Disputa pela concessão para o serviço de esgotamento sanitário em 21 municípios do Rio de Janeiro alcança ágio na outorga de 90%

 Disputa pela concessão para o serviço de esgotamento sanitário em 21 municípios do Rio de Janeiro alcança ágio na outorga de 90%

 

 

Acaba de ser concluído hoje (29.12), na B3, em São Paulo, o leilão para a concessão de saneamento do chamado Bloco 3 da Cedae, companhia estadual de saneamento do Rio de Janeiro.

A proposta vencedora da concorrência alcançou R$ 2,2 bilhões de outorga para os cofres públicos do estado, o que representa ágio de 90% sobre o lance inicial (outorga mínima de R$ 1,16 bilhão).

A concessão para os serviços de esgotamento sanitário engloba 20 municípios e mais a zona oeste da capital. A população beneficiada é de 2,7 milhões de pessoas. O investimento previsto para a universalização dos serviços, operação e manutenção dos sistemas é de R$ 18,3 bilhões ao longo de 35 anos, sendo R$ 4,7 bilhões em obras.

Para a ABCON SINDCON, entidade que reúne as operadoras privadas de saneamento, o leilão encerra um ano muito positivo para a concorrência entre as empresas que atuam nesse mercado. A associação avalia que, após 18 meses da aprovação do marco legal do setor, o saneamento teve em dezembro mais um mês de intensa movimentação, em um alento para a mudança de cenário em busca da redução do déficit histórico do Brasil no abastecimento de água e tratamento de esgoto. 

Em abril, um primeiro leilão já havia sido realizado pelo governo fluminense, arrecadando R$ 22,62 bilhões em outorga, que serão compartilhados entre o estado e os 29 municípios que participaram da licitação. O valor representou ágio de 134% sobre a outorga mínima prevista (R$ 9,7 bilhões para os três blocos de municípios).

“A regulação mais clara a partir das definições do novo marco está sendo fundamental para o saneamento avançar. Os leilões realizados até aqui são uma prova do acerto e pertinência da legislação”, afirma o diretor executivo da ABCON SINDCON, Percy Soares Neto.

Em 2022, o pipeline de investimentos do saneamento seguirá robusto. De acordo com estimativas do Radar PPP, há mais R$ 12,7 bilhões de investimento previsto a partir dos leilões aguardados para o próximo ano, com destaque os projetos do Ceará e do Rio Grande do Sul, além de várias outras licitações que devem ocorrer no âmbito municipal.

Artigo, Gilberto Jasper - Notícia boa está fora de moda

Sou jornalista há mais de 40 anos. Muita coisa mudou em relação a este ofício, desde os “bons tempos” da linotipo, das laudas de papel, do barulho das máquinas de escrever. Da época do olho no olho no momento da entrevista, da consulta a jornais arquivados na redação – uma espécie de Google daqueles tempos de outrora. 

É um ambiente que vivi intensamente nos meus dois últimos anos de faculdade dentro da nossa Gazeta do Sul, entre 1983 e 1985, sob a batuta competente do saudoso Guido Kuhn. Foram anos inesquecíveis em que convivi com profissionais de elite, inclusive da Rádio Gazeta, que forjaram pilares da minha trajetória jornalística que se mantêm imutáveis até hoje. Gratidão sempre!

Apesar das profundas alterações, ética, correção, compromisso com os dois lados da notícia (no chamado “ponto e contraponto”), zelo na checagem de dados com mais de uma fonte são preceitos que se mantêm intactos desde sempre. Ou deveriam para o bem de todos.

            Além do avanço inimaginável da tecnologia, chama minha atenção a avidez que motiva – com as necessárias exceções! - a veiculação maciça de notícias negativas. Sob este tema já participei de inúmeros debates – inclusive em faculdades e entidade da categoria – onde reiterei que não jamais defenderei uma cobertura monocromática “cor-de-rosa” que contemple somente notícias positivas.

            Preocupa-me, no entanto, a insistência em repisar assuntos que não têm novidades - preceito básico para serem consideradas ”notícias” -, mas que estampam repetidas manchetes. Além de melhorar o astral do leitor/ouvinte/telespectador/internauta, os conteúdos positivos inspiram pessoas. Isso ocorre com frequência quando os conteúdos envolvem prefeituras.

            Inúmeros administradores públicos recorrem a iniciativas adotadas em municípios vizinhos ou nem tanto. Eles buscam na internet alternativas para construir obras diferenciadas, melhorias que ampliam e estimulam a solidariedade ou que simplesmente refletem o bom uso do dinheiro da população.

            Em jornalismo convencionou-se dizer que “notícia ruim vende muito”, o que é contestável. É impossível comparar o comportamento do público se ele é bombardeado majoritariamente com manchetes de corrupção, desvios e crimes em geral?

            Considero mais edificante destacar personagens, fatos e episódios que ressaltam nuances positivas vida afora. É um compromisso da imprensa tornar públicas histórias que deram certo. 

Antes que me acusem de ter sido acometido pela “Síndrome Aguda de Poliana”, argumento que gosto – de verdade! - de ver gente feliz, conhecer histórias de sucesso pelo talento e esforço pessoal e de assistir a episódios permeados pela solidariedade, amizade e “cumplicidade do bem”. E acho quem muita gente também gosta! 

 

             

 


Desoneração da Folha

 Em mensagem que mandou ao deputado gaúcho, que o editor ouviu, o relator do Orçamento, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), entende que o ajuste pode ser feito “por meio de encaminhamento, pelo Poder Executivo, de Projeto de Lei que altere diretamente a Lei Orçamentária de 2022, atualizando as estimativas de receita, textos e respectivos anexos. 

Pelas estimativas iniciais do governo e do Congresso, a desoneração deve custar R$ 8 bilhões em 2022 e a isenção do IPI, R$ 1,891 bilhão. O expediente de Hugo Leal, no entanto, sugere ajustes maiores, de R$ 9 bilhões para a desoneração e de R$ 3 bilhões para o IPI.

ENTENDA mais sobre a desoneração. 

O governo bateu o martelo com o relator do Orçamento de 2022 e garantiu que a desoneração da Folha de Pessoal não ficará de fora da lei orçamentária aprovada pelo Congresso Nacional. 

Isto foi o que garantiu ao editor, há pouco, o deputado federal gaúcho Jerônimo Goergen, PP.  Integrantes da CMO (Comissão Mista de Orçamento), do Ministério da Economia e do Palácio do Planalto passaram toda a terça-feira  negociando o ajuste do Orçamento. 

O acordo prevê que a lei será promulgada amanhã, dia 30, ou no dia 31, ainda este ano, com o que ficará garantida o atual regramento sobre a desoneração da Folha.

Artigo, deputado tenente-coronel Zucco - Aprendizado em tempos difíceis

Deputado estadual/PSL

O fim do ano chega permeado pela pandemia. De meses de restrições, aberturas e recuos, de fake news e do surgimento instantâneo de “especialistas”. Depois de uma longa e tenebrosa noite de medo, muitos estarão com a família, irão à praia, viajarão em busca de novos ares.

Nosso cotidiano foi alterado impondo adaptações, imposições de uma ameaça que deveria despertar a solidariedade, mas que no Brasil aumentou o fosso da radicalização. 2022, ano eleitoral, aporta carregado de desafios que fazem prever conflitos ainda mais ferrenhos.

Como deputado sinto na pele a frustração de quem anseia pela nossa capacidade de promover a “multiplicação dos pães” ou de “transformar água em vinho”. Os recursos são escassos, as carências só aumentam, as dificuldades se agravam e somos cobrados “ao vivo e a cores” todos os dias como incapazes.

A demonização da política carrega a injustiça da generalização. Sempre teremos aqueles “do bem” e aqueles “do mal”. Convivemos com gente comprometida com melhorias ao lado de oportunistas e maquiavélicos que tramam artifícios para faturar prestígio, privilégios e ganhos financeiros fruto da falta de empatia.

No terceiro ano de vida pública tenho a satisfação de um aprendizado fruto de experiências humanas antes inimagináveis. Neófito em política, experimento sensações que oscilam do entusiasmo dos eleitores diante de projetos transformados em lei à revolta pela impossibilidade de gerar empregos, aumentar salários ou garantir assistência e um leito para o familiar adoentado.

 Como deputado aprendi a construir projetos inspirados na sensibilidade de parceiros de diversos segmentos. Nas divergências de quem pensa diferente descobri a riqueza do pensamento plural. Em tempos de crise trata-se de um exercício de aliança em busca de soluções. Neste final do ano, de balanços e projeções, resiliência é a palavra-chave. Não apenas para sobreviver, mas para forjar a “cumplicidade do bem” para fortalecer e estimular a solidariedade, remédio para todos os males.