Bolsonaro e Mourão já não se entendem como antigamente


O presidente eleito Jair Bolsonaro impôs uma espécie de “lei do silêncio” ao seu vice, Hamilton Mourão. A recomendação, repassada ao ex-general por meio de aliados mais próximos, é de que o militar adote uma postura mais discreta.
O general, que por diversas vezes afirmou que não gostaria de ser mera “peça figurativa”, não deverá ter espaço para atuar no governo, segundo interlocutores do grupo de transição. Pelo desenho atual da estrutura, a Vice-Presidência não terá secretarias subordinadas ou atribuição pré-definida.
Após a vitória em segundo turno, chegou-se a especular que Mourão seria um “gerente” no governo, coordenando os ministérios. Mas, se depender de Bolsonaro, o militar da reserva só responderá às demandas específicas do presidente quando for solicitado.
Diferente de outras ocasiões em que teve declarações desautorizadas por Bolsonaro, o impasse agora surgiu justamente pelo desempenho de Mourão nas entrevistas à imprensa. A avaliação é que Mourão, ao construir interlocução com jornalistas, trabalha para se sobressair ao presidente eleito.
Por meio de sua conta no Twitter, o ex-general criticou quem, segundo ele, tenta gerar conflitos internos na equipe do futuro governo. “A mídia tradicional insiste em criar antagonismos na equipe vencedora do pleito, mas não conseguirá”, postou recentemente.
Atritos
Os atritos entre Bolsonaro e general Mourão surgiram ainda durante a campanha. Com Bolsonaro hospitalizado após levar uma facada durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG), no dia 6 de setembro, Mourão chegou a afirmar que poderia assumir os compromissos eleitorais, incluindo debates, mas foi desautorizado pelo então presidente do PSL, Gustavo Bebianno.
Mourão limitou-se a participar de eventos fechados, mas suas declarações (como a que lares apenas com mães e avós são “fábrica de desajustados”) seguiram repercutindo mal e incomodando o núcleo duro da campanha. O vice foi advertido três vezes para que fosse mais comedido em seus discursos.
Na quarta vez, Bolsonaro decidiu por ele mesmo expor a rusga com o companheiro de chapa e foi ao Twitter desautorizá-lo, após o general dizer que o 13º salário e o abono de férias, dizendo que são “jabuticabas brasileiras.” Procurada, a assessoria informou que não iria se manifestar.

As 7 forças que mudarão o futuro da economia global


A chegada da internet no início dos anos 1990 é uma das últimas quebras de paradigma que transformaram profundamente a economia e a vida das pessoas. A internet foi uma mudança com impacto tão radical (ou quase tão radical), quanto teve uma vez o modelo heliocêntrico de Nicolau Copérnico ou a teoria da relatividade de Albert Einstein, argumenta Jeff Desjardins, editor do livro Visualizing change: a data-driven snapshot of our world ("Visualizando a mudança: um retrado baseado em dados do nosso mundo", em tradução livre).

No mundo dos negócios, acrescenta o fundador do site Visual Capitalist, a transformação tecnológica é a maneira mais óbvia de promover mudanças nos mercados.

Mas também os novos consensos nesta área podem ser impulsionados por indivíduos (como Steve Jobs, Warren Buffett ou Jeff Bezos); modelos inovadores (como SpaceX, Uber ou Spotify); mudanças na mentalidade dos consumidores (como a inclinação para energias renováveis); ou alterações no equilíbrio da influência econômica no mundo (como a ascensão da China).

"Isso significa que grandes oportunidades podem vir de qualquer lugar", diz Desjardins.

"A mudança de paradigma de amanhã está acontecendo em algum lugar hoje", acrescenta.

E pode vir de mãos dadas com o crescimento econômico da África, a explosão das criptomoedas, a onipresença da inteligência artificial, a revolução verde ou em qualquer outro fator, ressalta o editor.

Nesta reportagem, selecionamos sete forças que vão mudar o futuro da economia, de acordo com as informações contidas no livro.


1. A invasão dos gigantes da tecnologia
Durante décadas, as empresas líderes a nível mundial focaram na produção industrial em série e em larga escala ou na extração e processamento de recursos naturais. É o caso de companhias como a Ford, General Electric e ExxonMobil.
Ao longo do tempo, corporações da área de finanças, telecomunicações ou vendas de produtos de varejo entraram na lista das 10 empresas com valor de mercado mais alto. Mas agora a tecnologia e o comércio se uniram de tal maneira que a informação se tornou mais valiosa do que os ativos físicos.
A mudança de paradigma acelerou tão rapidamente que, nos últimos cinco anos, a lista das maiores empresas com ações negociadas na bolsa mudou radicalmente, como mostra o gráfico abaixo.

As 5 maiores empresas negociadas na bolsa — Foto: BBC
2. Aceleração do crescimento chinês
Embora não seja algo novo, chama a atenção a velocidade com que a economia e o desenvolvimento tecnológico chinês avançam. Atualmente, a produtividade econômica de algumas cidades da China é maior do que a de países inteiros.
De fato, o país tem mais de cem cidades com mais de um milhão de habitantes. Elas foram desenvolvidas com base na criação de fábricas, na extração de recursos naturais ou no gerenciamento de dados.
Um exemplo é o desenvolvimento observado em cidades ao redor do rio Yangtze, onde estão localizadas Xangai, Suzhou, Hangzhou, Wuxi, Nantong, Ningbo, Nanjing e Changzhou. Esta última, com um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 2,6 trilhões, superior ao da Itália.
Por enquanto, as estimativas indicam que, entre 2017 e 2019, a China será a economia com a taxa de crescimento mais alta (35,2%) e que, até 2030, ultrapassará os Estados Unidos como líder na economia mundial.

3. Ascensão das megacidades
Nas próximas décadas, o crescimento populacional das cidades transformará a economia global. As projeções sugerem que haverá uma estabilização das taxas de natalidade nos países ocidentais e na China, enquanto será observado um boom demográfico e uma rápida urbanização em nações africanas e no restante da Ásia.
Esse fenômeno, muito estudado, é conhecido como a ascensão das megacidades.
Até o fim deste século, a África terá pelo menos 13 megacidades maiores do que Nova York.

4. O aumento da dívida
Estima-se que haja no mundo uma dívida acumulada de mais de US$ 240 trilhões, dos quais US$ 63 trilhões são empréstimos de governos.
Os Estados Unidos, a Europa e algumas economias emergentes aumentaram seu nível de endividamento nos últimos anos, aproveitando o ciclo de baixas taxas de juros. Nos Estados Unidos, a dívida pública subiu recentemente, enquanto o déficit fiscal do país continua a crescer rapidamente.
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o Japão tem uma dívida de 253%; Estados Unidos, de 105%; Espanha, de 98%; Reino Unido, de 85%; Brasil, de 74%; e México, de 46%, para citar alguns exemplos.
E a nível global, os países que acumulam mais dívidas em relação aos outros são os Estados Unidos, o Japão e a China.

5. A velocidade da mudança tecnológica
Entre as grandes inovações tecnológicas da história moderna, estão, por exemplo, a criação da eletricidade, do telefone, do carro ou do avião. A massificação desses produtos levou, em alguns casos, várias décadas, considerando o tempo decorrido entre o desenvolvimento do primeiro protótipo e a ampla adesão por parte dos consumidores.
Estima-se que no caso do carro foram cerca de seis décadas; do telefone, cinco; e dos cartões de crédito, mais de 20 anos.
Hoje, no entanto, pode levar apenas alguns meses para o mercado adotar uma nova tecnologia.

6. Barreiras comerciais
Após a Segunda Guerra Mundial, o mundo começou a eliminar progressivamente as barreiras comerciais entre os países.
Mas essa tendência foi recentemente desafiada por países como os Estados Unidos que, em 2018, impuseram tarifas a vários produtos chineses, desencadeando uma guerra comercial de milhões de dólares entre Washington e Pequim.
A dúvida nesse sentido é se o mundo continuará avançando rumo ao livre comércio ou se vão surgir novas regras nas relações comerciais entre os países, fenômeno que o livro descreve como o "paradoxo comercial".

7. A Revolução Verde
O uso crescente de energias renováveis acelerou nos últimos anos, à medida que os custos de produção diminuíram e as tecnologias avançaram.
Algumas projeções indicam que, em duas décadas, a energia solar e a eólica vão responder por quase metade da capacidade elétrica instalada no mundo. Outras sugerem que até o ano de 2047 haverá cerca de 1 bilhão de carros elétricos em trânsito pelo mundo.
E o investimento em energias mais limpas pode chegar a US$ 10,2 trilhões a nível global no ano de 2040, segundo as cifras apresentadas no livro.

Bruno Dornelles - A guerra fria voltou? Não, apenas estava adormecida.


As tensões da crise gerada pela permanência de mísseis soviéticos em território cubano, o mais próximo que estivemos de uma nova guerra mundial, ainda corre por nossa memória, principalmente depois de confrontados com a notícia de que a Rússia passou a efetuar exercícios militares e a mover aviões cargueiros, capazes de carregarem um míssil nuclear, para dentro do território venezuelano. Isso porque, após a crise dos mísseis de Cuba, nossos professores de história – em sua grande maioria, hipnotizados por uma ideologia marxista que ou simpatizavam ou simplesmente reproduziam – nos fizeram crer cegamente que ocorrera uma surpreendente reviravolta, na qual a Rússia subitamente deixou o vermelho, a foice e o martelo de lado. Assim, o comunismo tratava-se apenas de um elemento de seu passado e, em que pese a dominação cultural marxista continuasse a todo gás no mundo inteiro, a Rússia subitamente abriu mão do totalitarismo socialista para se sentar junto às nações do então mundo livre.

Enquanto isso acontecia, Brasil, América Latina, Estados Unidos e Europa eram absolutamente tomados por dentro pela ideologia comunista e pela subversão cultural. Não obstante, herdeiros da antiga KGB tomavam o trono e posições de destaque na Rússia – como Vladmir Putin, ex-chefe -, tudo para causar o jogo de encenações que continuaria a erguer a antiga Revolução Bolchevique como o acontecimento máximo russo, porém agora, também da restauração dos valores ocidentais que a própria União Soviética destruiu. Dessa forma, a Rússia atual se colocou contrária à tão negada corrente chamada globalista, elevando seu mestre intelectual e filho de membros da KGB, Aleksandr Dugin, a declarar guerra ao que chamava a seita do Clube Bilderberg e de George Soros.

Contudo, neste mar de comunistas e globalistas, estes não esperavam pelos novos players orgânicos que surgiriam nos últimos anos: Estados Unidos, Polônia, Hungria, Inglaterra e, surpreendentemente, o Brasil. Enquanto o eixo orgânico do mundo livre se prepara para resistir internamente contra socialistas e globalistas, a Rússia parece se aproveitar da prudência americana no continente e da existência de um aliado de Israel na presidência do Brasil, para, enfim, utilizar o idiota útil que sobrou do paciente terminal chamado Foro de São Paulo, Nicolas Maduro.

Eis a parte mais assustadora: o bloco chino-russo possui o maior arsenal militar já visto pela humanidade. Ao passo em que interesses cirúrgicos vão se revelando, as peças destes três players – isso sem considerar o próprio Islã como um quarto – passam a se mover. Assim, tudo indica que os desentendimentos futuros podem ser muito superiores a um fator que pôde atualmente se manter isolado, como no caso da Síria.

Fato é: o socialismo e o globalismo chegaram silenciosamente e arrebatando os cidadãos mais comuns, ao arrepio das casas familiares que ainda conservavam valores e o cristianismo, e passaram, após um tempo de mornidão, a elegerem seus próprios líderes e os colocarem no poder. Ao passo que a resistência dessas famílias pela própria liberdade econômica, cultural e religiosa aumenta nas localidades, a pressão mundial socialista e globalista também tendem a aumentar. Os tempos são propícios: muito mais do que um novo período de entrega da humanidade aos grandes players da esquerda, é o julgamento moral dos homens dos nossos tempos.


Bruno Dornelles
Advogado especializado em Direito Tributário e mestre em Direito Público