O volume de vendas do varejo restrito¹ caiu 0,6% na
passagem de julho para agosto, excetuada a sazonalidade, de acordo com a
Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada hoje pelo IBGE. O recuo ficou em
linha com a nossa projeção e com a mediana das expectativas do mercado, de
quedas de 0,6% e 0,5%, respectivamente, segundo coleta da Bloomberg. Na
comparação com o mesmo período do ano passado, houve contração de 5,5%,
acumulando, assim, recuo de 6,7% nos últimos doze meses.
Seis dos oito setores pesquisados contribuíram
negativamente para o resultado, com destaque para o segmento de Equipamento e material para
escritório, informática e comunicação, que apresentou recuo de 5,0% na margem,
revertendo, a alta de 5,1% registrada na leitura de julho. Vale lembrar que
essa série é bastante volátil. Além disso, as vendas de Móveis e
eletrodomésticos e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria
mostraram declínios de 2,1% e 2,8%, respectivamente. Em contrapartida,
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo subiram
0,8%, devolvendo a variação negativa de 0,7% observada em julho.
Destacamos também o contínuo crescimento das vendas do
varejo restrito em termos nominais, que têm mostrado expansão desde o início
deste ano. Em agosto, houve alta de 0,5% ante julho, na série livre de
influências sazonais, marcando a quinta elevação consecutiva. O movimento chama
atenção, principalmente, pela menor alta da inflação nos últimos meses,
sinalizando redução do ritmo de queda das vendas reais.
Já o volume de vendas do comércio varejista ampliado, que
considera todos os segmentos de veículos e materiais de construção, recuou 2,0%
na margem, descontada a sazonalidade, também em linha com nossas expectativas.
O resultado refletiu a retração de 4,8% na margem do setor de Veículos e motos,
partes e peças, conforme sugerido pela queda do emplacamento de veículos da
Fenabrave referente ao mesmo período. No sentido oposto, as vendas de Material
de construção cresceram 1,8%.
Esses dados divulgados hoje reforçam a nossa expectativa
de queda de 1,1% do IBC-Br em agosto (proxy do PIB, calculada mensalmente pelo
Banco Central), tendo como base o forte recuo de 3,8% da produção industrial no
período. Cabe ressaltar, entretanto, que o resultado do setor de serviços, a
ser divulgado amanhã pela Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE, pode ainda
alterar a nossa estimativa. Atualizamos nossa projeção para o resultado do PIB
do período, para uma queda de 0,8% em relação ao trimestre anterior
(anteriormente, esperávamos queda de 0,6%). Esse resultado deve ficar próximo
do esperado para o consumo das famílias no terceiro trimestre, com queda de
0,8% na margem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário