Empregos e segurança alimentar em jogo, por Francisco Turra, Correio do Povo

 Em dias de Expointer, uma data importante é celebrada. Neste domingo, 28 de agosto, é o Dia do Avicultor, no qual exaltamos aquele que é o alicerce de uma das atividades econômicas mais importantes para o país. O produtor de carne de frango gaúcho e brasileiro – que se dedica à produção de alimentos seguros, saudáveis e acessíveis – merece o reconhecimento. Mesmo que o tema não tenha a devida repercussão, para além das linhas setoriais, é crucial enaltecer e reproduzir, à sociedade e aos candidatos aos cargos do Executivo, a excelência do trabalho dos avicultores brasileiros. Com eficiência e dedicação, esses heróis do campo são referência mundial em qualidade, sustentabilidade e produtividade. 


Graças a eles, também, temos status sanitário de zona livre de Influenza Aviária. Tantos atributos nos levaram ao posto de líder mundial em exportações, gerando divisas que, em 2022, devem ultrapassar a barreira de US$ 10 bilhões ao país. Levamos a marca dos produtos avícolas brasileiros para 150 nações pelo mundo. Importante resgatar nesta data outro aspecto muito importante. Nossos avicultores apoiam a segurança alimentar global, mas sem descuidar do Brasil. Quase 70% das 14,5 milhões de toneladas de carne de frango este ano ficarão nas gôndolas brasileiras. A prioridade sempre será o nosso consumidor. 


São esses produtores, que, ao lado das agroindústrias, atuam como motor econômico e social e devem estar no centro das atenções dos gestores públicos, ocupantes de cargos no próximo mandato. Com o milho e o farelo de soja em altas históricas, a produção tem enfrentado desafios severos, com impactos inflacionários que, infelizmente, alcançam o cidadão. Há alternativas em curso, como o Projeto Duas Safras, união histórica no Rio Grande do Sul, entre as cadeias de proteínas e de insumos. Presidente, governadores e parlamentares devem compreender a necessidade de estimular a produção de cereais de inverno e de milho em novas áreas do nosso Estado. É estratégico para a preservação de empregos e da segurança alimentar, para gaúchos e brasileiros.


*Ex-ministro da Agricultura e presidente do Conselho Consultivo da ABPA