Jornal Nacional mostra fotos e alinha testemunhas sobre a entrega do triplex para Lula

O Instituto Lula, por meio de uma nota divulgada em janeiro, já admitiu que o ex-presidente Lula esteve no triplex do Guarujá antes de o apartamento ser reformado, em companhia de dona Marisa e de Léo Pinheiro, sócio da empreiteira OAS. Um funcionário da OAS afirmou ao Ministério Público que se tratou de uma visita para a entrega de chaves do apartamento. O Jornal Nacional obteve fotos inéditas que mostram Lula durante essa vistoria no triplex.

As fotos são o registro de uma visita ilustre. Pela porta entreaberta, dá para ver o encontro entre o ex-presidente Lula com o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, que aparece de costas.  

Além de Léo Pinheiro, logo atrás de Lula também aparece o diretor de incorporação da OAS, Roberto Moreira. Quando se aproxima a imagem, é possível ver o número do apartamento vizinho - o 163.

O apartamento onde está o ex-presidente Lula é o 164-A, do condomínio Solaris, em Guarujá, que está sendo investigado pela Operação Lava Jato e pelo Ministério Público estadual de São Paulo.
A visita já foi admitida pelo Instituto Lula. Em nota, o instituto confirmou que o ex-presidente esteve na unidade 164-A, um tríplex de 215 m2, em uma "única ocasião", em 2014, acompanhado da mulher, Marisa Letícia, e de José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, sócio da OAS.

As fotos tiradas do hall de acesso aos apartamentos são de uma vistoria padrão de entrega de chaves, segundo depoimento aos promotores paulistas dado por Wellington Carneiro da Silva, que na época era o assistente de engenharia da OAS, incumbido de fiscalizar as obras do edifício Solaris. Era ele também quem fazia as vistorias de entregas das chaves aos novos proprietários.

No dia em que a foto foi tirada, Wellington teria sido convocado para entregar a cobertura 164-A do condomínio Solaris. No depoimento, ele disse que o imóvel estava em nome da OAS, mas que sabia que a família que moraria no apartamento seria a do ex-presidente Lula.

Wellington conta que chegou a receber Lula e dona Marisa Letícia no condomínio, mas que foi o coordenador de engenharia da OAS, Igor Pontes, quem apresentou as áreas comuns ao casal.
Para que ninguém subisse, Wellington ficou segurando o elevador, enquanto a família Lula visitava o triplex.

A cobertura foi entregue crua, sem nenhum acabamento ou melhoria, como dá para ver nas fotos. O chão está só no contrapiso. 

O Ministério Público de São Paulo investiga irregularidades na construção e venda dos apartamentos do edifício Solaris. Os promotores paulistas suspeitam que a OAS tenha reservado o imóvel para o ex-presidente Lula e a família dele, e que o ex-presidente tenha comprado o triplex. Pelo menos 100 pessoas já foram ouvidas nas investigações em São Paulo, entre elas moradores, corretores e funcionários do prédio.

O empreiteiro Armando Magri, um dos donos da Tallento Engenharia, também prestou depoimento. Ele falou nesta quinta-feira (3) com exclusividade ao Jornal Nacional.

A Tallento é uma empresa de engenharia civil, com 27 anos no mercado, especializada em reformas e montagem de apartamentos decorados para incorporadoras. Segundo Armando Magri, a empresa foi contratada pelo coordenador de engenharia da OAS, Igor Pontes, para fazer a reforma no triplex.

JN: Em nenhum momento o contratante, no caso a OAS, disse para vocês de quem era o apartamento ou para quem era a reforma?
Armando Magri: Não. Em nenhum momento.

Armando diz que praticamente refizeram o apartamento. As reformas consistiam em mudança de layout, troca de pintura, piso, elétrica, hidráulica, refazer a piscina e até colocar um elevador. “Era um triplex. A OAS falou: ‘Vamos botar esse elevador pra ficar mais tranquilo, subir, descer, apartamento de praia’. Mas já coloquei elevador em estande de vendas”, explica o empreiteiro.

A reforma custou R$ 777 mil e foi toda paga pela OAS.

JN: Como vocês receberam esse dinheiro da OAS?
Armando Magri: Normal, por transação bancária, via nota fiscal.
JN: Não tem dada de dinheiro vivo?
Magri: Não.

Armando conta que a reforma ocorreu entre abril e setembro de 2014, e que, na reunião com os engenheiros da OAS para apresentar o resultado da reforma, entraram no apartamento dona Marisa Letícia, o filho dela, Fábio Luís, o engenheiro da OAS Paulo Gordilho e o então presidente da construtora, Léo Pinheiro. 

JN: Você se surpreendeu?
Magri: Sim.
JN: E o que dona Marisa disse?
Magri: A primeira coisa que ela falou foi que gostou muito da vista: ‘Nossa, realmente que vista linda’. Foi onde ela mais se apegou.
JN: E ela conversou com você?
Magri: Deu ‘oi’ sim, normal.
JN: Quanto tempo ela ficou lá com o filho?
Magri: Aproximadamente 40 minutos.
JN: Eles estavam conversando sobre o quê?
Magri: Eles estavam visitando, pelo que eu entendi. Estavam mostrando. O Paulo Gordilho falando um pouco da obra, que a piscina fizeram esse serviço, falando muito de política, né? Era um mês antes da eleição.
JN: Era uma conversa como se fosse de amigos?
Magri: Sim. Como se fosse de amigos.
JN: De pessoas que já se conheciam?
Magri: Sim.
JN: Você chegou a comentar com o pessoal da OAS: ‘Ah, não sabia que o proprietário era fulano?’
Magri: Falei: ‘Nossa! O que é essa visita?’ E eles disseram: ‘É... Pois é.’

Além da reforma completa no apartamento 164-A, realizada pela Tallento, a OAS está sendo investigada pela compra de uma cozinha planejada, no valor de R$ 78,8 mil, e instalada no apartamento do Guarujá.

JN: Você chegou a ouvir uma conversa sobre a cozinha Kitchens?
Armando Magri: Antes deles chegarem, na hora em que a gente bateu o cronograma, os engenheiros falaram entre eles: ‘Agora a gente precisa ver como nós vamos finalizar com a parte dos móveis.’
JN: Citaram a kitchens?
Magri: Citaram.
JN: Os engenheiros da OAS?
Magri: Isso.

Outra investigação do Ministério Público de São Paulo é sobre a propriedade de um sítio em Atibaia, no interior do estado. A defesa do ex-presidente Lula enviou um ofício ao MP paulista em que declara que Jacó Bittar e Jonas Suassuna compraram o imóvel em 2010 para servir de ponto de encontro entre as famílias deles e a de Lula, quando deixasse a presidência. Ainda segundo o ofício, o sítio também seria usado para guardar presentes que Lula recebeu durante os dois mandatos de presidente da República.



Altus aposta na exportação para driblar a crise econômica

Uma das mais tradicionais instituições tecnológicas do Estado busca em terras estrangeiras a solução para os problemas gerados pela crise econômica nacional. Em 2016, a Altus, empresa de automação com sede em São Leopoldo, passa a ter como foco a exportação de produtos para América Latina e Europa. “Acreditamos que esta é uma das maiores conquistas para uma empresa como a nossa – exportar nossa capacidade técnica de forma crescente para um mercado altamente competitivo, mas de tamanho muito maior que o do Brasil”, afirma o presidente e cofundador da empresa, Luiz Gerbase.

Para ampliar sua visibilidade e expandir seu alcance nessas regiões, a companhia está em busca de parceiros e novos representantes. Com o objetivo de intensificar essa procura, a partir de maio, Fernando Trein, diretor de marketing internacional, estará locado fisicamente em Malmo, cidade do extremo sul sueco. De lá, ele poderá mapear novas oportunidades e avançar nas negociações com empresas de países como Rússia, Israel, Eslovênia, Portugal, França, entre outros.

O novo conjunto de estratégias tem como objetivo acelerar o processo de internacionalização da empresa, difundindo a marca e posicionando a Altus como uma fornecedora global de produtos e serviços com excelência tecnológica.

Altus amplia investimentos 
no mercado internacional
Exportação de produtos e inteligência de engenharia para Europa e América Latina é o foco da estratégia de expansão comercial da empresa.
A crise político-econômica que se instaurou em nosso país nos últimos 18 meses tem contribuído diretamente para a desvalorização da moeda brasileira e reduzido a capacidade de investimento de empresas em muitos segmentos da economia. Em momentos como este é natural uma mudança no perfil da balança comercial.

O ano de 2015 encerrou com um saldo positivo de U$19 bilhões, o que é importante, mas ainda não reflete em um bom desempenho das empresas. Esta realidade deve-se muito mais à redução de 24% nas importações do que a um aumento nas exportações das empresas nacionais. A surpreendente queda de cerca de 8% em valor mostra que a indústria nacional não estava preparada para competir em um mercado cada vez mais sofisticado. Devido à acentuada queda no preço das commodities, principalmente ferro e soja, o setor primário acabou exportando mais em volume e menos em valor.
Este cenário deixa evidente que, atualmente, apenas o bom preço de um bem não torna sua exportação viável, é necessário que a tecnologia embarcada em qualquer tipo de produto seja compatível com o mercado global, só assim será possível competir a nível internacional.
É com esta visão que a Altus tem atuado, desenvolvendo produtos diferenciados que tenham aceitação em diversos países. O resultado tem sido positivo, tanto com o parceiro Beijer, na Escandinávia, quanto em aplicações de O&G e novos canais. Por ter uma mentalidade positiva e acreditar que, com o planejamento correto e a quantidade certa de criatividade, é possível progredir mesmo na crise, a empresa intensifica os esforços para propagar a marca Altus como uma poderosa fornecedora de produtos e sistemas para o mercado de automação industrial. Assim, a partir de 2016, a companhia reforça as atenções para o mercado internacional a fim de aumentar sua presença na Europa e America Latina.

“Nos últimos anos, temos investido de forma contínua em produtos que atendam aos requisitos do mercado mundial. Acreditamos que esta é uma das maiores conquistas para uma empresa como a nossa – exportar nossa capacidade técnica de forma crescente para um mercado altamente competitivo, mas de tamanho muito maior que o do Brasil”, afirma o presidente e cofundador da Altus, Luiz Gerbase. Os resultados obtidos até agora e o interesse demonstrado pelos vários parceiros conquistados recentemente pela companhia permitem a Gerbase declarar que “a exportação será uma peça-chave na estratégia de crescimento da empresa e uma importante parcela de nosso faturamento a partir deste ano”.

O novo plano de expansão internacional da Altus tem como foco os mercados europeu, continente onde a empresa possui uma sólida parceira comercial e substancial base instalada, e latino americano, território em que já se aventura há anos, mas, agora, busca maior destaque. Responsável pelo processo de exportação de produtos para a Europa, o diretor de marketing internacional, Fernando Trein, também assume a ponta dos negócios da organização no Velho Mundo. “A aposta da Altus para os próximos anos será na exportação, o ambiente está propício para isso”, afirma Trein. “Com serviços de excelência e produtos de classe mundial, a empresa está perfeitamente apta a competir com as tradicionais forças de automação na Europa, projetando-se como uma opção de alta qualidade”, finaliza.

Hoje, o acesso da empresa ao mercado europeu se dá através da Beijer Electronics, companhia sueca com a qual a Altus mantém uma frutífera parceria há mais de 10 anos. Muito da certeza de que a exportação é um fator decisivo para a prosperidade da empresa nos próximos anos se dá pelos resultados alcançados por meio desta associação. Um exemplo disto é a campanha Let’s Talk About Future, um road tour organizado entre as duas empresas que levou os produtos Altus para mais de 1.500 clientes e prospects da região escandinava, aumentando a visibilidade da marca brasileira no mercado nórdico.

Para amplificar ainda mais essa visibilidade e expandir o alcance da companhia para além da tríade Suécia, Dinamarca e Noruega, a Altus está em busca de novos parceiros e integradores no continente. Atualmente, a empresa está em negociação com corporações localizadas em países como Rússia, Israel, Eslovênia, França, Portugal, Holanda, entre outros. Com o intuito de intensificar essa busca, a partir de maio de 2016, Fernando Trein estará locado fisicamente na Europa. “Estamos em busca de parceiros que, assim como a Beijer, nos ajudem a adentrar no exigente mercado europeu. É um relacionamento de troca: nós entramos com a tecnologia de ponta dos produtos Altus e eles nos emprestam sua credibilidade e acesso com os clientes locais”, declara Fernando.
Na outra ponta do plano, Mario Weiser, diretor de novos negócios, tem a tarefa de identificar novos parceiros, integradores e oportunidades de negócio nos vizinhos latino-americanos. O embrião deste processo já havia sido lançado em 1997, com a inauguração da Altus Argentina, primeira representação da empresa na América do Sul, e, agora, com o novo plano de internacionalização da marca, esse projeto começa a crescer e ganhar destaque. “Com o alinhamento do novo plano de internacionalização da empresa, no final de 2015, passamos a buscar novos integradores e representantes pelos países vizinhos. Desde então, já fechamos parcerias com empresas da Argentina, Uruguai, Chile, Venezuela, Peru e México”, informou Weiser.

Por enxergar o segmento energético como uma fonte altamente potencial de projetos e negócios para o biênio 2016/2017, a expansão da Altus pela América Latina terá como carro-chefe as UTRs (Unidades Terminais Remotas) da Série Hadron Xtorm, solução da empresa para geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Modernos e robustos, os equipamentos da Série já demonstraram sua capacidade em aplicações como a automação das Usinas Hidrelétricas de Samuel e Nilo Peçanha; agora, terão o desafio de provar seu valor em empreendimentos além do território brasileiro. “Não existe produto com qualidade similar às nossas UTRs”, define Weiser. “A crise energética vivida pelo Brasil e por nossos vizinhos latinos demanda um alto e urgente investimento em soluções para geração de energia. Tenho a certeza de que os produtos da família Xtorm terão um importante papel nessa mudança de cenário na América Latina”, afirma.

Para chegar a este nível de entendimento sobre a importância de expandir para além das fronteiras nacionais, a Altus se preparou mapeando o mercado e as possíveis oportunidades que essa mudança proporcionaria. A experiência adquirida com a participação em feiras internacionais como SPS, na Alemanha, Scanautomatic, na Suécia, e OTC Houston, nos EUA, além das visitas realizadas a clientes de diversos segmentos na América do Sul e na Europa foram decisivas para que a empresa chegasse a este nível de maturidade. “Nos últimos meses de 2015, discutimos intensamente estratégias para crescer em um ambiente recessivo no Brasil, mas com inúmeras oportunidades no mundo. Estas discussões nos levaram ao entendimento de que a exportação passa a ser mais uma peça-chave para nosso futuro”, afirma Luiz Gerbase.

O novo conjunto de estratégias tem como objetivo acelerar o processo de internacionalização da Altus, difundindo a marca e posicionando a empresa como uma fornecedora global de produtos e serviços com excelência tecnológica. “Com 33 anos de experiência entregando soluções de grande valor agregado para importantes players da indústria mundial, a Altus está capacitada para concorrer com os principais fornecedores de tecnologia e inteligência de automação, tanto no Brasil quanto no resto do mundo”, finaliza Gerbase

Artigo, Ricardo Noblat - O que Delcídio me contou

Uma vez que o senador Delcídio Amaral (PT-MS) delatou Dilma, Lula e companhia ilimitada, sinto-me liberado para contar o que ouvi dele no primeiro semestre de 2006, a poucos meses da reeleição do então presidente Lula.

Delcídio era o presidente da CPI dos Correios que investigava o mensalão. Eu nunca havia conversado com ele antes. Jantamos no Restaurante Alice, no Lago Norte. E, ali, ele me disse o que segue.

Algumas semanas antes, se reunira em Belo Horizonte com Marcos Valério, o publicitário mineiro que operara o esquema do mensalão junto ao tesoureiro do PT Delúbio Soares. Valério estava aflito e furioso. Tivera dinheiro bloqueado por ordem judicial.

Precisava de ajuda para fazer face às suas despesas. Ameaçava contar o que sabia sobre o pagamento de propinas a deputados e senadores para que votassem no Congresso como mandava o governo.
Depois de ouvir o desabafo de Valério, disse-me Delcídio que havia pedido uma audiência a Lula. Fora recebido por ele no gabinete presidencial do terceiro andar do Palácio do Planalto. Delcídio transmitiu a Lula o que ouvira de Valério. E a primeira reação de Lula foi se calar.
Por alguns segundos, narrou Delcídio, Lula olhou parte da vegetação do cerrado que se descortinava a partir da janela envidraçada do seu gabinete. Parecia tenso. Voltou-se então para Delcídio e perguntou: “Você já procurou Okamotto?”

Ricardo Noblat - O que Delcídio me contou

Uma vez que o senador Delcídio Amaral (PT-MS) delatou Dilma, Lula e companhia ilimitada, sinto-me liberado para contar o que ouvi dele no primeiro semestre de 2006, a poucos meses da reeleição do então presidente Lula.
Delcídio era o presidente da CPI dos Correios que investigava o mensalão. Eu nunca havia conversado com ele antes. Jantamos no Restaurante Alice, no Lago Norte. E, ali, ele me disse o que segue.
Algumas semanas antes, se reunira em Belo Horizonte com Marcos Valério, o publicitário mineiro que operara o esquema do mensalão junto ao tesoureiro do PT Delúbio Soares. Valério estava aflito e furioso. Tivera dinheiro bloqueado por ordem judicial.
Precisava de ajuda para fazer face às suas despesas. Ameaçava contar o que sabia sobre o pagamento de propinas a deputados e senadores para que votassem no Congresso como mandava o governo.
Depois de ouvir o desabafo de Valério, disse-me Delcídio que havia pedido uma audiência a Lula. Fora recebido por ele no gabinete presidencial do terceiro andar do Palácio do Planalto. Delcídio transmitiu a Lula o que ouvira de Valério. E a primeira reação de Lula foi se calar.
Por alguns segundos, narrou Delcídio, Lula olhou parte da vegetação do cerrado que se descortinava a partir da janela envidraçada do seu gabinete. Parecia tenso. Voltou-se então para Delcídio e perguntou: “Você já procurou Okamotto?”
Delcídio respondeu que não. E Lula mais não disse e nem lhe foi perguntado. Seria desnecessário, observou Delcídio entre uma taça e outra de vinho chileno. Estava sóbrio, registre-se.
Paulo Okamotto era uma espécie de tesoureiro informal da família Lula. Ganhara o emprego de presidente do Sebrae. Hoje, é presidente do Instituto Lula, local de despacho do ex-presidente em São Paulo.
Delcídio procurou Okamotto. E logo depois foi procurado por Antonio Palocci, ministro da Fazenda, que fora acionado para garantir o silêncio de Valério.
Em sua delação, ainda não homologada, mas publicada pela revista IstoÉ, Delcídio detalha o que me revelara antes de maneira mais econômica. Valério não recebeu os R$ 220 milhões que pediu, só parte deles. O suficiente para permanecer calado.
No dia seguinte ao encontro com Lula, Delcídio afirma que recebeu uma ligação do então ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos. “Parece que sua reunião com o Lula foi muito boa, né?”, perguntou o ministro.
A resposta de Delcídio foi a seguinte: “Não sei se foi boa para ele”. Na sequência, Palocci ligou para Delcidio dizendo que Lula estava “injuriado” com ele em razão do teor da conversa.
O que Palocci disse faz bem o estilo de Lula. O ex-presidente, desde os seus tempos de líder sindical, sempre soube de tudo o que acontecia ao seu redor. Tudo controlava. Mas se irritava quando ficava claro que ele sabia.
Distribuía tarefas entre os seus seguidores. Esperava que eles as cumprissem. Mas não queria saber do que pudesse comprometê-lo mais tarde. Queria apenas resultados.
Os resultados estão aí. A casa caiu!