer crer que não pretendia fugir. Não! Ele “somente” queria fazer compras no maravilhoso polo comercial existente na fronteira com a Bolívia. Então tá. Acreditar neste vagabundo condenado?

         SÓ SE EU FOR TROUXA; CAPACHO; OU TELEGUIADO!