Entrevista, Juvir Costella, deputado RS - A nova LDO comprova que não dá para gastar mais nada

ENTREVISTA
Juvir Costella, deputado estadual RS

O que osenhor enxergou nos números da Lei de Diretrizes Orçamentárias, da qual o senhor é relator e acaba de ser aprovada pela Comissão de Finanças ?
Agora vai para votaçãono plenário. A situação das nossas finanças públicas é grave, o que é recorrente, mas a verdae é que existem dificuldades estruturais extremamente sérias.Desde 2015, a busca por soluções para o problema tem sido o foco das discussões propostas pelo governo Sartori no Parlamento gaúcho.

Saem os ajustes ?
Foram diversas as medidas propostas para amenizar a situação, nem todas compreendidas e encaradas por alguns parlamentares com a seriedade que o momento exigia. Como relator do projeto que dispõe sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o exercício 2019, procurei contemplar análises reais sobre o contexto econômico.

Entrevista, Jovir Costella, deputado RS - A nova LDO comprova que não dá para gastar mais nada

O desajuste das contas públicas do RS dura décadas
De fato, de 1971 até 2017, somente em sete anos o Estado obteve resultados orçamentários positivos, o que denota a ocorrência de sucessivos déficits fiscais.Outro agravante é a questão previdenciária. Com o passar do tempo, o RS não soube se preparar para suportar encargos de aposentados e pensionistas.

Mas o déficit previdenciário é grande mesmo ?
No ano passado, o déficit foi de R$ 10,6 bilhões e, ao final de 2018, de cada 10 servidores, 6 serão inativos.

E a dívida do Estado ?
A nossa dívida total contratual de R$ 67, 7 bilhões e precisa ser destacada.Desse total, R$ 58,6 bilhões são débitos com a União. Logo, a renegociação dos termos desses valores até trouxe perspectivas melhores, mas é inadiável um diálogo efetivo com o Governo Federal para a construção de um novo pacto federativo.

Dá para ser realista numa lei como essa da LDO
Temos que Sr realistas. A LDO remete para um orçamento realista, transparente e de plena responsabilidade. Para 2019, os gastos do tesouro com o custeio e investimento do poder Executivo, dos demais poderes, do Ministério Público e da Defensoria Pública serão os mesmos dotados no orçamento de 2018. Já as despesas com pessoal terão acréscimo vegetativo de 3%.

Dá para gatar mais ?
Não há espaço para ampliar gastos, mesmo que reconhecidamente justos. A responsabilidade do poder público pressupõe zelo e continuidade administrativa. O compartilhamento de sacrifícios para o enfrentamento da crise se impõe entre todos os poderes.
Precisamos retomar a trilha do desenvolvimento com equilíbrio, geração de empregos, qualidade de vida e oferta de serviços públicos compatíveis com os anseios da sociedade.

Livre para ser quem eu sou, diz diretora da Uber após sair do armário


Depois de passar anos escondendo sua orientação sexual no trabalho, executiva coordena programa de inclusão e diversidade da companhia na América Latina

Por Fabiana Futema, revista Exame

Ana Pellegrini, 40, diretora jurídica da Uber no Brasil e cone sul, demorou muito tempo para assumir sua orientação sexual no ambiente de trabalho. Ela se descobriu lésbica aos 21 anos, recém-formada em direito. Na época, trabalhava em um escritório de advocacia em que o preconceito contra homossexuaisimperava. “A reação dos meus colegas a questões ligadas à homossexualidade fazia com que não me sentisse livre para ser quem eu era”, conta.
As pessoas LGBTQ+ eram chamadas de ‘viadinho, bichinha, sapatão’ pelos advogados desse escritório em que Ana trabalhou por dez anos. “Quando queriam depreciar ou insultar uns aos outros, ainda que em clima de brincadeira, usavam adjetivos como ‘gayzinho e boiola’. Não foi por acaso que me mantive no armário durante o tempo que trabalhei lá.
A executiva diz que é muito desgastante não poder se assumir no ambiente de trabalho. “Quando olho para trás, vejo o tanto de energia que perdi por não poder ser quem eu era. Aquilo me consumia diariamente, tinha a todo momento que me policiar ao telefone para não usar o pronome feminino ao conversar com minha namorada. Vivia preocupada.”
A diretora da Uber diz que precisar se esconder também prejudicou as relações de amizade no ambiente profissional. “O fato de as pessoas não te conhecerem totalmente impede a criação de conexões verdadeiras. Por mais que você tenha feito amigos em dez anos, que amizade é essa se ela não conhece uma parte tão importante da sua vida? Se perde muito com isso.”
Ao retornar ao Brasil, em 2015, Ana diz que no processo de recrutamento da Uber perguntou quais eram as políticas de inclusão e diversidade da empresa. Hoje, ela coordena o programa de diversidade da Uber na América Latina.
Segundo ela, poder assumir sua orientação sexual influenciou sua forma de liderar. “Lido com cerca de 30 advogados e eles dizem que sou muito transparente e justa. Essa transparência vem do fato de que por muito tempo não pude ser transparente. Meu estilo de liderança tem muito a ver com minha identidade LGBTI+ e o que isso trouxe para minha carreira.”
Já está comprovado que empresas ganham quando os funcionários trabalham mais felizes. “O nível de felicidade que tenho em poder ser quem eu sou só me motiva a trabalhar e produzir cada vez mais. Em termos de eficiência é muito melhor.”
Mas ela diz que essa felicidade não se resume a um objetivo de trazer produtividade para as empresas. “A gente trabalha a inclusão e diversidade pelas pessoas, não pelo resultado econômico. O lado humano é que importa.”

Relatório Trimestral da Inflação

O Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado hoje, reforçou a sinalização de que o plano de voo atual do Banco Central é o de manutenção da taxa Selic em 6,50%, a menos que a evolução do balanço de riscos e a disseminação do choque cambial seja maior para os preços. 

Isto é o que analisam hoje os economistas do Bradesco.

Saiba mais:

A exemplo do que ocorreu nesta semana com a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), as pressões de curto prazo sobre a inflação são temporárias e estão associadas aos efeitos da paralisação recente no setor de  transportes de cargas. Nesse sentido, a autoridade monetária espera o “arrefecimento das taxas mensais” nos próximos meses. Sob o cenário com taxas de juros e câmbio constantes, a projeção de IPCA para este ano passou de 3,6% no RTI de março para 4,2% na leitura atual, enquanto a de 2019 oscilou de 4,0% para 4,1%. Sob o cenário com câmbio e juros do mercado, as projeções passaram de 3,8% para 4,2% e de 4,1% para 3,7%, respectivamente, nos dois períodos. Nesses dois cenários e em outros dois considerados, as projeções de inflação estão abaixo, porém próximas, das metas de 4,5% e de 4,25% para 2018 e 2019. O BC voltou a afirmar que a conjuntura atual prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com juros abaixo da taxa estrutural. Para o crescimento deste ano, o Relatório reduziu a projeção anterior, de 2,6% para 1,6% Avaliamos que, condicional aos dados, ao grau de repasse do câmbio e à ancoragem das expectativas, o Copom manterá a Selic estável nas próximas reuniões.

Dívida do RS


Total: R$ 67,66 bilhões
Dívida interna: R$ 60,43 bilhões (89,3%)
Dívida externa: R$ 7,23 bilhões (10,7%)