Manuela D'Ávila: unidade por mais segurança
Deputada estadual (PC do B)
Há mais chances de uma pessoa ser morta no Rio Grande do
Sul do que no Iraque, que vive em guerra há anos. Neste final de semana, no
país do Oriente Médio, foram 17 mortes, enquanto aqui ocorreram 39 homicídios.
Mais que o dobro! O caso que despertou mais atenção é o da rainha de bateria da
escola de samba Imperatriz Dona Leopoldina, morta a tiros, dentro do carro,
enquanto esperava a filha sair de uma aula de música, em Cachoeirinha.
Precisamos de providências que unam governo, oposição e sociedade civil para
encontrar alternativas de combate à criminalidade.
Nem mesmo a Força Nacional está sendo suficiente para
coibir a ação dos marginais. O déficit de brigadianos e a operação padrão que a
Polícia Civil vem fazendo, por causa do parcelamento dos salários, também
prejudicam o combate ao crime. Essa situação foi agravada a partir de janeiro
de 2015, quando o governador publicou decreto proibindo a nomeação de novos
servidores para a área da segurança pública e determinando a redução do uso de
diárias pelo setor. Apenas em janeiro deste ano, 200 pessoas foram assassinadas
na Região Metropolitana, uma média de seis assassinatos por dia. Penitenciárias
lotadas, delegacias abarrotadas de presos, viaturas da Brigada sendo utilizadas
como celas, tudo isso é um resumo da desordem que faz com que os policiais
trabalhem no nível máximo do estresse.
Vamos tomar como exemplo o Espírito Santo, que
recentemente viveu cenas de guerra em suas ruas. Lá, como aqui, os policiais
reclamam do descaso do governo em relação à sua categoria, pedem um aumento no
efetivo e também uma melhor remuneração.
O Rio Grande do Sul pode perder, neste ano, 1.240
brigadianos que estão aptos a se aposentar, o que corresponde a 10% do efetivo.
No ano passado, esse número foi ainda maior, 1.987 policiais foram para a
reserva. É um déficit muito grande, uma vez que o número de policiais na ativa
já é baixo. Hoje, o efetivo é de 19,2 mil, quando o ideal seriam 37 mil
brigadianos.
São os policiais – militares e civis – que cumprem papel
central na política de segurança, seja nas ruas, seja nas delegacias, seja nos
presídios (juntamente com a Susepe). O governador precisa chamar os deputados,
da oposição e do governo, para juntos construirmos alternativas de valorização
para os policiais e políticas de segurança para o Estado, para não vivermos o
caos pelo qual passou o Espírito Santo.