Os dados da Pnad Contínua referentes a junho apontaram
para continuidade do processo de ajuste do mercado de trabalho. A taxa de
desemprego caiu, impulsionada pelo crescimento do emprego por conta própria e
do emprego informal. A ocupação formal, no entanto, caiu novamente no mês em
linha com o indicado pelos dados do Caged. A taxa de desemprego foi de 13,0 %
nos três meses encerrados em junho, segundo os dados da PNAD Contínua
divulgados hoje pelo IBGE. Descontada a sazonalidade, a taxa recuou 0,2 p.p.
ante a leitura anterior. Na comparação interanual, contudo, houve elevação de
1,7 pontos percentuais. A população ocupada reduziu seu ritmo de queda, ao
recuar 0,6% na comparação interanual, ante retração de 1,3% verificada em
abril. Em relação ao mês anterior, a ocupação cresceu 0,4% ante alta de 0,2% no
mês anterior. A População Economicamente Ativa (PEA) cresceu 0,2%, depois de
ter subido 0,1% na leitura anterior. Na comparação interanual, o crescimento da
PEA passou de 1,1% para 1,3%. A intensificação da queda do emprego formal foi
compensada pelo crescimento do emprego por conta própria. De fato, nos últimos
três meses, a ocupação por conta própria subiu 4,3% em termos anualizados e o
emprego informal, 5,4%. Vale dizer que esses tipos de emprego representam cerca
de um terço da ocupação total. Por outro lado, a ocupação formal caiu 3,7% na
mesma comparação. O rendimento médio nominal ficou praticamente estável entre
maio e junho, ao passar de uma alta interanual de 6,4% para outra de 6,7% enquanto
o rendimento médio real habitual alcançou R$ 2.104 em junho, o correspondente a
uma elevação interanual de 3,0%. Apesar desse resultado mais positivo em junho,
esperamos que mercado de trabalho continuará fraco nos próximos meses, com o
aumento da taxa de desemprego. Esperamos, porém, moderação desse ajuste ao
longo dos próximos meses, com a estabilização gradual da ocupação que, por sua
vez, responde de forma defasada à recuperação da economia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário