Análise, Erik Figueiredo, presidente do Ipea - É mentira que 33 milhões de brasileiros passam fome no Brasil

Vejo que vários meios de comunicação voltaram a discutir o dado da Vigisan, que alega à existência de 33 milhões de pessoas passando fome. Vamos retomar nossa análise de uma forma mais sintética dessa vez. 

Já relatei o comportamento, no mínimo, esquisito do indicador de Insegurança Alimentar produzido pela Vigisan. Ele se descola de seu determinante histórico, a extrema pobreza, no pós 2018. Até 2018 a diferença entre eles era de 2 p.p. e passando para 14 p.p no pós 2018.

Vamos prestar atenção no que acontece entre 2018 e 2020: a insegurança alimentar da Penssan cresceu 3,2 pontos, enquanto a extrema pobreza cai caiu 1 ponto percentual. Vamos pensar sobre o aconteceu nesse período, em específico, durante a pandemia de Covid19.

Em 2020 foram gastos quase R$ 300 bilhões com o pagamento do auxílio emergencial (valor 7 vezes superior ao gasto com programa Bolsa Família na época), atendendo mais de 68 milhões de brasileiros (1/3 da população do país).

Se focarmos apenas nos beneficiários do programa social da época, o Bolsa Família, esse gasto propiciou um aumento na renda média recebida por essas famílias de mais de 480%, passando de um ticket médio de R$ 189 para R$ 908, o que pode ser atestado pelos dados da PNAD Covid.

E nesse ponto não estou considerando outras ações com impactos sociais, tais como, os gastos com o Benefício Emergencial (Bem), que garantiu os rendimentos e o emprego de mais de 11 milhões de trabalhadores só em 2020.

Em resumo, a redução da extrema pobreza e o ganho de renda propiciado pelo auxílio emergencial não são compatíveis com o aumento da insegurança alimentar.


Mas as inconsistências não param por aí.

Vejamos o que aconteceu em 2021, usando as informações contidas no próprio relatório divulgado: 

Em 2021 os dados da Vigisan apontam um crescimento de 6 p.p. no Insegurança alimentar, se deslocando ainda mais dos indicadores de extrema pobreza. Chama ainda mais atenção os argumentos que sustentam o crescimento da insegurança alimentar nesse período específico.

Arrecadação da Receita Federal ultrapassa R$ 202,5 bilhões em julho

 A Receita Federal arrecadou R$ 202,588 bilhões no mês de julho de 2022, valor que representa acréscimo real de 7,47% na comparação com julho de 2021. No acumulado de janeiro a julho deste ano, o total arrecadado ficou próximo a R$ 1,3 trilhão, o que representa um acréscimo de 10,44%. Trata-se da maior arrecadação de tributos federais dos últimos 27 anos.


O resultado da arrecadação de julho foi divulgado hoje (26) pelo Ministério da Economia. As variações consideram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação do período.


No caso das Receitas Administradas pela Receita Federal, o valor arrecadado em julho de 2022 ficou próximo a R$ 181,27 bilhões, “representando um acréscimo real (IPCA) de 5,21%”, diz o documento. No período acumulado (janeiro a julho de 2022), o total arrecadado chegou a R$ 1,2 trilhão, registrando acréscimo real de 8,42%.


“O acréscimo observado no período pode ser explicado, principalmente, pelo crescimento dos recolhimentos de IRPJ [ Imposto de Renda de Pessoa Jurídica] e CSLL [Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido ]”, informou o ministério.

Não queremos a chinesada por aqui, quebrando nossas empresas, diz Paulo Guedes

- Este material foi publicado pelo site R7 de hoje.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira (26), durante evento da Cotrijal, em Passo Fundo (RS), que não quer a "chinesada" entrando no país para quebrar a indústria nacional. Segundo Guedes, o plano da equipe econômica é acabar com o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para tornar o setor mais competitivo.


"Não queremos a chinesada entrando aqui quebrando nossas fábricas. Queremos uma coisa moderada. Baixei o IPI em 35%. Vamos acabar com o IPI. O IPI é um imposto de desindustrialização em massa. Está destruindo o Brasil há 40 anos. É ridículo, é patético, está errado. É um imposto pago antes de ter renda", disse o ministro da Economia.



Segundo Guedes, o governo está comprometido em reduzir os impostos, abrir a economia e gerar mais empregos. Além disso, o chefe da equipe econômica voltou a se comprometer a manter o Auxílio Brasil em R$ 600. "Vamos manter o Auxílio Brasil em R$ 600 com a aprovação da reforma tributária, tributando dividendos. Se ganharmos a eleição, aprovaremos a tributação de dividendos no dia seguinte no Senado", disse.


Juros

No mesmo evento, o ministro da Economia afirmou que os juros no Brasil estão altos até demais e devem começar a cair no próximo ano. Para combater a inflação, o Banco Central (BC) elevou a Selic para 13,75% ao ano. "O Brasil já está com tudo no lugar. O Brasil está com o juro até alto demais. O ano que vem vai descer. O fiscal está zerado e já temos um pequeno superávit. Nenhum deles está assim. Um único país do mundo está como a gente, que é Singapura, uma cidade-Estado. Honramos o compromisso assumido com as gerações futuras", comentou.


Segundo Guedes, o Brasil está crescendo e gerando emprego, mas ainda tem gargalos que afetam a competitividade. O ministro citou como exemplo o minério de ferro, que é produzido no Brasil e exportado para a China e volta como aço mais barato do que o produzido pelas indústrias brasileiras. "A logística no Brasil é inadequada e fere a competitividade. Além disso, o excesso de impostos faz o aço chinês ser 30% mais barato que o brasileiro", disse.




O chefe da equipe econômica ainda afirmou que não há um armadilha fiscal no Brasil e que a bomba dos precatórios foi desarmada. "A indústria de precatório assaltava a viúva, que é o Tesouro. Resolvemos esse problema", comentou.