Jornalista / gilbertojasper@gmail.com
Corrupção e impunidade estão na raiz dos maiores problemas do Brasil. Os escândalos de maior repercussão envolvem milhões/bilhões e muitos personagens ilustres da república. São episódios que se mantêm por muitos meses até anos as manchetes porque os “pequenos roubos” caem no esquecimento rapidamente por causa da frequência das fraudes perpetradas com o meu, o seu, o nosso dinheiro.
Números consolidados da Operação Lava Jato – o maior escândalo de corrupção do mundo que já dura seis anos e teve mais de 70 etapas - revelam que, até o final de 2019 já foram recuperados R$ 4 bilhões através da repatriação de valores e de acordos com devolução de dinheiro. Por seus nuances infindáveis a operação - ao contrário da outras – se mantém na mídia, apesar de esforços para arrefecer os ânimos de continuidade por contrariar inúmeros interesses.
O que parece tão distante de nós está muito mais presente que parece. Os desvios envolvem o dinheiro que falta no enfrentamento do coronavírus, do desemprego, da insegurança pública e às melhorias na educação. A criatividade para batizar os escândalos só se compara à variedade de artimanhas engendradas para surrupiar dinheiro público.
Ao longo dos anos tivemos inúmeros escândalos de corrupção como o Mensalão, que sugou R$ 55 milhões. Tivemos, ainda, a Sanguessugas (desvio envolvendo a compra de ambulâncias para todo o país que “sumiu” com R$ 140 milhões), da Sudam (R$ 214 milhões roubados), os Anões do Orçamento (R$ 800 milhões), a construção do TRT de São Paulo (R$ 923 milhões), do Banco Marka (R$ 1,8 bilhão), os Vampiros da Saúde (R$ 2,4 bilhões) e o do Banestado (R$ 42 bilhões).
Certamente o leitor sequer lembre de diversos destes escândalos. De outros, talvez, nem tenha conhecimento. São operações históricas que movimentaram bilhões de forma ilegal. Tivemos inúmeras prisões, mas os “peixes graúdos” sempre submergem para voltar em grande estilo em outros segmentos de atividade, como na economia ou política.
A polêmica atual envolve a manutenção dos auxílios emergenciais pagos a desempregados, trabalhadores informais e da cultura, pequenos e microempresários, entre outros segmentos. Assistimos atônitos à repetição de escândalos de corrupção. É um fenômeno turbinado pela impunidade de uma legislação retrógrada que permite infindáveis recursos. Isso leva à prescrição de inúmeros crimes revoltando o cidadão que paga impostos e vê os malfeitores em liberdade.