Opinião do editor - A Agência Brasil publicou fake news sobre a suspensão de mandatos de deputados

O editor abriu o dia de sábado bem sobressaltado com a informação de que a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados tinha pedido a suspensão do mandato de 13 deputados da Oposição e de 2 do PT, entre eles líderes importantes como Luciano Zucco, líder da Oposição, Sóstenes Cavalcante, líder do PL, e o combativo taúcho Marcel Van Hattemn, do NOVO.

A reportagem dando conta da notícia estava estampada em manchete do site da Agência Brasil, órgão de informação do governo federal lulopetista.

Vejam bem

A reportagem usou duas informações altamente preocupantes:

1) Informou que se tratava de um "pedido"  feito diretamente à Corregedoria da Casa.

2) E de que o "pedido" era da Mesa Diretora.

Algo gravíssimo. 

"Pedido"de suspensão à Corregedoria e não à Comissão de Ética ? "Pedido" da Mesa Diretora" e não do presidente da Câmara isoladamente ou de algum deputado ?

Isto tudo seria contra legem.

A Mesa Diretora, que tem um deputado do PL como vice-presidente, teria aderido unanimimente ao regime autoritário comandado pelo consórcio STF+Governo do PT ?

Não que seja de duvidar que o presidente da Câmara, Hugo Motta, e seu companheiro o presidente do Senado, David Alcolumbre, não sejam identificados como cúmplices do regime autoritáario, mas o fato é que eles vinham tentando salvar as aparências

Ontem a tarde, no entanto, o site da agência chapa branca do governo não admitiu que publicou uma fake news, mas fez isto de forma oblíqua, simplesmente alterando o conteúdo para contar o que realmeante ocorreu e que é o seguinte:

O deputado HugoMotta, presidente da Câmara, formalizou o pedido de suspensão do mandato de 13 deputados da Oposição e dois do PT, que lhe foram entregues por deputados do PT, Psol e PSB. Encaminhou o pedido de terceiros e não dele ou da Mesa Diretora.

E tem outra: a Corredoria dirá se os pedidos são ou não admissíveis. Se forem admissíveis, os casos irão para a Comissão de Ética.

Em caso contrário, como disse em nota o deputado Marcel Van Hattem, tudo será arquivado, que é o que ele espera.
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A lista mais notável do grupo dos 15 inclui estes nomes - 

No caso do PL, somados Eduardo Bolsonaro e Zambelli, que estão exilados, Motta quer dizimar a oposição do PL e  suspender 15% de toda a bancada.

Marcos Pollon (PL-MS); Zé Trovão (PL-SC); Júlia Zanatta (PL-SC);Marcel van Hattem (Novo-RS);Paulo Bilynskyj (PL-SP); Sóstenes Cavalcante (PL-RJ);Nikolas Ferreira (PL-MG);Zucco (PL-RS);Allan Garcês (PL-TO);Caroline de Toni (PL-SC);Marco Feliciano (PL-SP);Bia Kicis (PL-DF);Domingos Sávio (PL-MG);Carlos Jordy (PL-RJ); e Camila Jara (PT-MS).Camila Jara (PT-MS).

Artigo, especial - A ordem de Trump e o risco oculto para o mercado do Brasil

Este artigo é do "Observatório para um Brasil Soberano".

O mercado financeiro não deveria minimizar a ordem de Donald Trump que classificou cartéis como organizações terroristas. A decisão, embora cercada de interpretações políticas, acerta ao ir além do campo militar e abre caminho para um conjunto de medidas que impactam diretamente o funcionamento do sistema financeiro e das cadeias de comércio internacional. Ao alterar a for ma como fluxos de capital e mercadorias são examinados, os Estados Unidos elevam o nível de exigência para qualquer operação ligada a setores sensíveis, mesmo quando realizada no mercado formal. 

Isso pode alcançar bancos, fundos, exportadores e cadeias logísticas com algum grau de exposição a fluxos suspeitos. Pode significar triagem mais rigorosa, cru zamento de dados com listas de sanção, bloqueios preventivos e exigência de auditorias e rastreabilidade. Não se trata apenas de punir organizações crimino sas, mas de apertar o cerco sobre toda a rede econômica que dá suporte a essas atividades, direta ou indiretamente. É uma pressão legítima que, ao redefinir o patamar de compliance, afeta a precificação de risco de forma estrutural. 

O efeito menos visível está na cadeia de suporte. Portos, terminais e opera dores logísticos vinculados a rotas de maior risco podem ter seguros e fretes reprecificados ou até negados, não por decisão de governos, mas por ajustes internos de seguradoras e resseguradoras globais. Esse movimento, quando ocorre, cria gargalos comerciais capazes de afetar prazos, custos e competiti vidade de exportadores legítimos que utilizam as mesmas rotas. 

Outro impacto silencioso está nos fluxos de investimento. Fundos e segurado ras estrangeiras, ao identificarem que determinados setores ou regiões passa ram a exigir controles mais rigorosos, podem decidir redesenhar carteiras para evitar exposição a custos adicionais de compliance. Isso pode provocar saídas graduais de capital e realocação de recursos sem que haja qualquer anúncio formal de sanção. É o tipo de reação que altera o fluxo de crédito e encarece o f inanciamento internacional de forma difusa, mas persistente. 

Essa dinâmica demonstra que, no cenário global atual, não é preciso um embargo ou uma medida ostensiva para gerar efeito econômico relevante. A simples elevação dos padrões de verificação, quando aplicada por econo mias centrais, cria filtros mais duros para a participação no comércio e no sistema financeiro internacionais. E, ao contrário do que muitos imaginam, esses filtros não miram apenas operações ilícitas: eles se estendem a todos os agentes que compartilham infraestrutura, mercados ou cadeias de supri mento com áreas de risco. 

Compreender isso é fundamental para que o Brasil se posicione de forma estratégica. A ordem de Trump é legítima como instrumento de combate ao crime organizado, mas carrega implicações que vão além da segurança pú blica. Ignorar seu alcance é negligenciar o fato de que a política externa pode alterar, de forma indireta e duradoura, o custo do dinheiro, o preço do seguro e a facilidade de acesso a mercados estratégicos. Para o investidor e para o formulador de políticas, entender essa engrenagem não é opção — é ques tão de sobrevivência econômica

Artigo, especial, Alex Pipkin - O País que Eu Sonhava Acordado

Alex Pipkin, PhD

Era sexta-feira, fui a um bar. Tomei um honesto Néctar dos Deuses. Fui dormir.

E aí, entre pensamentos e reflexões, não sei se sonhava acordado ou estava acordado sonhando.

Imaginava um país erguido sobre princípios claros e universais, que a história da humanidade — e a história econômica, em particular — comprovam conduzir ao crescimento econômico e ao desenvolvimento social.

Mas acordei num sábado cinzento. E vi o país que temos hoje. Um lugar onde o poder judiciário, inchado e arrogante, veste a toga como armadura e dita regras próprias, promovendo uma verdadeira ditadura da toga. Onde a disparidade entre os Poderes é tão grave que o equilíbrio virou piada amarga.

Esta é a fábula que conto, não do país que temos, mas do país que acredito ser possível, aquele que respeita as liberdades individuais e econômicas, que cultiva a responsabilidade, a segurança jurídica e o respeito à Constituição como pedra fundamental.

Estava eu sonhando?

Era uma vez uma nação que se via justa e igualitária no espelho, embora a imagem fosse distorcida. Governantes proclamavam a “justiça social” e a “igualdade” — a velha e surrada retórica marxista, enganadora, que nunca deu certo e nunca dará — enquanto o Estado engordava, pesado e improdutivo. Impostos formavam muralhas invisíveis, sufocando quem trabalha e empreende. O déficit público crescia como erva daninha, e o funcionalismo inchava, acomodado na ineficiência


No tabuleiro desigual dos Poderes, o Judiciário imperava, moldando a Constituição conforme interesses políticos e pessoais. A toga, em vez de símbolo de imparcialidade, virou manto de ativismo judicial, arma para impor coletivismo e cercear liberdades. A lei era cumprida quando conveniente e ignorada quando incômoda.

A liberdade de expressão era uma vitrine frágil, com censura disfarçada e vigilância constante. A imprensa, longe de ser farol, agia como cortina, filtrando e distorcendo a luz da informação para servir à narrativa oficial. Mesmo sonhando, eu nunca imaginei que os progressistas do atraso defenderiam a perseguição política, a censura, a ditadura da toga e a falta de liberdades.

Nesse reino, o ambiente de negócios era um pântano. Impostos sufocantes, regras voláteis e burocracia como labirinto desencorajavam a iniciativa. Empreender era uma aventura perigosa, e o cidadão dividia sua energia entre guerras ideológicas e desconfiança mútua.

E, no sonho dentro da fábula, eu via outro país.

Lá, a justiça era cega de verdade — sem essa miopia seletiva que permite sentenças politizadas e favores sob a toga. A Constituição era pedra firme, não argila para modelar conveniências. O ativismo judicial, essa máscara para interesses ocultos, não existia. A lei era cumprida, dura e igual para todos.

A economia era terreno sólido, fértil para a liberdade de empreender e competir. O esforço, a inovação e a responsabilidade individual eram os verdadeiros incentivos. Quem plantava, colhia. Quem se acomodava, aprendia a se sustentar sem mendigar do Estado.

O Estado cuidava do que lhe competia — e os incentivos à verdadeira prosperidade importavam e muito. Em parceria com a iniciativa privada, zelava pela educação eficiente, pela saúde decente e, especialmente, por um ambiente econômico estável onde as oportunidades pudessem brotar para todos, não só para poucos privilegiados. Não era um gigante sufocante, mas a base firme para o crescimento.

Nesse país, a polarização política diminuía. Não por uniformidade de pensamento, mas porque o crescimento deslocava o foco do conflito para o progresso. As discussões passavam a ser sobre empregos reais, negócios sustentáveis, escolas que funcionam e hospitais que atendem — não mais sobre “nós contra eles”.

O sucesso coletivo brotava do sucesso individual.

E um dia, talvez, nesse país que eu imagino, dissipar-se-ia a sombra que hoje domina nossa terra — a sombra dos “donos do poder”, da “deselite” que Raimundo Faoro tão magistralmente descreveu. Uma (des)elite que extrai a renda da população, impede o florescimento das oportunidades para todos e bloqueia o crescimento econômico e o desenvolvimento social de fato.

E então o país que se perde no espelho teria coragem de atravessá-lo. Descobriria, enfim, que o outro lado não é utopia, mas consequência inevitável de escolhas certas. Onde a única polarização que importe seja entre quem escolhe trabalhar duro e quem prefere reclamar no bar — ou entre quem acredita na realidade e a grande massa de iletrados no Brasil que persiste em crer nas utopias marxistas do impossível.