Porto Alegre, 26 de junho de 2024
Excelentíssimo Ministro de Apoio à Reconstrução do RS Sr. Paulo Pimenta,
Vimos por meio desta, respeitosamente, reiterar por escrito algumas de nossas abordagens dos últimos dias, em breve histórico:
A partir da magnitude sem precedentes da tragédia climática que se abateu sobre a maior parte do RS, com objetivo de salvar a saúde sócio econômica do estado no médio e longo prazo, abordamos a necessidade de readequação de políticas de Estado em caráter emergencial que evitassem a perda de empregos, negócios e arrecadação pelo rompimento das estruturas produtivas, com fechamento de empresas e êxodo da força de trabalho.
Ainda no início de junho, defendemos a viabilidade financeira de proteger a capacidade contributiva futura do RS pela suspensão dos contratos de trabalho com pagamento integral do seguro desemprego, bem como pelo investimento robusto de recursos públicos tanto em fundos garantidores de financiamentos de longo prazo com carência, como também em juros fixos e subsidiados, direcionados para salvar empregos e empresas que estavam viáveis até a tragédia, mas foram atingidos direta ou indiretamente.
Conforme alertamos e debatemos durante a reunião de 12 de junho, havia necessidade de critérios que identificassem claramente as vítimas da tragédia climática e restringissem o público alvo, com medidas direcionadas às empresas que foram afetadas diretamente pelas águas na mancha de alagamento, mas também às empresas indiretamente afetadas pela perda de acesso à mercados, como no caso da ausência do aeroporto Salgado Filho.
No debate sobre o limite de risco que os Bancos admitiriam assumir, alertamos sobre a necessidade de uma política de Estado, porque o público alvo a ser resgatado estava justamente dentro da faixa do “stop loss” dos Bancos (limite de risco de perdas), que naturalmente seria restrito por qualquer instituição de crédito que almeja se manter sólida, não admitindo exposição à risco sem fundo garantidor para empresas abaladas por fenômeno extremo.
Enfatizamos que seria uma inversão da política pública, aportar recursos subsidiados em empresas que não representassem risco, fora da faixa de “Stop Loss”, embora mais fácil e seguro para União e BNDES, que definem os critérios.