Artigo, Vitor Vieira - Antonio Brito, o melhor governador gaúcho em 50 anos

Antonio Britto, ex-governador do Rio Grande do Sul, resolveu abandonar o Brasil. Ele vai morar na Flórida, nos Estados Unidos. Sua mulher Luciana e os trigêmeos já viajaram e começam agora o primeiro semestre de escola secundária nos Estados Unidos. Britto é o grande executivo da Interfarma, poderoso sindicato que reúne os grandes laboratórios farmacêuticos que atuam no Brasil. Ele espera o vencimento do contrato, no final do ano, para seguir o caminho da família. Enquanto isso ele ficará na ponte aérea. Antonio Britto é o melhor governador que o Rio Grande do Sul teve desde Leonel de Moura Brizola, no final da década de 50. Brizola iniciou a modernização do Estado, rasgou as duas estradas da Produção, ligando as zonas de produção agrícola direto ao porto de Rio Grande. Fundou a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), para dotar o Estado da energia necessária para a implantação de projetos industriais, e também a Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT), para dotar o Estado das comunicações necessárias ao crescimento das empresas e dos negócios. Além disso, colocou escolas públicas em todos os lugares e implantou um vigoroso programa de educação pública. Seu governo deu um vigoroso impulso ao desenvolvimento do Rio Grande do Sul. Antonio Britto, em 1994, elegeu-se governador e começou a implantar um fortissimo programa de modernização do Estado. Começou por privatizar as duas empresas básicas de infraestrutura que haviam sido fundadas por Brizola, a CEEE e CRT, que haviam se transformado em violento empecilho para o desenvolvimento, incapazes de cumprir com suas missões. Britto também foi em busca de uma nova matriz econômica para o Estado, por meio da industrialização via atração de indústrias automobilísticas. Conseguiu implantar a primeira, o complexo da General Motors, em Gravataí. Mas foi brecado na intenção de implantar um complexo automotivo da Ford em Guaíba, devido à reação promovida pelo que de mais atrasado já gerou o Rio Grande do Sul, que é o petismo. Os gaúchos cometeram o mais imbecil, profundo e histórico de seus erros ao negarem um segundo mandato a Antonio Britto, por míseros 40 mil votos. Britto perdeu a eleição devido aos votos dos fazendeiros da Fronteira Oeste da da Região da Campanha que resolveram apostar no governo do petismo retrógrado. Se Antonio Britto tivesse tido um segundo governo o Rio Grande do Sul não estaria na falência como se encontra hoje. A perseguição política movida contra ele foi brutal, descomunal, levando-o a sair do Estado e da própria política, embrenhando-se no caminho da atividade empresarial. Nesse intervalo, formou-se em advocacia, conheceu a mulher durante o curso de Direito, teve os trigêmeos e agora, em função deles, resolveu se mudar para a Flórida. É o caso típico de alguém nascido em Livramento, na fronteira do Uruguai, jogado para fora do Rio Grande do Sul. Os gaúchos, o Estado, não perdoam a capacidade, a inovação, a modernidade. O Rio Grande do Sul aposta sempre no mais profundo dos atrasos. É por isso que o PT sempre teve sucesso no Estado. O Rio Grande do Sul é escravo do corporativismo estatal, que é essencialmente retrógrado. Não há remédio para isso. Os filhos de Antonio Britto terão uma esmerada educação, certamente serão membros da elite do futuro imediato, mas o Rio Grande do Sul não desfrutará disso. 

5 comentários:

  1. Acompanho o relator. Para mim foi o melhor governador destr Estado.

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  2. Não é o único caso de brasileiro bem-sucedido que é forçado a emigrar. JP Lehmann também mora no exterior. Estamos exportando cérebro - isso nunca acaba bem. Triste é que os políticos que estavam com Britto nos anos 90, agora não reconhecem o seu trabalho. Não importa, muitos anônimos como eu, reconhecem.

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  3. Muitos de nós nos perguntamos "Oh céus, como chegamos neste ponto? Onde a decadência de nosso amado Rio Grande vai parar?". A resposta está exatamente nas escolhas que fizemos e 1998 é o ponto central para entender tudo. Somos vítimas de nossas próprias escolhas e não ficaremos impunes. Aqui sempre foi terreno fértil para o discurso charmoso da esquerda. É desolador ver que essa "modinha" está muito longe de passar. Aqui no RS o percentual de gente teoricamente "esclarecida" que grita "fora Temer!", que disse ter havido um "golpe", que critica a atuação do juiz Sérgio Moro (!) é muito maior do que imaginamos. Nisso já podemos ter absoluta certeza de que o horizonte não é muito diferente do que vivemos hoje.

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  4. Não sei o porquê de tanta lamentação, essa geração de gaúchos só sabe reclamar do passado e não põe a mão na massa para escrever o FUTURO.

    Sim, o Britto não se reelegeu, mas isso há quase 20 anos, o importante é que essa vermelhada corrupta, esses lixos esquerdopatas já CAÍRAM, não só no RS mas no país todo, até no Nordeste o curral eleitoral deles os vermelhos estão perdendo força.
    Agora é pensar pra frente, Marchezan, Eduardo Leite, Ana Amélia, Lasier, esses são os mais promissores políticos que estamos vendo, eles são o futuro que vão recuperar esses anos de progresso que a esquerdalha nos roubou.

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