Estou achando uma verdadeira loucura. Assassinam uma
vereadora e a intervenção federal no Rio de Janeiro é posta em cheque. O que
tem uma coisa a ver com a outra?
O frenesi que tomou conta do país nesta sexta feira
demonstra que estamos vivendo em um mundo surreal, completamente descolado da
realidade e da necessidade.
A primeira pergunta a ser respondida é o porquê da
intervenção federal no Rio de Janeiro.
Até agora identifiquei duas respostas divergentes: a
primeira, para tentar resolver a situação calamitosa pela qual passa a
segurança pública e a segunda, para tentar melhorar a fotografia do Temer que
pretende concorrer à reeleição.
Ora, isto não faz qualquer sentido.
Se fosse para resolver o problema da criminalidade, as
FFAA deveriam ter liberdade total para agir, cercar os morros, tirar de
circulação qualquer bandido ostensivamente armado seja colocando-o atrás das
grades, seja antecipando seu encontro com o criador.
Mas Temer quer melhorar a imagem e angariar votos e por
isso tenta atender a todas as vozes por mais dissonantes que sejam.
Aí surgem os estrategistas de guerra que pregam: “só
atirem nos bandidos após eles atirarem em vocês, primeiro com balas de
borracha, e se isto não os levar a se entregarem e continuarem atirando, podem
atirar, mas nunca visando a algum ponto vital. Atirem nas pernas ou em algum
órgão que apenas os impeça de continuar atirando, sempre procurando preservar
ao máximo sua integridade física”.
Uma intervenção de FFAA tem que seguir as técnicas de
guerra que são a especialidade das forças interventoras e não às patrulhas do
politicamente correto. Ou intervêm ou que tenham a honra de se retirar e deixar
que a bandidagem continue reinando e apavorando a população seja de pobres e
pretos, seja de brancos e ricos, seja de ricos e negros, seja de pobres e
brancos. Até onde sei todos são seres humanos, nascem, vivem e morrem como
seres humanos e até têm um pequeno artigo da constituição que os declara iguais
perante a lei.
Outra questão que tem que ser respondida é a seguinte:
Se a intervenção tem como objetivo eliminar ou pelo menos
reduzir significativamente a bandidagem e o crime, quem se declara contra
defende claramente o crime e os criminosos. E no rol dos defensores se
encontram todos os partidos e movimentos de esquerda.
Serão os esquerdistas favoráveis ao crime, ao assassinato,
ao roubo de cargas, ao tráfico de drogas, ao apavoramento da população
principalmente aquela das periferias que é obrigada a conviver permanentemente
com traficantes e assassinos? Na minha opinião sincera, sim.
Acho que este tipo de situação calamitosa favorece aos
seus anseios pelo poder absoluto. Se o povo se mantiver apavorado permanecerá
dependente da proteção do estado, assim como acontece com aqueles
propositadamente relegados à pobreza extrema e que permanecerão por gerações
nesta situação de dependência de esmolas do governo que nem ao menos oferece
uma escola que ensine algo às suas crianças proporcionando-lhes uma porta de
saída da miséria através de qualificação para postular algum futuro melhor no
mercado de trabalho.
Desta forma pode-se concluir que o objetivo da
intervenção nada tem a ver com a segurança da população. De um lado um
presidente que quer melhorar sua imagem para poder postular a reeleição e do
outro aqueles que não querem que sua imagem melhore e que frustre seus anseios de
poder no curto prazo, ou seja, nas eleições de outubro.
Minha conclusão: tudo é apenas um jogo político e de luta
pelo poder.
Bandidos de um lado defendendo a intervenção e bandidos
de outro lado lutando contra ela. E digo e repito bandidos porque para todos
eles o povo que os sustenta não importa. Querem reinar e para eles cada
indivíduo é apenas um voto. Até o dia em que o voto já não for mais necessário,
momento a partir do qual grande parte dos inocentes úteis que hoje saem com
suas bandeiras defendo ideologias totalitárias amargarão profundamente a
descoberta de que foram apenas tolos iludidos com um mundo utópico no qual sua
posição é no terceiro subsolo das galés.
Fabio Jacques tem mais de 40 anos de experiência em
gestão empresarial. Exerceu cargos de chefia e direção em empresas como ATH
Albarus (hoje GKN do Brasil Ltda), Dana Albarus S.A., Calçados Bibi, Viação
Hamburguesa e Unidasul, dentre outras. É diretor da FJacques - Gestão através
de Ideias Atratoras.
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