Despencam números da violência em Porto Alegre

A parceria do Município com o Estado para reforçar a segurança pública e garantir o bem-estar da população continua obtendo bons resultados na diminuição da criminalidade. Conforme dados divulgados pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) nesta quinta-feira, 12, a queda crescente, mês a mês, no roubo de veículos demonstra a consolidação do cenário de melhora dos indicadores em Porto Alegre. De janeiro e novembro deste ano, foram 3.339 ocorrências a menos frente a igual período de 2018. O número de carros roubados caiu de 7.767 para 4.428, o que representa redução de 43%. 

A maior agilidade na troca de informações, a intensificação da cooperação e o fortalecimento da estratégia de inteligência repercutiram no progresso das ações de segurança na Capital. O Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM), instalado pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior em 25 de abril, também teve papel importante nos resultados. O gabinete funciona como um canal de conexão entre todos os órgãos de segurança pública nas três esferas de governo atuantes na cidade.

A tecnologia é uma grande aliada no combate ao crime. Implantado em agosto de 2018, o cercamento eletrônico impactou de forma significativa na redução das ocorrências. O sistema monitora em média 850 mil veículos por dia, com um índice de alerta diário de cinco carros furtados ou roubados identificados. Desde a sua instalação, 716 veículos foram recuperados com auxílio e registro no sistema.

Na avaliação de Marchezan, o trabalho integrado entre as forças de segurança estaduais e municipais é indispensável no enfrentamento do crime. “Promovemos mudanças importantes, como dar uma postura mais proativa à Guarda Municipal como órgão de segurança. Criamos a Ronda Ostensiva Municipal (Romu) e o cercamento eletrônico, que diminuiu os furtos e roubos”, enfatiza. “Com isso, o Município contribui de forma relevante para garantir o bem-estar das pessoas e impactar na diminuição dos crimes”, acrescenta. 
Tecnologia - O comandante-geral da Brigada Militar, coronel Rodrigo Mohr Picon, salienta que a atuação conjunta proporciona informações importantes para combater quadrilhas organizadas e efetuar prisões em flagrante. “A participação das secretarias municipais, além da Segurança, são essenciais para restabelecer a ordem pública. O trabalho de inteligência do Comando de Policiamento da Capital, por exemplo, permitiu este ano a prisão de mais de 650 criminosos por roubo ou receptação de veículos”, informa.
Outra inovação é o Detetive Cidadão, funcionalidade do aplicativo #EuFaçoPoa. Com a ferramenta, é possível fotografar a placa de um veículo suspeito e verificar sua situação. Quando ocorre um alerta de carro roubado ou furtado, o sistema de monitoramento emite imediatamente uma notificação à Brigada Militar, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal e Guarda Municipal, informando os dados da placa, que passa a ser acompanhada em tempo real.

Para o secretário municipal de Segurança, Rafael Oliveira, a utilização da tecnologia é uma alternativa eficiente na obtenção de bons resultados. “O aporte tecnológico é um auxiliar eficaz na atuação dos policiais quando associado ao uso da inteligência. São ferramentas que permitem menos exposição dos agentes a situações de risco e economia dos cofres em tempos de carência de recursos”, avalia.

Homicídios caem

Assim como entre janeiro e novembro o número de vítimas de assassinato no Rio Grande do Sul caiu 26,2% (queda de 2.191 para 1.616), Porto Alegre também apresentou cenário de retração. Na Capital, o acumulado de vítimas de homicídio, desde janeiro foi de 279, teve queda de 44% frente às 498 registradas em igual intervalo do ano anterior. Considerando apenas novembro, o número caiu de 29, em 2018, para 18, no mês passado.

Menos latrocínios

Entre janeiro e novembro, a retração do latrocínio em Porto Alegre foi de 23,1% em relação a igual período do ano passado, com o total de ocorrências baixando de 13 para 10. No acumulado do ano no RS, foram 65 roubos com morte e redução de 21,7% diante dos 83 casos em igual período de 2018. O número atual é menor desde 2009, quando houve 57 ocorrências.



“Nova” CPR promete injetar bilhões no campo


Mudanças previstas na “MP do Agro” tendem a tornar a tradicional Cédula de Produto Rural mais atraente.

A matéria é de Rafael Walendorff, do jornal Valor

Criada em 1994, a Cédula de Produto Rural (CPR) amadureceu e se tornou um dos principais meios de financiamento no campo nas últimas décadas. A emissão do título, relativamente barata, garante recursos antecipados a agricultores e pecuaristas em troca da promessa de entrega da produção ao comprador (CPR física) ou de pagamento em dinheiro após a comercialização (CPR financeira). Com o avanço das tecnologias e a proliferação de alternativas de crédito, porém, questões que limitam o uso da ferramenta burocráticas ou que reduzem sua liquidez – tornaram-se barreiras que alterações feitas na semana passada na Medida Provisória 897/2019, a “MP do Agro”, prometem derrubar.
O objetivo é tornar o papel mais atraente e dinâmico, para que possa ser usado em um número maior de operações de crédito e possa ajudar a alavancar dezenas – ou centenas – de bilhões de reais em oferta de recursos para operações rurais no futuro.
“Coringa” a CPR, a partir das mudanças propostas, poderá ser emitida de forma eletrônica, em moeda estrangeira, por residentes ou não no país, por agroindústrias de beneficiamento ou de “primeira industrialização” e até para produtos que não são negociados em bolsa. De quebra, propriedades poderão ser divididas para facilitar que sejam oferecidas como garantia nas operações.
. Obrigatoriedade de registro elevará custo
Apenas para custeio, a agropecuária nacional demanda cerca de R$ 450 bilhões por ano. Esse valor, somado à necessidade de recursos para investimentos, industrialização e comercialização, é que alimenta as projeções para o potencial das CPRs. “Nosso agronegócio, em poucos anos, precisará de algumas centenas de bilhões de reais adicionais e estamos construindo um mercado de crédito capaz de suprir essa demanda. Sem dúvida alguma, a maior parte das necessidades virá via CPR”, afirma José Ângelo Mazzilo Júnior, secretário-adjunto de Política Agrícola do Ministério da Agricultura.
Cálculos d startup PagAgro indicam que apenas a cadeia de insumos gira de R$ 120 bilhões a R$ 140 bilhões por ano para financiar a produção agrícola brasileira, e que entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões são lastreados com CPRs.
O subsecretário de Política Agrícola e Meio Ambiente do Ministério da Economia, Rogério Boueri, está confiante de que a repaginação da CPR de fato vai revigorá-la.
Para as emissões de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), opção que ganha cada vez mais força no financiamento de agroindústrias, nas quais o título é usado como lastro, será fundamental – tanto para operações em real como em moeda estrangeira. “As emissões de CRA em moeda estrangeira, por exemplo, poderão dobrar” aposta.
De janeiro a novembro, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), as emissões de CRA totalizaram quase R$ 11 bilhões, ante cerca de R$ 6 bilhões no mesmo período de 2018 – conforme a PagAgro, cerca de 10% delas lastreadas com CPRs. Na B3, o estoque de recursos referentes a esses papéis chega a R$ 42 bilhões. O governo estima que as “novas” CPRs, reforçarão a já forte tendência de expansão dos CRAs, que poderão passar a injetar mais de R$ 80 bilhões por ano no mercado a partir de 2025.
No texto original, a “MP do Agro” previa vinculação do patrimônio afetado apenas à bancos. Com as mudanças, que para entrarem em vigor ainda dependem de aval dos plenários da Câmara, do senado e sanção presidencial, outros agentes passarão a acessar o novo modelo de fracionamento da propriedade nas operações com CPRs. “Investidores, tradings, agroindústrias, todos vão poder trabalhar com patrimônio de afetação”, avalia o consultor José Carlos Vaz, que já foi secretário de Polícia Agrícola do Ministério da Agricultura e diretor de Agronegócios do Banco do Brasil.
Agroindústrias de beneficiamento e de “primeira industrialização” de produtos agropecuários como grãos, carnes, leite, florestas plantadas e pescados, entre outros, também poderão emitir CPRs, o que até agora é restrito a produtores e cooperativas. Para o vendedor, o título não será isento de Impostos sobre Operações Financeiras (IOF), e para o comprador haverá incidência de Imposto de Renda sobre o rendimento. Mas Vaz diz que, mesmo assim, médios frigoríficos, fornecedores de insumos e prestadores de serviço serão estimulados a operar com a cédula. “A CPR vai virar um instrumento poderoso para a mais poderosa cadeia de negócios do país”.
Outros consultores e integrantes do governo ouvidos pelo Valor ressalvam, porém, que as empresas podem operar outros títulos isentos de tributação, o que pode restringir seu interesse em elevar os negócios baseados em CPRs.
A emissão de CPR em dólar, que já estava prevista no texto original da “MP do Agro”, a partir das mudanças propostas também poderá ser usada em operações com produtos que não são negociados em bolsas. Uma lista de 70 itens que fazem parte da puta de exportação do Brasil e estão “acostumados” com ambiente dolarizado, como frutas, pescados e produtos florestais, deverá ser construída pelo setor de agronegócios em parceria com o Ministério da Agricultura e levada ao Conselho Monetário Nacional (CMN) para uma decisão final.
“O produtor vai fazer a avaliação de risco. Mas, para casar fluxo de receita com despesas, que muitas vezes já é em dólar, é bom que ele tenha a possibilidade de emitir CPR em outra moeda”, afirma Fernanda Schwantes, assessora técnica da Comissão Nacional de Política Agrícola da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Quanto á preocupação do governo sobre uma possível disparada de endividamento em dólar em alguns segmentos – como aconteceu no mercado de leasing de veículos no fim dos anos de 1990 -, Schwantes diz que caberá às associações instruir os produtores sobre os riscos e as condições ofertadas.

Artigo, Beto Albuquerque, Zero Hora - Somos quase 5 milhões de doadores


Em dezembro de 2007 fui surpreendido pela notícia que meu filho Pietro estava com leucemia. Era necessário um transplante de medula. Para tanto, precisávamos de um doador compatível com ele. Não conseguimos. Éramos somente 750 mil doadores cadastrados no Brasil. Durante nossa luta, como deputado federal, apresentei o projeto de lei para instituir a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea. O Pietro não encontrou um doador e morreu em fevereiro de 2009. Um dia após a sua perda, foi sancionada a Lei que institui a semana entre os dias 14 e 21 de dezembro para ações de conscientização e mobilização. A luta pela vida não podia parar.
 Desde então, anualmente, muitas pessoas, entidades e governos no Brasil todo se envolvem na causa, mobilizando a sociedade sobre cadastro, doação e transplante de medula. Neste ano, chegamos a XI Semana de Mobilização Nacional para Doação de medula Óssea. Avançamos muito, quebrando a barreira da desinformação e do medo que ainda impedia muita gente de tomar a iniciativa de realizar este ato de solidariedade a quem precisa de ajuda para continuar vivendo.
A realidade é dura e exige a solidariedade de todos, afinal temos no Brasil cerca de 10.800 casos novos de leucemias todos os anos e pelo menos para metade destes pacientes a vida está num transplante de medula.
A boa notícia a ser comemorada é que neste momento estamos chegamos a cinco milhões de doadores cadastrados no Registro Nacional de Doadores, Redome. A qualificação do nosso banco permitiu estabelecer relação e vínculo com todos os bancos de doadores de medula dos Estados Unidos e da Europa.  Portanto, somados os doadores brasileiros, americanos e europeus hoje somos 34 milhões de doadores no mundo dispostos a salvar vidas.
Um exército mundial de voluntários e amigos da vida!
Com o aumentou do número de doadores aumentou também o número de transplantes de medula no Brasil. Muitos seguem vivos graças a esta mobilização solidária, voluntária e consciente de quem vai no hemocentro e se cadastra pra ser um doador de medula.
Se você já é um doador atualize seus dados em redome.inca.gov.br/doador, mas se você ainda não é, vá até um hemocentro e faça seu cadastro. É fácil, você tira até 8 ml de sangue, preenche teus dados pessoais e se soma aos milhões de anjos já cadastrados.
A solidariedade não tem preço e fiquem certos de que doar medula salva vidas!

Assaltos a ônibus de Porto Alegre despencaram 78% em quatro anos


Os registros de assaltos a ônibus em Porto Alegre caíram 78% nos últimos quatro anos, desde a criação da Força-Tarefa de Combate a Roubos no Transporte Coletivo da Capital. Os dados são dos consórcios e da Carris e foram divulgados na última reunião do ano do Fórum do Transporte Seguro, no Auditório da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). Informações da Brigada Militar e Policia Civil também refletem o resultado positivo do alinhamento entre os envolvidos no combate a essas ocorrências.

O número de assaltos a ônibus passou de 855, de janeiro a novembro de 2016, para 185 no mesmo período em 2019, 78% a menos. O secretário extraordinário de Mobilidade Urbana de Porto Alegre, Rodrigo Tortoriello, parabenizou os envolvidos e destacou que o resultado auxilia o Projeto de Priorização do Transporte Coletivo do município. “Somado a esse fator, estamos trabalhando com o prefeito Nelson Marchezan Júnior diversas medidas de retomada de priorização do transporte. É uma satisfação chegar ao fim do ano e saber que todo o esforço vai pelo mesmo caminho, que é prestar o melhor serviço à população de Porto Alegre.”

O Chefe do Estado Maior do Comando de Policiamento da Capital (CPC), Tenente Coronel Danúbio Lisboa, destacou a importância da integração de informações e ações para os resultados obtidos. “Não adiantava só a Brigada Militar prender, a Polícia Civil fazer a parte da investigação, a EPTC melhorar o sistema. Hoje, com o sistema integrado, conseguimos diminuir drasticamente o número de assaltos a transporte coletivo em Porto Alegre". Conforme Lisboa, a efetividade das medidas implementadas decorre do aprimoramento das estratégias. "Nós temos horários de pico, temos zonas específicas, então a ação é naquele local, ela é mais pontual, e isso faz com que ela seja mais efetiva”, complementa.

A Guarda Municipal reforçou o efetivo em alguns terminais de ônibus, em determinados horários que foram identificados como mais sensíveis. “O trabalho da segurança pública começa fracassado se uma só instituição entender que vai trazer para si a responsabilidade, então nada vai funcionar se não houver uma integração entre os órgãos, independente da esfera de governo”, relata Franklin dos Santos Filho, chefe de equipe operacional da Guarda.

As informações da Polícia Civil demonstram que, desde o início da atividade, em março de 2016, foram presos mais de 308 indivíduos envolvidos na prática de roubos ao transporte coletivo, uma média de sete prisões mensais. De janeiro a novembro deste ano, já são 74 presos e outros tantos monitorados, aguardando a decretação das prisões. Segundo o delegado Daniel Mendelski, da Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos em Transporte Coletivo (DRTC), em números absolutos, são registrados muito mais roubos de carro em Porto Alegre do que assaltos a ônibus. “Podemos dizer que é mais seguro andar de ônibus do que de carro em Porto Alegre. A redução é fruto de um trabalho integrado com as forças de segurança, EPTC, empresas, das tripulações que vêm auxiliar nos reconhecimentos e nos depoimentos. Todo mundo se ajudando, a pessoa que deseja cometer o crime acaba não obtendo o sucesso esperado”, avalia o delegado.

Fórum do Transporte Seguro - O fórum é uma iniciativa pioneira no Brasil, resultado da criação de uma força-tarefa em 2016, em razão do alto número de assaltos à ônibus e lotações. Integram o grupo o Ministério Público, a Polícia Civil, Brigada Militar, Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Associação dos Transportadores de Passageiros por Lotação (ATL), Guarda Municipal de Porto Alegre e Sindicato dos Rodoviários e Consórcios das Empresas de Ônibus.