Os membros das elites revolucionárias = as nomenklaturas
comunistas-- que conduziram seus povos ao desastre social e econômico sempre
encheram as burras com a corrupção desenfreada, e viveram (alguns ainda vivem)
como nababos atolados na degradação. Essa descrição também vale para o Brasil.
Depois de 13 anos de hegemonia política petista no país, com Lula e Dilma à
frente da presidência, o país afundou na maior crise de corrupção de sua
história, desvelada pela Operação Lava-Jato. O petismo é uma versão dos
movimentos salvacionistas que têm a corrupção sistêmica na seu DNA. O crime
praticado em escala de massa está em sua carteira de identidade. Não se trata,
como querem acreditar alguns, de um componente marginal do comportamento de uma
oligarquia, mas de um modus operandi essencial de um grupo político
que se julga condutor de transformações radicais na sociedade e que lança mão
de expedientes criminosos sistêmicos (propina, caixa-dois) para manter-se no
poder por meio da manipulação deliberada da máquina estatal. A esse tipo novo
de oligarquia associaram-se gangues veteranas do PMDB e do PP que, em
troca de apoio para a governabilidade, aliaram-se ao petismo para saquear
estatais e controlar a burocracia oficial.
Discutir a corrupção no Brasil nos termos que a
intelligentzia do PT propõe é uma agressão à capacidade analítica das pessoas
razoavelmente informadas, não contaminadas por qualquer forma de esquerdismo.
Os petistas não podem ser vistos como isoladamente corruptos ou criminosos,
como quaisquer outros podem ser. Eles não são apenas ladrões. Eles são
doutrinariamente, coletivamente expropriadores e não possuem nenhum senso de
vergonha acerca dos desvios que cometem. A relação de um petista com a
delinquência é, em termos analíticos, a de um sociopata e o maior exemplo
desta relação é o comportamento de Lula, que de pelego sindical alçou-se à
condição de presidente da República na liderança de quadrilhas formadas por
esquerdistas revolucionários e sindicalistas habituados a práticas corruptas.
Basta, prestar atenção nas suas declarações vitimistas e estabanadas, que
expõem uma degeneração moral incomum para os padrões éticos habituais ou nas
sandices de uma Gleisy Hoffman, a atual presidente do PT, ela também implicadas
em roubalheira desenfreada. Ou, ainda, a de um Tarso Genro que, só para
lembrar, quado era ministro da Justiça de Lula, fez de tudo para abrigar no país
o terrorista assassino italiano Battisti. Gleysi e Genro, mesmo em meio ao
dilúvio de acusações e condenações da Lava-Jato, permanecem hígidos na defesa
da companheirada e articulam sempre a mesma ladainha de que foram alvos de um
golpe parlamentar, de uma conspiração da direita. Este infantilismo doentio é
ao mesmo tempo revelador e eficaz. Revelador da mentalidade revolucionária e
eficaz para manter a militância mobilizada.
No plano de quem os apoia, os caciques petistas são ainda
vistos, em que pese a proporção oceânica da delinquência de suas ações e
contrariamente aos fatos, como exemplos de lutadores pela causa da justiça
social e vítimas de uma perseguição política orquestrada pelo Judiciário, pelo
Ministério Público, pela grande mídia e, nos termos que eles usam, por uma
direita onipresente. Isto porque a adesão ao PT é ou a adesão a uma forma de
vida no crime ou ao consentimento a ele e manifesta ou a idiotia agressiva de
boa parte a militância ou a cumplicidade sem-vergonha da claque de celebridades
e intelectuais orgânicos que sempre se lambuzou no patrocínio de estatais e no
financiamento manipulado da Lei Rouanet . Mesmo os mais puritanos dentre os
petistas, sejam eles os mais ingênuos ou os mais fanáticos, na medida em que
adotam o credo segundo o qual partido deve permanecer no poder para sempre e a
qualquer custo e que, na vida política, se trava sempre uma guerra de qual
"eles" -os inimigos- devem ser eliminados, aderem à doutrina tácita
de que vale o fim último a ser atingido por qualquer meio; ou seja, a superação
da economia capitalista, com seus valores e hábitos burgueses. O petista médio
imediatamente se solidariza com a práxis subversiva da ordem econômica e
política burguesa e sua expressão, o estado democrático-constitucional. Para a
mente revolucionária, importa apenas, ao sujeito psicótico em seu estado de
alucinação permanente – e que pensa como integrando um movimento coletivo de
transformação historicamente determinada- derrubar as instituições e a cultura
dominantes, por meio de um vale-tudo em que convivem desde as mais diversas
formas de relativismo ético, nihilismo e rebeldia no plano moral, a articulação
de padrões de financiamento pervertidos junto a grandes conglomerados
empresarias como as megaempreiteiras, a gatunagem em nome da causa, até a luta
armada, se for o caso. Tudo isto passando pela eliminação necessária das
oposições, por qualquer meio, não somente no plano político-institucional, mas
nas esferas moral e cultural. Se não fosse o processo de impeachment que
defenestrou Dilma Roussef e o PT do poder, é bem possível que estivéssemos,
hoje,vivendo um caos econômico e uma insegurança institucional aguda.
A Lava-Jato estancou a sangria dos cofres públicos e
demonstrou ao país que era possível desbaratar, ainda em tempo, a organização
criminosa petista. Lula, hoje, está condenado por corrupção em um dos seis
processos que responde na Justiça Federal. As últimas notícias dão conta de que
Dilma Roussef também sentará no banco dos reús. Eles se somam aos demais
membros da cúpula petista processada por roubalheira. Nada disso era concebível
há quatro anos, mesmo que analistas tenham, há mais tempo, diagnosticado a
natureza totalitária do petismo e as consequências perniciosas para o país de
sua permanência no poder. A Lava-Jato, sem dúvida, está escrevendo um capítulo
decisivo da história da República.