PROFESSORES LIVRES PELO BRASIL

MANIFESTAÇÃO DE REPÚDIO À “NOTA DAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DO RS EM DEFESA DA DEMOCRACIA”


O Movimento Nacional Professores Livres pelo Brasil (PROLIVRES) vem a público manifestar seu repúdio à recente nota emitida pelos dirigentes de universidades e institutos federais do Rio Grande do Sul.

Considerando que é subscrita por reitores e reitoras, a nota é desairosa por prestar vassalagem a instâncias de poder que perderam a legitimidade democrática e a candidatos sufragados num pleito eleitoral suspeito e, cada vez mais, questionável pelas pessoas trabalhadoras e honestas do país.

Ao aplaudirem as ilegalidades e a falta de transparência por trás do processo eleitoral, os reitores e as reitoras violam a dignidade do cargo que ocupam e incorrem em quebra de decoro, por opinarem sobre a honorabilidade e o desempenho funcional de outra autoridade pública federal, conforme vedado pelo inciso I do Art. 12 do Código de Conduta da Alta Administração Federal. De modo vergonhoso, os reitores e as reitoras prestam elogio público à corte judiciária que maculou o processo eleitoral e que tem colocado em risco a democracia brasileira.

Os dirigentes signatários da nota se posicionam do lado errado da História e optam por se perfilarem ao lado de autoridades públicas tirânicas que maliciosamente atuaram em favor da eleição de um candidato notoriamente corrupto, sem credenciais morais, simpático a ditaduras e amigo narco-ditadores. Ao fazê-lo, tais signatários se convertem em agentes públicos promotores de desordem institucional e de tensionamentos sociais inadmissíveis, haja vista estarem usando o nome das universidades e dos institutos federais para finalidades políticas contrárias ao interesse público e à verdadeira defesa do Estado Democrático de Direito.

É digna de repúdio a contrariedade dos dirigentes aos movimentos populares de resistência civil que ocorrem em todo o país e no Rio Grande do Sul. Ao se posicionarem contra as pessoas do povo e ao censurarem a sua pauta legítima, os reitores e as reitoras, do alto de sua arrogância, interditam o diálogo com a sociedade gaúcha sobre os problemas havidos no pleito eleitoral e, assim, colocam as universidades e os institutos federais na contramão de qualquer processo civilizacional pautado pela defesa das instituições e das liberdades fundamentais.

Também merece repúdio o tom ameaçador que os dirigentes adotam ao quererem imputar a prática de crimes às pessoas do povo que têm exercido legitimamente sua resistência civil e democrática ante o pleito eleitoral. Contra essa insinuação persecutória e descabida, deve-se registrar que os verdadeiros autores de crimes contra o Estado Democrático de Direito não são as pessoas trabalhadoras e honestas do povo, mas as autoridades públicas que negaram segurança e transparência ao processo eleitoral brasileiro e que reabilitaram para ser candidato um criminoso que já havia sido condenado em três instâncias judiciais.

Por fim, vale registrar que a posição dos dirigentes das universidades e institutos federais não representa a visão da totalidade das pessoas que compõem as comunidades acadêmicas (docentes, técnicos-administrativos, estudantes e funcionários terceirizados). Muitas das pessoas dessas comunidades acadêmicas, como nós, professores do PROLIVRES, estão lutando e continuarão lutando nas ruas por um processo eleitoral limpo e sem fraudes, pois essa é a real defesa da democracia


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