Ana Amelia Lemos: ninguém está acima da lei
O fato político
relevante que vai marcar o início de 2018 no Brasil não está relacionado a
qualquer decisão do Executivo ou do Congresso, mas no âmbito do Judiciário. No
dia 24 de janeiro, no TRF-4, ocorrerá o julgamento, em segunda instância, do
processo no qual o ex-presidente Lula foi condenado a nove anos e seis meses
pelo juiz Sergio Moro, no caso do tríplex de Guarujá. O resultado do julgamento
terá desdobramentos na disputa eleitoral, pois poderá impedir ou garantir a
presença de Lula no pleito presidencial.
Sem entrar no mérito da sentença que cabe aos
desembargadores, é oportuno sublinhar que o rito dos processos, originados na
Operação Lava Jato, tem ocorrido de forma correta na aplicação da lei, pautado
que foi, desde o início, pela atuação exemplar do então relator, ministro Teori
Zavascki. É inaceitável, portanto, que, face a esse julgamento, o Judiciário
seja agora desafiado com ameaças veladas ou explícitas, por manifestações dos
outros poderes ou pelos aliados do réu.
O Judiciário precisa continuar cumprindo seu papel de
forma soberana e independente.
Ninguém está acima da lei. "Pau que bate em Chico
bate em Francisco". É assim que tenho me manifestado! É assim que tenho
votado! A Lava Jato, pelo notável trabalho desenvolvido até aqui, é das poucas
unanimidades no Brasil!
O Judiciário precisa continuar cumprindo seu papel de
forma soberana e independente, mesmo que embates recentes no STF tenham gerado
constrangimentos à instituição pelo tom pouco edificante de alguns confrontos
verbais entre ministros. Não é o que se espera dos membros da Suprema Corte,
que não deve ser palco de disputas de natureza política ou ideológica.
Grande Ana Amélia.
ResponderExcluirPena que não voto no sul.
Essa me representa.
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