Artigo, José Cairolli, Correio do Povo - É hora de este governo fazer a sua parte

Fui um ferrenho critico da proposta de reforma tributária apresentada pelo Governo do Estado. Era um texto feito em gabinete, com a única finalidade de manter a arrecadação de impostos no patamar atual. Todo o discurso estava envolto em uma embalagem publicitária, que tentava vender à população a ideia de modernização e pioneirismo.

Não passava de aumento de imposto. Ocorre que a sociedade aprendeu a reagir. Comerciantes, produtores rurais, profissionais autônomos e demais cidadãos comuns deste Rio Grande rebelaram-se contra a reforma e fizeram com que o governo recuasse.

Enfim, o governador Eduardo Leite decidiu ouvir as pessoas – e acertou.

Os que não suportam mais elevação de carga tributária tiveram uma pequena vitória. Agora, é hora do próximo passo: a construção de uma solução. O Estado tem despesas fixas que, se não forem encaradas, seguirão crescendo. Por isso, profundas reformas são necessárias. No governo Sartori, dentre outros, instituímos a Previdência Complementar, que viabiliza o Rio Grande do Sul nas próximas décadas. Reduzimos CCs, diminuímos gastos com viagens e criamos a Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual, que impede que os governadores façam contas para o sucessor pagar.

Agora, é hora de o atual governo fazer a sua parte. Urge enxugar a máquina pública, com a privatização da CEEE, da Sulgás e da CRM. A agenda de concessões de estradas deve avançar, para que tenhamos investimentos de fora, criação de empregos e, sobretudo, rodovias mais seguras. O prazo médio de emissão de licenças para abertura para a abertura e funcionamento de empresas precisa ser reduzido ainda mais. E não podemos esperar a assinatura, de uma vez por todas, de adesão ao Regime de Recuperação Fiscal, para evitar que o Estado volte a pagar imediatamente a parcela da dívida com a União. São soluções complexas, que estão muito longe do discurso simplista da campanha eleitoral. Um Estado forte, que proteja os menos favorecidos, não pode ser sinônimo de Estado inchado e caro.

Um Estado forte precisa entregar serviços de qualidade á sua população.

Isso se faz com eficiência em gestão.

Isso se faz ouvindo os gaúchos.


Artigo, Fábio Jacques - As cassandras boquirrotas.

Observo com atenção e apreensão o grande debate nas redes sociais ditas de direita gerado pela nomeação do Kassio Nunes para a cadeira que ficará vaga com a extremamente tardia saída do decano (já ouvi falar que o correto é “deu o cano”) Celso de Melo, aquele que, segundo Saulo Ramos, se vivesse no zoológico teria sido recolhido pelo Lulinha quando limpava excrementos de elefante.

Aproveitei o ensejo para deixar de seguir vários blogs como o do Rodrigo Constantino, do Silas Malafaia, do Alan dos Santos entre muitos outros que, crentes que sabem das coisas, atacam ferozmente a decisão do Bolsonaro em escolher este novo ministro. São os mesmos que o atacaram quando saíram ou foram saídos Sergio Moro, Mandetta, Bibiano, Santos Cruz e que apoiaram com muito ardor Joice Hasselmann, Janaína Pascoal, Mourão, o MBL, Major Olímpio ou Alexandre Frota.

A intenção destas cassandras, não é apenas criticar a decisão do Bolsonaro. Pretendem, isso sim, arvorar-se como entendidos naquilo sobre o que nada entendem e, de inhapa, fazer a cabeça daqueles que apoiam o Capitão para que o abandonem. O negócio deles é trazer de novo a esquerda para o poder, ainda que talvez até nem saibam exatamente disso.

Se são tão entendidos, por que não se candidatam em 2022 à presidência da república. Certamente qualquer um deles seria eleito e resolveria todos os problemas do país.

Todo ministro ou desembargador nomeado após 1985, ou seja, há 35 anos foi de alguma forma simpático aos governos de plantão caso contrário, não teria sido nomeado, e, portanto, todos deram algum apoio aos projetos e pautas da esquerda. Então, nenhum serve para o imaginário governo dos confusos oráculos da pseudo-direita.

Bolsonaro nomeou quem ele quis e não aquele que eles queriam. E estão todos revoltadinhos.

Se eu disser que enxergam a árvore e não a floresta estou sendo condescendente. Não enxergam o musgo nos troncos, quem dirá a própria árvore.

2022 está logo ali. Vamos aguardar o que acontecerá nos próximos pouco mais de dois anos.

Se o governo fracassar, se o Brasil estiver pior do que foi deixado pela esquerda, votem em outro candidato. Simples assim.

Porque querem, a todo o custo, destruir o que se tenta reconstruira duras penas? Será que querem parecer míopes enquanto, na verdade, são completamente cegos?

Nenhum país onde a esquerda tomou conta prosperou. Naqueles onde ela continua mandando, o povo está na miséria e a liberdade não existe mais. Será isso que querem para o Brasil?

Deixem de ser boquirrotos e assumam o lado em que estão. Se são contra o atual governo que o digam e que assumam seu viés esquerdista. Mas não continuem se dizendo de direita lutando pelosideais da esquerda.

Tenho certeza de que viverei até os 100 anos e, portanto, ainda tenho quase trinta para acompanhar a evolução dos fatos. Seremos livres e prósperos ou escravos e miseráveis?

Durante estes anos que me restam vou ter que passar por tudo isso. Depois é cada um por si e Deus por todos.

- Fabio Freitas Jacques. Engenheiro e consultor empresarial, Diretor da FJacques – Gestão através de Ideias Atratoras e autor do livro “Quando a empresa se torna azul – o poder das grandes ideias”.