Ignorando a crise política devastadora da qual é protagonista e pivô principal e mesmo sabendo que dentro de pouco mais de 15 dias será afastada do governo, a presidente Dilma Rousseff embarcou na manhã desta
quinta-feira para Nova York (EUA), onde participará, nesta sexta, da
cerimônia de assinatura do acordo elaborado no ano passado, em Paris, sobre
mudanças climáticas. No período em que Dilma estiver no exterior, o
vice-presidente Michel Temer, que está em São Paulo, assumirá o cargo como
presidente em exercício.
Esta será a última viagem de Dilma ao exterior como presidente do Brasil.
A expectativa entre assessores do Palácio do Planalto é
que, no discurso que fará na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta
sexta, a presidente aborde, além do acordo climático, o processo de impeachment
que enfrenta no Congresso Nacional e se diga vítima de um "golpe",
tese que vem sendo defendida pelo governo desde o ano passado, sob a alegação
de que o processo não tem base legal.
Diante da avaliação de Dilma de denunciar o "golpe"
no Brasil, parlamentares da oposição e ministros do Supremo Tribunal Federal
(STF) criticaram a presidente e refutaram a tese. Para Celso de Mello, por
exemplo, Dilma comete um "equívoco" quando fala em golpe porque a
Corte já "deixou claro" que os procedimentos do processo respeitam a
Constituição.
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