Chesterton dizia que não há problema em não acreditar em
Deus; o problema é que quem deixa de acreditar em Deus começa a acreditar em
qualquer outra bobagem. Sempre penso nisso quando vejo essas "religiões
seculares" que tomaram conta do mundo pós-moderno. O socialismo como
ideologia; o ambientalismo como seita fanática; a turma dos direitos dos
animais dando mais importância para um ovo de tartaruga do que para um feto
humano; etc.
Quando o sujeito adere a uma dessas "religiões"
de forma cega, isso lhe fornece uma sensação de superioridade moral. Basta ele
usar sacola não-reciclável para ir ao mercado, ser vegano ou condenar o
canudinho plástico que já se sente a alma mais pura e bondosa que já pisou na
Terra. E passa a olhar para os demais com certo desprezo, como um ungido
iluminado olharia para um bárbaro.
Nesse monopólio das virtudes, sem precisar gastar muita
caloria, os meios passam a não importar tanto. Se é a sobrevivência da democracia
em jogo, então parece um pequeno preço combater com violência esses
"fascistas", certo? E eis que os membros da Antifa, com esse nobre
propósito, são os primeiros a adotar métodos fascistas e, mascarados, agridem
ou intimidam senhorinhas conservadoras nas ruas.
Se a meta é nada menos do que salvar o planeta, vale a
mesma lógica. O que são alguns projetos stalinistas de controle total da
economia e de nossas vidas em troca da continuidade de Gaia? E que tal jogar
óleo em frente ao Palácio do Planalto para "protestar" contra o
governo de direita? Os fins justificam quaisquer meios. Só que o alvo é sempre
seletivo: quase nunca é de esquerda!
Ou alguém acha mesmo que a cena patética promovida pelo
Greenpeace teria ocorrido se o presidente fosse Lula? A politização dessas
crenças é evidente. E se não quer acreditar em mim, ao menos acredite em
Patrick Moore, um dos fundadores do Greenpeace: "o movimento ecologista
tornou-se a mais intensa corrente a impedir o desenvolvimento nos países
subdesenvolvidos".
O que une essas seitas todas é o ódio comum que sentem
pelo capitalismo liberal e o progresso. Além de um toque de misantropia com
niilismo, claro.