Título original: A GRANDE NOITE DA “VENDETTA” ou A ÓPERA BUFA
O Brasil
assistiu ontem à noite, diretamente do plenário da Câmara dos Deputados, uma
das mais tristes e lamentáveis páginas da história política do país: o “teatro”
da cassação de Eduardo Cunha.
De um
lado, estava o denunciado – definido por Roberto Jeferson como o “meu malvado
favorito” (fazendo chacota sobre o filme com o mesmo título) – que, acuado, não
poupou seus colegas do legislativo federal da sua tradicional arrogância e do
destempero verbal com que trata a todos aqueles que não o seguem.
De
outro, o grupo de “viúvas” do PT que, como hienas ao encontrarem uma carcaça
para saciar sua fome, festejavam a derrocada do inimigo, entoando um cântico
próprio de vingança e do revanchismo.
Junto
com estes, os demais deputados que preferiram agradar à mídia politicamente
correta, e igualmente votaram para derrubar Eduardo Cunha, mesmo sem ter a
convicção necessária para tal.
É
evidente que Cunha, o deputado cassado, cavou sua própria sepultura. Seja pelos
seus atos; pela sua prepotência; pelo seu modo despótico de ser; ou mesmo pelos
crimes que praticou.
Mas, a
justiça ficou embaçada quando – em atitude visivelmente insegura – o presidente
da Casa desacolheu os requerimentos que suplicavam por uma conduta similar
àquela que foi recentemente brindada à bolivariana Dilma Rousseff, no Senado
Federal.
Gostando
ou não do deputado Eduardo Cunha, o que se viu foi um comportamento troglodita
e autoritário em favor de uma morte mais do que anunciada.
Perdeu o
Brasil, perdeu a justiça, perdeu o povo!
Pois,
quando o Congresso Nacional permite que se trace um rumo destoante para o
caminho legal, esfacela-se um pedaço relevante da democracia.
Que
aquela instituição está falida é inegável.
Após as
cenas grotescas de cusparadas que foram protagonizadas na votação do processo
de impeachment da ex-presidente, vimos agora um comportamento vergonhoso de
vários(as) deputados(as) que, esquecendo-se da importância daquele poder na
hierarquia da República, portaram-se como torcedores fanáticos numa
arquibancada de qualquer estádio.
Era
deputado(a) fazendo o papel ridículo e patético de “porta- cartazes”; era
deputado(a) lendo discursos do qual não entendia sequer as vírgulas; era
deputado(a) gritando como se estivesse na plateia de um páreo no Jockey Club.
Estes
parlamentares, que foram eleitos através de promessas onde construiriam um bem
estar e a justiça social, mais pareciam um bando de selvagens num picadeiro,
sem domador ou jaula.
Não vou
nem falar do fato de que muitos e muitas que se posicionaram a favor da
cassação do E. Cunha tem seus fundilhos tão, ou mais, sujos quanto o do colega
cassado.
Com
certeza não foi para esta ÓPERA BUFA que os eleitores saíram de casa para
apertar o botão da urna eletrônica e lhes dar o mandato.
Espero,
sinceramente, que estas pessoas reflitam sobre isto – me refiro àquelas que
possuem mais de dois neurônios – na próxima oportunidade de escolher um
representante. Seja para o legislativo municipal, estadual, ou federal.
Ah,
pobre Brasil. A cada dia vemos que não tens mais jeito!
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