Palocci denuncia RBS

Em delação premiada, o ex-ministro de governos petistas Antônio Palocci afirmou que atuou para que o Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) beneficiasse a RBS, afiliada da Rede Globo no Rio Grande do Sul. A notícia foi destaque ontem, 30, do Jornal da Record.

Segundo Palocci, teriam sido pagas propinas a conselheiros do CARF para cancelar uma multa da RBS de R$ 500 milhões com a Receita Federal. A multa foi aplicada porque a Receita considerou que uma fusão da RBS com a Telefônica, em 1999, tinha apenas a intenção de sonegar impostos.
Palocci revelou que 12 anos depois, em 2011, quando já era ministro da Casa Civil, no governo Dilma Roussef, recebeu no gabinete o então presidente do Grupo RBS, Nelson Sirotsky, e o diretor da afiliada, Paulo Tonet Camargo. A dupla teria pedido ajuda de Palocci para conseguir o perdão da dívida.

O então ministro afirmou que poderia ajudar, mas que em paralelo, a empresa deveria também procurar os conselheiros para convencê-los. Camargo e Sirotsky teriam se comprometido então a pagar proprina a integrantes do órgão, segundo a delação.

Além dos subornos, o ex-ministro afirmou que começou uma ação governamental para resolver o problema da RBS e sugeriu que a Rede Globo entrasse na questão falando diretamente com Dilma. Depois disso, a presidente teria dado sinal verde para Palocci resolver a questão.

Palocci então procurou o secretário executivo do ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, comunicando que a multa tinha que ser resolvida por tratar-se de uma ordem presidencial. De acordo com ele, graças à atuação do governo e o pagamento da proprina, o Carf perdoou a multa milionário da RBS.

A contrapartida, segundo Palocci, seria o apoio dos veículo do grupo RBS à Dilma Roussef.

A assessoria da Rede Globo afirma que não tem relação com o caso. Já o Grupo RBS não se pronunciou.

Saiba tudo sobre a asma


Asma causa em média seis mortes por dia no Brasil
Doença é um dos temas do II Simpósio Internacional do Serviço de Pneumologia e Cirurgia Torácica do Hospital Moinhos de Vento
Aproximadamente 20 milhões de brasileiros sofrem com a asma. A doença crônica que vitimou a escritora Fernanda Young aos 49 anos no último domingo (25), afeta as vias respiratórias e é a mais comum no país, ocasionando cerca de seis mortes por dia. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 10% dos portadores enfrentam a forma grave da enfermidade, que não está controlada entre 60% e 90% desses casos.
Paulo Pitrez, coordenador Institucional de Pesquisa do Hospital Moinhos de Vento, ressalta que a asma é uma doença silenciosa. “A maioria dos pacientes acostuma-se com a asma, tolerando os sintomas, crises, e limitações, sem buscar ajuda e tratamento, convivendo silenciosamente com a doença”, esclareceu o pneumologista pediátrico e pesquisador.
Dados publicados por um estudo da equipe do Dr. Pitrez com a participação de 2.500 alunos de escolas públicas de Porto Alegre mostraram que 20% das crianças são asmáticas, metade não tem a doença controlada, somente 30% tem medicação preventiva prescrita e 8% precisaram hospitalizar nos últimos 12 meses por causa da doença. “Porém o índice de morte entre as crianças é baixa, sendo que a maioria dos óbitos ocorrem em pacientes de 25 a 60 anos”, explica Pitrez.

Estratégias para o tratamento e medicina personalizada
A doença é um dos temas do II Simpósio Internacional do Serviço de Pneumologia e Cirurgia Torácica do Hospital Moinhos de Vento, que acontece nesta sexta e sábado (30 e 31 de agosto), no Sheraton Hotel Porto Alegre. Os pneumologistas Leandro Genehr Fritscher, Flavia Gabe Beltrami e Pierangelo Tadeu Baglio, do Hospital Moinhos de Vento, e o pneumologista Bernardo Henrique Ferraz Maranhão - professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e ex-presidente da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro - participam da mesa redonda que vai abordar a educação de pacientes asmáticos, casos que não respondem aos tratamentos e medicina personalizada, entre outras questões.
Conforme o chefe do Serviço de Pneumologia e Cirurgia Torácica do Hospital Moinhos de Vento e coordenador do simpósio, Marcelo Gazzana, avanços nos tratamentos, possibilidades de diagnósticos mais rápidos e precisos e o uso da cirurgia robótica na medicina respiratória também estarão em pauta. “A intenção é promover a troca de conhecimentos para qualificar ainda mais os serviços oferecidos aos pacientes”, destaca o pneumologista. O evento reunirá especialistas nacionais e internacionais da área. Serão dois dias de palestras e debates voltados à atualização dos profissionais nas técnicas mais modernas de manejo das doenças pulmonares.

SERVIÇO
O quê: II Simpósio Internacional do Serviço de Pneumologia e Cirurgia Torácica
Quando: 30 de agosto, das 13h30 às 18h, e 31 de agosto, das 8h30 às 18h
Onde: Hotel Sheraton Porto Alegre (Rua Olavo Barreto Viana, 18)

PIB surpreende posirtivamente, mas ainda é modesto

Esta análise é de hoje e é assinada pelos economistas do Bradesco:

O PIB brasileiro avançou 0,4% no segundo trimestre do ano, na margem. Esse resultado surpreendeu positivamente (nós e o mercado esperávamos 0,2%). Na comparação interanual, a economia avançou 1,0%.
Em relação ao primeiro trimestre do ano, a indústria registrou a maior variação (0,7%), refletindo majoritariamente o desempenho positivo da indústria de transformação e da construção civil – principal responsável pela surpresa positiva. O setor de serviços, por sua vez, avançou 0,3%, enquanto a agropecuária recuou 0,4%.
Na mesma base de comparação, pela ótica da demanda, a formação bruta de capital fixo avançou 3,2% (depois de duas quedas consecutivas), enquanto o consumo das famílias e os gastos do governo variaram 0,3% e -1,0%, respectivamente. Dessa forma, a demanda doméstica contribuiu com 0,8 p.p. da variação total na margem, sendo 0,3 p.p. da variação de estoques, segundo nossas estimativas. As exportações líquidas, por sua vez, suprimiram 0,4 p.p. 
 A abertura do dado reportado apresentou, portanto, surpresa concentrada no segmento de construção civil. Os primeiros indicadores do terceiro trimestre sugerem uma retomada bastante gradual da atividade econômica, que deve ser favorecida, principalmente no último trimestre, pela liberação dos recursos do FGTS. A nossa projeção de 0,8% para o PIB  do ano fica menos assimétrica (para baixo) com o dado reportado. Por sua vez, a desaceleração da economia global continua como fator de risco relevante para o cenário, ao mesmo tempo em que o nível de ociosidade na economia deverá continuar bastante elevado, diminuindo muito lentamente ao longo dos próximos trimestres.