Vendas do varejo poderão ser 18% menores no Dia dos País do RS

CDL-RS aponta que as restrições à atividade comercial na maior parte do estado, o que gera aumento do desemprego e diminuição do poder de consumo, é um fator preponderante para que isso ocorra

A perspectiva de vendas para o Dia dos Pais de 2020 depende exclusivamente da decisão dos governadores estaduais e dos prefeitos municipais sobre o quanto o comércio pode funcionar e as pessoas podem trabalhar e obter renda.

No Rio Grande do Sul, lamentavelmente, as expectativas não são positivas, uma vez que ao contrário da maior parte do Brasil, onde os gestores públicos estão abandonando as medidas de isolamento social, no território gaúcho a bandeira vermelha estabelecida pelo governo estadual impõe a paralisação da economia em oito regiões, exatamente as de maior geração de renda e de concentração populacional.

- Desta forma, aproximadamente 70% do poder de consumo gaúcho está praticamente limitado a supermercados, farmácias e postos de combustíveis, onde as opções de presentes para o Dia dos Pais se resumem a poucos itens, como bebidas, perfumaria e alguns outros – ressalta o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul - FCDL-RS, Vitor Augusto Koch.

Além disso, destaca o presidente da FCDL-RS, o crescimento do desemprego e falta de faturamento por conta da impossibilidade de trabalhar e empreender, faz com que as pessoas assumam posições de consumo mais conservadoras, reduzindo ao mínimo, ou até cancelando suas decisões de presentear os pais.

- Dentro deste contexto, sem precedentes históricos, a FCDL-RS entende que as vendas do varejo ampliado, que inclui materiais de construção e veículos, nesta data comemorativa sejam pelo menos 18% inferiores ao registrado no mesmo período do ano passado. Este percentual segue a lógica do contexto predominante em maio, quando a performance varejista do Rio Grande do Sul registrou queda de 24,2% diante de igual mês de 2019. Comparativamente, o resultado do Dias dos Pais é um pouco amenizado em função de ainda existirem centros de consumo com o comércio funcionando em patamares mínimos de razoabilidade na região central e oeste do Estado – lembra Vitor Augusto Koch.

Para o dirigente, esta situação não precisaria estar acontecendo, pois enquanto nos principais centros econômicos do Brasil a maior parte das atividades empresariais está voltado rapidamente à normalidade e a economia busca sua recuperação, o Rio Grande do Sul está indo na direção contrária.

A FCDL-RS entende que esse descompasso agrava ainda mais a situação econômica gaúcha, indo além do varejo. No setor industrial, por exemplo, é praticamente certo que as empresas do RS percam contratos de fornecimento para concorrentes de outros estados, os quais evidentemente tentarão fidelizar a clientela até então cativa dos gaúchos. 

Mais uma vez a FCDL-RS alerta ao governo estadual e aos prefeitos mais radicalmente partidários do isolamento social que “ficar em casa” no inverno é sinônimo de aumento de contaminação pela Covid-19, além de agravamento do flagelo econômico e social estadual.


Financiamentos imobiliários

Segundo levantamento da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) , os financiamentos imobiliários com recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) atingiram R$ 538,52 milhões em junho de 2020, com crescimento de 29,40% em relação ao mês anterior e alta de 38,04% comparativamente a igual mês do ano passado. O volume financiado em junho indicou o melhor resultado dos últimos três anos.
Para o coordenador da Comissão da Indústria Imobiliária do  Sinduscon-RS, Gustavo Kosnitzer , as taxas de juros baixa no Brasil e o cenário imprevisível diante da pandemia provocam a busca de investimentos em produtos de renda como o imóvel, o que justifica o aumento nos financiamentos imobiliários. “A perspectiva de juro baixo para o mercado imobiliário é excelente. Brinco que um dos nossos principais insumos, além de aço e concreto, é dinheiro, porque o setor é extremamente dependente de capital.  Assim, a construção civil pode ser a grande alavanca da retomada econômica do Brasil pós-pandemia”, ressalta Kosnitzer.
Os dados da ABECIP registram que, entre os primeiros semestres de 2019 e de 2020, os empréstimos destinados à aquisição e construção de imóveis avançaram 19,40%, atingindo R$ 2,56 bilhões.
No acumulado de 12 meses (julho de 2019 a junho de 2020), os empréstimos habitacionais no SBPE somaram R$ 5,30 bilhões, alta de 24,09% em relação ao apurado nos 12 meses anteriores.
Foram financiados, em junho de 2020, nas modalidades de aquisição e construção, 2,2 mil imóveis, resultado 30,35% superior  ao de maio e 61,35% maior do que o apurado em junho de 2019.
Na primeira metade de 2020, foram financiadas aquisições e construções de 11 mil unidades, resultado 18,63% superior ao de igual período de 2019.
Nos últimos 12 meses (julho de 2019 a junho de 2020), os financiamentos viabilizaram a aquisição e a construção de 23,1 mil imóveis, alta de 19,03% em relação aos 12 meses anteriores, quando 19,4 mil unidades foram beneficiadas pelo crédito imobiliário no âmbito do SBPE.
O presidente do Sinduscon-RS, Aquiles Dal Molin Junior, prevê prejuízos com a paralisação total da atividade em Porto Alegre. “No sentido de minimizar os efeitos da COVID-19 no setor, as empresários estão conseguindo acelerar os processos de migração de procedimentos físicos para o meio digital na comercialização dos imóveis, mas o ritmo de produção de novas unidades está afetado na Capital com uma segunda paralisação desde 26 de junho, apesar de todo o cenário favorável no mercado de crédito com vantagens aos adquirentes e incentivos à construção”, concluiu.

Artigo, Renato Sant'Ana - O empresariado brasileiro e a píton da Tanzânia

          Nos EUA, uma família adotou como bichinho de estimação um filhote de píton proveniente da Tanzânia, uma cobrinha medindo um metro e meio.
          Descrita como tendo um apetite incomensurável, a píton era o xodó da casa. E quatro anos após a adoção já media seis metros.
          Um dia, desejosa de fazer um lanchinho, a serpente resolveu devorar uma menina de nove anos, que foi atacada enquanto dormia.
          Ora, no corpo a corpo, o atleta mais marombado não é páreo para uma píton. Mas o pai da criança, acudindo sem demora, usou um facão afiado e fez o único que poderia salvar-lhe a filha: decepou a cabeça do monstro.
          Aquela família, com tão bons sentimentos, acreditou que bastava dar carinho à píton para ela se transformar em um bichinho afetuoso, mansinho e apegado ao ser humano, como costumam ser gatos e cachorros.
          Essa história passou num canal da TV fechada.
          Fez lembrar a ingenuidade de alguns empresários que, embora defensores da liberdade, patrocinam rádios, jornais e TVs que colaboram com ideologias de corte revolucionário.
          Com o ar apalermado de quem afaga uma serpente, muitos acreditam que os adoradores de revoluções atuantes na mídia são inofensivos.
          Pois faço um desafio que sintetiza a gravidade da coisa: mostrem uma só reportagem sobre o Foro de S. Paulo (FSP) publicada por algum veículo de grupos como Globo, Bandeirantes ou RBS, por jornais como Folha de S. Paulo e Estadão, ou por alguma das grandes revistas.
          E a que vem esse desafio? Ora, criado em 1990 por Fidel Castro, Hugo Chaves e Lula para o fim de espalhar ditaduras bolivarianas pelas Américas, o FSP é o comitê central das esquerdas latino-americanas.
          Reúne não só partidos legalizados, mas até as FARC, Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, mescla de marxismo e narcotráfico.
          Presença oculta nos governos de Lula e Dilma, o FSP é indissociável da grossa corrupção desvendada na Lava Jato.
          Mas seu projeto mais bem-acabado é a Venezuela, que passou de país mais rico da região a território de mendigos: ditadura extremista, imprensa amordaçada, tortura, presos políticos, setor produtivo destruído, inflação de sete (sete!) dígitos, desemprego, desabastecimento e fome.
          Vendo agonizar o país que amam, há empresários venezuelanos que hoje se desesperam, só agora conscientes de que pecavam por falta de visão ampla, de que tinham uma calculadora no lugar do cérebro e de que estavam fazendo pacto com o diabo ao transacionar com um governo de esquerda.
          No Brasil, por décadas, com o culposo silêncio da mídia, articuladinhos diziam que o FSP era "teoria da conspiração".  Foi o "ingênuo" Cabo Daciollo, falando como candidato num dos debates eleitorais de 2018, quem mais ajudou a tornar conhecido esse conciliábulo de parasitas.
          A atitude da imprensa frente ao FSP apenas revela a natureza nada democrática dos moços que dominam as redações, quase todos amestrados por ativistas de esquerda, os seus professores na universidade.
          E pode piorar. Os grupos Globo e Bandeirantes já assinaram "termo de cooperação" com o China Media Group, maior grupo de comunicação do mundo e braço do Partido Comunista Chinês. Píton substituída por dragão...
          E uma luz de alerta se acende agora: a Argentina está afundando no mesmo abismo, devolvida que foi ao FSP nas eleições de 2019.
          Parafraseando James Carville, o marqueteiro de Bill Clinton em 1992, "é a natureza do animal, estúpido!". Assim como uma píton não se transforma num gatinho fofo, militantes de esquerda não viram defensores da democracia - ao menos não enquanto sua militância é remunerada.
          E quem remunera essa turma? Patrocinadores! Entra, aí, dinheirinho do contribuinte por mãos de governantes, sabe-se. Mas o monstro não se criaria sem as verbas de publicidade da iniciativa privada.
          Claro, quem produz, precisa anunciar para vender, assim como mídias necessitam de anunciantes. Mas, quem dá o diapasão nesse concerto?
          Em suma, ao alimentar a corrupta serpente do socialismo, parte de nosso empresariado está fomentando um projeto que nega a propriedade privada e o livre mercado e que acaba com as liberdades individuais.
          Será que empreendedores, reais responsáveis pela vitalidade da economia, vão patrocinar a "argentinização" do Brasil e permitir que o Foro de S. Paulo retome o governo e, por fim, nos transforme numa Venezuela?

Renato Sant'Ana é Advogado e Psicólogo.
E-mail: sentinela.rs@uol.com.br