Tribunal de Contas da União identificou a possibilidade de direcionamento na contratação das empresas e a antecipação do resultado do certame milionário da Secom. Como foi o seu pedido ?
O Tribunal de Contas da União (TCU) acatou a denúncia que eu fiz com outros deputados da oposição, determinan do a anulação da megalicitação para a contratação de uma empresa de comunicação e gestão de redes sociais na Secretaria de Comunicação (Secom) do Palácio do Planalto. A Secom é chefiada pelo ministro Paulo Pimenta.
Isto o surpreende ?
Não, em absoluto. Trata-se da segunda grave denúncia de desvio de recursos públicos num curto espaço de tempo. Depois do escândalo do Arrozão, que levou à suspensão do leilão de arroz asiático, ao custo de R$ 7 bilhõe. Esse problema de direcionamento começa a se multiplicar e merece uma lupa dos órgãos de investigação. Existem as mesmas suspeitas em licitações conduzidas por outros órgãos do governo federal.
O modelo repete-se.
Quando se fala em megalicitação da Secom é preciso voltar ao primeiro mandato do presidente Lula, quando explodiu o escândalo do Mensalão, que nada mais foi do que o superfaturamento de contratos de comunicação. O dinheiro desviado serviu para comprar apoio parlamentar no Congresso, a partir de um esquema com uma agência de publicidade, comanda por Marcos Valério.
Como assim ?
Em 2005, o publicitário Duda Mendonça, marqueteiro de Lula na campanha de 2002, confessou à CPI dos Correios ter recebido R$ 10,5 milhões de Marcos Valério em um paraíso fiscal. O uso de contratos de publicidade para fins ilícitos também atingiu o ex-presidente da Câmara à época, João Paulo Cunha, que recebeu R$ 50 mil para dar tratamento privilegiado a Marcos Valério numa licitação vencida pela agência SMP&B. A partir daí, a investigação revelou uma série de pagamentos para políticos realizados na boca do caixa de um banco em Brasília. O escândalo tomou grandes proporções e derrubou figuras do primeiro escalão petista, como o ministro da Casa Civil, José Dirceu. A partir da delação do ex-deputado Roberto Jefferson, finalmente o Brasil conheceu a verdadeira face do PT. “Como bem disse Geraldo Alckmin, eles estão de volta à cena do crime. E, pelo visto, utilizando o mesmo modus operandi.