Livro de memórias

     Morando numa pensão de estudantes na Rua Mostardeiro 483, a JUC3, eu já estava sem dinheiro algum do total de pequenas reservas que trouxe no dia 31 de março de 1964, quando saí às pressas de Florianópolis para uma improvável resistência em Porto Alegre, tudo no âmbito de uma viagem que deveria durar alguns dias e que  nunca mais acabou, passados quase 60 anos.

     Saí para pegar emprego, cavalgando num dos bondes da Carris que se arrastavam entre o bairro Moinhos de Vento e o Centro Histórico. 

      Minha primeira parada foi numa agência bancária da rua José Montaury, mas depois da entrevista saí convencido de uma vez por todas que teria que seguir minha vocação e trabalhar no jornalismo.

      E foi o que fiz pelas mãos de um velho conhecido das minhas idas e vindas por jornais diários de Florianópolis, no caso o Jornalista João Souza. 

      E assim cruzei as portas e subi as escadas para o mezanino que me conduziram até a mesa do Chefe de Reportagem, um truculento Delegado de Polícia, o também Jornalista Wuilde Pacheco, que distribuía as pautas da tarde para a turma da reportagem. Eu recebia recortes da Folha da Tarde, o jornal vespertino da Caldas Júnior, dona também do Correio do Povo, e saía em busca de notícias novas ou de complementos (suítes). Wuilde Pacheco trabalhava com uma metralhadora em cima da mesa.

       Eram tempos de regime militar - e de férrea censura de imprensa.

       O jornal era a Zero Hora, que foi criado no dia 4 de maio de 1964 pelo Jornalista Ary de Carvalho, homem de confiança que Samuel Wainer mandou para Porto Alegre fundar o diário Última Hora. e que até o dia 1o de abril defendia com unhas e dentes o Governo João Goulart. Ary de Carvalho mudou a linha editorial para apoiar o novo regime, mas depois de um mês e meio teve que mudar também o nome do jornal e buscar novos sócios.

Decisão do STF põe a imprensa brasileira sob os grilhões da autocensura, diz advogado André Marsiglia

O STF decidiu que jornais, revistas e portais jornalísticos podem ser punidos na esfera cível por declarações de seus entrevistados contra terceiros se houver “indícios concretos” de que a informação é falsa. 

A decisão do Supremo Tribunal Federal que autoriza a responsabilização de veículos jornalísticos pelas declarações de entrevistados pode levar as redações à autocensura. A avaliação do advogado constitucionalista André Marsiglia foi feita para a Agência Estado. Ele é especialista em liberdade de expressão.

Para o advogado, a decisão é inconstitucional:

- O STF engessa a possibilidade do jornalístico político, o jornalístico investigativo, ter fôlego para que o tempo possa comprovar que a versão divulgada é correta. A entrevista ao vivo também passa a ser um risco jurídico.

Marsiglia avalia que os parâmetros usados pelo STF são genéricos e podem abrir caminho para o assédio judicial a jornalistas.

- O problema é saber o que são indícios concretos. Uma decisão liminar determinando a remoção de um conteúdo, totalmente reversível, pode ser entendida como um indício concreto. Mas pode também ser uma agência de checagem, um fato consensual, esse é o perigo.

André Marsiglia explica a origem desta nova investida do STF contra a liberdade de expressão:

- O que está sendo estabelecido agora para a imprensa é mais ou menos o que se pleitou para as big techs. Da mesma forma que as plataformas são responsáveis pelo conteúdos publicado pelos usuários, a imprensa se torna responsável pelo conteúdo do seu entrevistado. Mas a imprensa cria e pauta o debate público. Podá-la da mesma forma que se pretende podar um usuário de rede social é absolutamente inconstitucional. 

A única alternativa para este novo ato inconstitucional do STF é a via legislativa, com a edição de legislação para regulamentar o tema, porque por via judiciária é tempo perdido, já que o STF tem a última palavra.

Fiergs reage mal às propostas de Eduardo Leite

  A visita do governador Eduardo Leite aos industriais reunidos na Fiergs, esta semana, foi muito mal recebida, porque o tucano só apresentou alternativas pelo lado da receita, sem identificar cortes de despesas, tudo no caso da sua busca de soluções para a crise fiscal.

A Fiergs não topa nenhuma das duas alternativas:

Tarifaço - Aumento da alíquota básica do ICMS, de 17% para 19,5%, tentando arrecadar mais R$ 4 bilhões por ano.
Corte de benefícios fiscais - Em caso de derrota na proposta do Tarifaço, cortes nos benefícios fiscais concedidos para empresas.

O governo Eduardo Leite perdeu o eixo neste seu segundo mandato.

A indústria gaúcha enfrenta dificuldades enormes neste momento.

A Sondagem Industrial do RS de outubro, divulgada nesta segunda-feira pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), mostra que o setor continua a enfrentar grandes dificuldades. Apesar de os empresários gaúchos descreverem um quadro de aumento da produção, há um impacto negativo com queda do emprego, crescimento da ociosidade e excesso de estoques. O índice de produção industrial atingiu 51,5 pontos, o que indica aumento da produção em relação ao mês anterior (43,6). Porém, o valor ficou abaixo da média histórica do mês, de 52,7 pontos, mostrando que a expansão era esperada, mas o ritmo ficou aquém do padrão. Já o emprego caiu pelo 13º mês consecutivo em outubro. O índice do mês foi de 48,7 pontos, revelando queda. 

CLIQUE AQUI para ler toda a Sonagem Industrial.

Morte do preso político Clezão é comunicada à OEA. Advogados pedem ação da OEA contra Moraes e STF.

O ofício foi assinado pela advogada gaúcha Gabriela Ritter, presidente da Asfav, e pelos advogados Ezequiel Sopuza Silveira e Carolina Seabra.

Ao lado, mulher e filhas de Clezão na manifestação de domingo na Paulista.

A Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de Janeiro, Asfav, mandou novo e dramático apelo, ontem, à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, comunicando a morte do preso político Cleriston Pereira da Cunha, dia 8 de novembro, sob custódia do Estado, mais especificamente sob custódia do ministro Alexandre de Moraes e do STF. No ofício, é exigido que a OEA investigue as ações do STF e de Moraes. Os advogados e um grupo de 12 deputados e senadores estiveram, este mês, pessoalmente, na OEA.

A queixa historia e numera 62 queixas protocoladas na OEA, todas elas com narrativas sobre as tropelias cometidas pelo STF contra os presos políticos e advertindo para as maldades que poderiam conduzir até mesmo a óbitos.

No caso de Cleriston Pereira da Cunha, a Asfav conta para a OEA que 8 petições pela liberdade foram ignorados por Moraes, mesmo com a apresentação de laudos médicos assustadores.

CLIQUE AQUI para ler o inteiro teor.



Artigo, Facundo Cerúleo - O preparo de um final melancólico

Ainda faltam três rodadas para o fim do campeonato e o Grêmio já levou 53 gols. Em 2021, ao ser rebaixado, levou um total de 51. Se não tivesse hoje Luis Suárez, que tantas vezes salvou a lavoura com sua genialidade, provavelmente já estaria indo agora para o 4º rebaixamento.

O grupo do Grêmio é melhor do que os de Botafogo e Bragantino: era para estar disparado na frente deles. Não está! Alguém vai evocar a crise do Botafogo para desqualificar a crítica e justificar o injustificável? O Grêmio tem o melhor jogador em atividade no Brasil, Suárez, mas não tem um esquema preparado para tirar o máximo proveito do seu talento: o treinador fala muito, treina pouco e treina mal! Vão justificar isso?

Tem mais, desaproveitando o favor de os principais concorrentes estarem disputando outras competições e jogarem a meia-boca no Brasileirão, o Grêmio perdeu muitos pontos para equipes bem inferiores (por amadorismo do técnico).  Mas, mesmo assim, tem pontuação alta. Se houvesse cometido só a metade das besteiras praticadas, poderia estar na liderança. Nunca, como neste ano, o título esteve mais ao alcance do grêmio.

Aí vêm os "analistas" e, diante do chocolate aplicado pelo Atlético MG, dizem que a "defesa do Grêmio está desorganizada", que "o Grêmio vai ter que rever", que "não são só problemas de individualidades", mas nunca, nunca têm a grandeza de afirmar o óbvio, isto é, que a equipe está mal treinada por incompetência e boa dose de irresponsabilidade do técnico Renato Portaluppi (o Invicto) e, o que é pior, com aval da direção.

Fica-se com a impressão de haver entre o pessoal da imprensa um obsceno consenso para isentar de críticas o treinador do Grêmio. Não há de ser só para agradar aquela parte da torcida que, provando que é de todo alienada, dá apoio incondicional ao Invicto. Honestamente, não tenho hipótese para esse comportamento no mínimo ridículo.

O ano está perdido. Mas os picaretas insistem na conversa mole de que "para quem veio da segundona está ganho", incapazes de avaliar o que poderia ser com os recursos existentes. A direção foi muito criativa e achou soluções surpreendentes (destaque para a contratação de Suárez), mas jogou no lixo o próprio trabalho ao não contratar um técnico com o perfil adequado às circunstâncias peculiares do clube neste 2023.

Aos que brigam com os fatos, faço lembrar que não haverá um Luis Suárez e seus lances mágicos em 2024: o Grêmio estará menor. E se a direção for insensata e não trocar o técnico, acabará jogando a segundona em 2025.

Quem fracassa: o time, o clube ou a torcida? É um fracasso coletivo e articulado: a imprensa que sequer sabe fazer perguntas vende narrativas consumidas por uma parcela da torcida que apoia a manutenção de um técnico insuficiente para a grandeza do clube, que está nas mãos de uma diretoria que teme impopularidade e atende a apelos irracionais, o que redunda numa espécie de populismo que condena o Grêmio ao fracasso. Ou seja, são vários os atores do desastre (tal como na "era Bolzan"), sendo que o maior responsável é o presidente, mas o principal artífice é o treinador, que treina mal a equipe e que, com o aval da direção e a complacência da imprensa, é o grande "influencer" do clube.


A amizade de Bolsonaro com ditador anticristão

GUGA CHACRA 

Jair Bolsonaro, antes de ser eleito presidente, dizia ser defensor da civilização cristã e recebeu enorme apoio de Igrejas Evangélicas. Ao mesmo tempo, também dizia defender a liberdade e a democracia e costumava criticar regimes como os de Cuba e Venezuela. Agora, encerrado seu mandato, sabemos que recebeu joias da Arábia Saudita, uma ditadura que proíbe igrejas e a prática do cristianismo.

Inclusive, visitou e fez elogios a esta nação governada por um ditador sanguinário que ordenou o esquartejamento de um jornalista dissidente, apoia jihadistas, levou adiante uma guerra no Iêmen, impõe apartheid contra as mulheres, deu suporte a jihadistas na Síria e sequestrou o então premier do Líbano. Difícil ser mais hipócrita do que Bolsonaro nessa questão de ditaduras e do cristianismo.

Quando visitou Israel, Bolsonaro, ao contrário da quase totalidade das autoridades de países de maioria cristã, não visitou a Igreja da Natividade em Belém, nos territórios palestinos, onde, segundo a tradição, teria nascido Jesus. Tampouco o então presidente se reuniu com lideranças cristãs na Terra Santa, como os representantes das Igrejas Greco-Ortodoxa, Armênia Apostólica, Siríaca, Católica, Etíope e Copta.

Talvez Bolsonaro sequer saiba da existência de israelenses e palestinos seguidores do cristianismo ou da existência das igrejas cristãs orientais. Fica o benefício da dúvida. Mas por que não visitou a Igreja da Natividade, que qualquer seguidor das diferentes correntes do cristianismo sabe da importância?

E por que, uma pessoa que diz defender a liberdade, jamais condenou as ditaduras da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes?



Agnes, 20 anos, cuidou da casa, enquanto pai e mãe foram encarcerados por longos meses na Papuda e na Colmeia


A jornalista gaúcha Ana Maria Cemin conta mais esta dramática história de uma família dilacerada pelas prisões políticas do pai e da mãe. As crianças pequenas ficaram aos cuidados da filha mais velha.

Ao lado, foto da família, todos paramentados de verde e amarelo, inclusive o pequeninho, recebendo o pai, solto ontem com grilhões eletrônicos nos pés.


Na segunda-feira à noite, Agnes Gusmão de Oliveira, de 20 anos, saiu de Vitória da Conquista para Brasília. 

Foi buscar o pai, Joelson Gusmão de Oliveira, o mais recente preso político libertado com grilhões eletrônicos por Alexandre de Moraes, tudo depois de 11 meses confinado no Presídio da Papuda

A mãe de Agnes ficou seis meses presa no Colmeia. 

Agnes largou o curso de Odontologia no 5o semestre, visando para cuidar dos dois irmãos pequenos. O de 9 anos voltou a usar fralda à noite e o menor não dorme sem a mãe estar junto. 

O medo ronda a casa.

Notório saber político

 O ministro da Justiça, Flávio Dino, não foi indicado pelo presidente Lula da Silva para o Supremo Tribunal Federal (STF) por seu notório saber jurídico, e sim por seu notório saber político. A nomeação de Dino escancara que, para Lula, assim como para Jair Bolsonaro antes dele, o STF se transformou de vez em uma arena política.


Dino deixou a magistratura em 2007 para mergulhar na vida política. Por isso, não se conhecem muito bem suas qualidades como juiz, mas todos estão plenamente cientes de seus dotes políticos, e é em razão deles que o ministro ganhou a corrida por uma vaga no Supremo. Ex-deputado, ex-senador e ex-governador do Maranhão, Dino transformou o Ministério da Justiça em ribalta. Em vez de demonstrar a necessária discrição de quem era responsável por zelar pela defesa da ordem jurídica, dos direitos políticos e das garantias constitucionais, Dino ganhou os holofotes ao fustigar adversários e fazer prejulgamentos sobre casos envolvendo bolsonaristas e o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro. Com isso, perdeu capital moral, mas ganhou o coração de Lula.


Mas não é só a Lula que interessa o ingresso de Dino no STF. Consta que os ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes fizeram gestões por seu nome e também pelo nome do indicado por Lula para a Procuradoria-Geral da República, o subprocurador-geral Paulo Gonet. Não é novidade que ministros do STF se empenhem em emplacar nomes de sua confiança para vagas na Corte, mas poucas vezes se viu algo tão explícito. Articula-se à luz do dia a formação de uma tropa de choque.


Nada disso parece ter qualquer parentesco com o melhor interesse público. Já passou da hora de o STF voltar ao leito da normalidade institucional, afastando-se dos embates políticos. Com Dino, contudo, o que se descortina é o exato oposto do necessário esforço de autocontenção do Supremo.


O STF tem o dever de se reconciliar com a parcela da sociedade brasileira – que está longe de ser composta apenas por bolsonaristas e outros radicais – que tem visto com desconfiança a atuação da Corte, exatamente porque várias de suas decisões não raro são vistas como enviesadas. Não são receios infundados. Ministros do STF têm se deixado influenciar pelos voláteis humores da política, quando não os influenciam. Avalizam inquéritos eivados de questionamentos, relativizam direitos e atropelam garantias em nome da salvação da democracia. Reconheça-se que em certo momento o Supremo acertou ao esticar excepcionalmente os limites de sua atuação, pois o País viveu uma ameaça real de ruptura, mas esse momento já passou.


O problema é que parte do Supremo parece ter tomado gosto pela política, e não por acaso o Congresso começa a reagir a esse entendimento elástico sobre o papel da Corte na ordenação institucional brasileira.


É nesse contexto que deve ser lida a indicação de Flavio Dino ao STF. Como ministro da Justiça, Dino demonstrou imensa disposição para o embate. Em vez de submeter a política ao Direito, que era sua função no Ministério, fez o exato inverso. Em nenhum momento Dino atuou para demonstrar que as instituições de Estado estavam a salvo das virulentas disputas políticas das quais participava, quase sempre de forma ruidosa.


Recorde-se, por exemplo, que Dino não teve dificuldades para considerar que a suposta agressão de bolsonaristas à família do ministro Alexandre de Moraes no aeroporto de Roma poderia ser enquadrada como crime contra o Estado Democrático de Direito, numa flagrante distorção do espírito da Lei de Defesa do Estado Democrático de Direito. Ainda sobre esse caso, Dino chegou a declarar que a diligência de busca e apreensão na casa daqueles bolsonaristas, claramente desproporcional, estava plenamente justificada “pelos indícios de crimes já perpetrados” – conclusão à qual ele não poderia chegar dado o fato de que o inquérito não está concluído e corre em sigilo.


Ao apelar para interpretações heterodoxas da lei e da Constituição e atropelar o papel institucional do Ministério da Justiça, o sr. Dino deveria ter sido desconsiderado como candidato ao Supremo. No entanto, como o critério para a escolha não é jurídico, isso pouco importa.


Câmara aprova lei de Ramiro Rosário que usou ChatGPT para ser elaborada

Uma lei da Câmara de Porto Alegre que isenta a população de pagar por um novo medidor de consumo de água caso o objeto seja furtado levou poucos segundos para ser redigida por uma IA (inteligência artificial) e tramitou sem dificuldades pelo Legislativo até ser aprovada por unanimidade em plenário.

Após a sanção da lei pelo prefeito, no dia 23, o vereador Ramiro Rosário mandou comunicado ao editor para  informar que o projeto foi feito a partir de uma orientação ao ChatGPT com apenas a seguinte orientação, em apenas 289 caracteres:

- Criar projeto de Lei municipal para a cidade de Porto Alegre, com origem legislativa e não do Executivo, que verse sobre a proibição de cobrança do proprietário do imóvel o pagamento de novo relógio de medição de água pelo Departamento Municipal de Água e Esgoto quando este for furtado.

O pedido resultou em um projeto de lei com oito artigos e justificativa, que foi incluído com pequenas  alterações posteriors, feitas pelo próprio ChatGPT no sistema eletrônico da Câmara Municipal em 7 de junho. ASeção de Redação Legislativa não fez objeções ao conteúdo de nenhum dos artigos e tampouco desconfiou do uso de IA.

O texto recebeu parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça e foi aprovado por unanimidade pelos vereadores em 18 de outubro. Conforme Rosário, a ferramenta não só cumpriu a tarefa de redigir um projeto de lei de conteúdo simples como foi pró-ativa: "Em um dos artigos ele determina que, caso não haja reposição do aparelho em 30 dias, o proprietário do imóvel ficará isento do pagamento das faturas de água enquanto não houver medição. Achei uma boa ideia e mantive, embora não tenha sido minha".

Na visão do vereador, a difusão da ferramenta pode auxiliar Câmaras de municípios menores a elaborarem projetos melhores economizando recursos.

Dino

Uma jornalista gaúcha, Rosane Oliveira, que é editora de Política da principal rede de comunicação do Estado, acha que a reação ao nome do ministro Flávio Dino para o STF é histérica. 

Rosane e a RBS defendem qualquer coisa que Lula da Silva faz. 

A RBS, como toda a velha mídia, faz negócios e os governos, com suas polpudas verbas publicitárias, bancões estatais de dinheiro fácil, caneta que assina benefícios fiscais abundantes.

E o povo, a opinião pública, os interesses nacionais, que se lixem.

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A RBS deveria consultar o abaixo assinado em andamento na Internet, proposto pelo Partido Novo, que queria recolher 50 mil assinaturas contra a indicação de Flávio Dino e que em poucas horas, até o meio dia de hoje, já tinha alcançado 200 mil assinaturas. 

Vá lá e assine também. O link está no meu blog polibiobraga.com.br 

O Senado já marcou para o dia 13 a sabatina desse sujeito e só uma reação muito grande, mas muito grande mesmo, pessoal e nas redes sociais, poderá impedir o desastre anunciado. A base governista anda desalinhada no Senado e esta indicação de Flávio Dino, um comunista feroz que não agrada nem mesmo os petistas, pode ser alvejada de verdade. Ainda assim, a cúpula do Senado presta vassalagem inédita ao governo Lula da Silva. O presidente pautou tudo de imediato e mandou em poucos minutos a indicação para a CCJ, onde está seu amigo David Alcolumbre. E Alcolumbre, apressado para bajular, marcou sabatina para o dia 13. No caso da indicação de André Mendonça, ele levou 4 meses para sabatinar. Alcoumbre quer ser presidente do Senado com o apoio do governo Lula da Silva.

Essa gente do tipo Rodrigo Pacheco e Alcolumbre está lá para fazer negócios.

A maioria do Senado e a maioria da Câmara são mesmo de picaretas.

Apesar disto, como vimos na mega-manifestação de domingo na Avenida Paulista, nem tudo continua como dantes no quartel de Abrantes.

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Há reação. É preciso ir mais longe. Eu publico os e-mails de todos os senadores. Eles precisam levar bafo na nunca e não só virtualmente. 

Agarre o seu senador pela goela e faça-o fazer a sua vontade, eleitor brasileiro.

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Fazendo contraponto ao que disse a jornalista de Zero Hora, hoje:

- Por que não é histérica a reação contra Flávio Dino ? 

Veja estas razõe iniciais elencadas pelo próprio Partido Novo neste seu abaixo assinado:

Omitiu dados vitais no acordo de leniência da Odebrecht, levando ao anulamento de todas as provas da Operação Lava-Jato./ Permitiu que representantes do Comando Vermelho fizessem lobby em seu ministério./ Faltou mais de uma vez em audiências nas Comissões do Congresso. Por se tratar de uma convocação, Dino era obrigado a comparecer./ Enviou 4 das 185 câmeras Palácio da Justiça que registraram os eventos do 8 de janeiro, claramente tentando ocultar provas essenciais./Intimidou os diretores das redes sociais para que não veiculassem à população informações relevantes sobre a PEC da Censura.

É pouco.

Este sujeito é inimigo do povo brasileiro e indigno do cargo.





Artigo, Paulo Figueiredo - Tudo em casa! Nome indicado por Lula para a PGR com benção do STF é ex-sócio de Gilmar Mendes

Ex-sócio de Gilmar no IDP, Gonet vendeu sua parte no negócio ao filho do ministro por R$ 12 milhões


Segundo informações divulgadas pelo jornalista Lauro Jardim em sua coluna no jornal O Globo, houve uma movimentação significativa envolvendo Paulo Gonet, ex-sócio do ministro Gilmar Mendes no renomado Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP). Paulo Gonet, que ajudou a fundar o IDP junto com Gilmar Mendes em 1998, desfez sua sociedade na instituição educacional em agosto de 2017, vendendo sua parte para Francisco Mendes, filho de Gilmar, em uma negociação que girou em torno de R$ 12 milhões.


O desdobramento financeiro dessa transação se destaca pelo empréstimo concedido pelo Bradesco ao IDP, no mesmo dia da venda das cotas de Gonet, num valor total de R$ 26 milhões. De acordo com a reportagem do jornalista Filipe Coutinho, datada de outubro de 2017, o empréstimo chamou atenção pelas condições vantajosas, com taxas de juros significativamente inferiores às médias de mercado naquele momento, indicando uma taxa pela metade do usualmente aplicado pelo banco.


Francisco Mendes, que na época tinha 38 anos, assumiu com essa transação, além das cotas, a gestão administrativa do IDP. A escolha de Francisco para a posição de gestor do IDP e os detalhes do empréstimo bancário adquiriram relevância no contexto político e jurídico, especialmente porque Paulo Gonet contou com apoio importante de figuras como Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes para ser indicado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o posto de Procurador-Geral da República.


Essas informações e o contexto em que ocorreram sugerem a complexidade das relações entre negócios privados e decisões políticas de alto escalão. A ascensão de Gonet ao comando da PGR foi parcialmente atribuída ao suporte da dupla Moraes e Mendes, ambos ministros do Supremo Tribunal Federal, que também tiveram papel ativo na promoção da candidatura de Flávio Dino. A transação entre Gonet e o filho de um dos mais influentes ministros do STF, bem como as circunstâncias do empréstimo bancário, evidenciam os entrelaçamentos entre a academia, o setor financeiro e o poder judiciário no Brasil.

Opinião do editor - Governo Eduardo Leite usa premissa falsa para pedir aumento de impostos

O governador Eduardo Leite empenha-se pessoalmente e com força no convencimento de empresários, deputados estaduais, prefeitos e líderes partidários da base aliada, para que apoiem seu Tarifaço.

O governo alega que o aumento do ICMS é para não ficarmos atrás em relação a outros Estados na divisão do novo tributo, denominado Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). A partir da implementação da reforma tributária, quem arrecadar menos entre 2024 e 2028 receberá, pelos próximos 50 anos, uma fatia menor na futura divisão do bolo tributário. 

O discurso é enganoso, porque se baseia na PEC aprovada pelo Senado, mas em revisão na Câmara dos Deputados.

E erra, além disto, no diagnóstico da sua crise fiscal, que é decorrente da má gestão continuada do setor público estadual e não da divisão do bolo tributário nacional. O que diz o governo, sem explicar as razões da sua crise fiscal:

 O governo do RS alega que o Estado, que já teve participação de 7% na arrecadação total desse imposto no país, está com 5,9%. Se ficar tudo como está, diz Eduardo Leite, em 25 anos o Rio Grande do Sul deixará de ter arrecadado R$ 110 bilhões para custeio da máquina pública e investimentos. 

Artigo, Roberto Rachewsky, Zero Hora - Levante

A região onde se situavam os reinos de Israel e Judá era conhecida por Levante. Em 132 d.C., os romanos derrotaram os judeus na Revolta de Bar Kokhba, expulsando-os da província da Judeia romana, que renomearam como Palestina. Palestina não era um lugar, era uma provocação. Os judeus se espalharam pelo mundo, foram vítimas de perseguições; de limpezas étnicas, viviam em guetos ou assentamentos; de genocídios, na Inquisição, nos pogroms e no Holocausto. 



Os judeus preenchem os requisitos para serem considerados vítimas da opressão por essas ONGs que mais sinalizam virtude do que prestam ajuda humanitária. Feministas negligenciam mulheres estupradas quando elas são judias. Humanistas ignoram atrocidades quando são judeus o alvo. Justificam crimes contra a humanidade com falácias estúpidas, evadem-se arrancando cartazes com fotos de judeus sequestrados e gritam cânticos genocidas que falam em um rio e um mar que desconhecem. Indigenistas não consideram os judeus um povo originário porque foram capazes de retornar a seu lar ancestral adquirindo terras com o dinheiro doado por seus patrícios capitalistas. Socialistas não exaltam os judeus que criaram colônias agrícolas e cidades cosmopolitas, drenando pântanos e irrigando desertos. Marxistas pós-modernos pervertem fatos, corrompem a linguagem, constroem narrativas para acusarem os judeus do que os fundamentalistas islâmicos fazem: violação de direitos individuais, terrorismo, limpeza étnica, apartheid e genocídio. 


Por que, sendo os judeus vítimas, a esquerda fica do lado de seus algozes? Porque judeus não se vitimizam, têm autoestima elevada, cultivam virtudes, são donos da própria vida, arquitetos do seu destino, superam adversidades. Investem no próprio florescimento, na própria prosperidade e da sociedade em que vivem. Israel é exemplo disso. Lidera em desenvolvimento humano e tecnológico. Hoje, israelenses, árabes ou judeus de ambos os sexos, engenheiros, físicos, cientistas, médicos, professores estão em guerra para defender a civilização contra a barbárie. A esquerda apoia os bárbaros com quem tem pontos em comum: misticismo dogmático, coerção como método de convencimento e niilismo atávico. 


O que significa ser niilista? Saiba pelas palavras de Ayn Rand, tiradas de sua obra-prima, A Revolta de Atlas: “Eles não querem ser donos da sua fortuna, querem que você a perca; eles não querem ter sucesso, eles querem que você fracasse; eles não querem viver, querem que você morra; eles não desejam nada, odeiam a existência e continuam correndo, cada um tentando não aprender que o objeto de seu ódio é ele mesmo”. A causa que a esquerda dedica aos judeus tem um nome: antissionismo, também conhecido por seu sinônimo, antissemitismo.

Venezuela quer tomar 74% da Guiana

  A ditadura cleptonarcocomunista da Venezuela quer se apropriar de 74% do território da Guiana em referendo a ser realizado em 3 de dezembro. 

A Guiana promete reagir militarmente e pediu apoio dos Estados Unidos e da Grã Bretanha.

A Guiana fica localizada no extremo norte da América do Sul.

No governo Jânio Quadros, o Brasil pensou em anexá-la.

Leia o que apurou o site Poder360 sobre a disputa e a Guiana:

A região de Essequibo ou Guiana Essequiba é disputada entre os dois países há mais de um século. O local tem 160 mil quilômetros quadrados e é administrado pela Guiana, que tem como chefe de Estado Irfaan Ali. A Guiana tem 214.969 quilômetros quadrados, com uma população de 800 mil habitantes. As línguas oficiais são inglês e idiomas regionais. A moeda é o dólar da guiana.

A riqueza da Guiana tem crescido por causa do petróleo descoberto na margem equatorial do país. A estimativa é que o total de óleo no local seja de 14,8 bilhões de barris. Esse volume equivale a 75% da reserva total de petróleo do Brasil.

ECONOMIA DA GUIANA

O PIB (Produto Interno Bruto) da Guiana deverá crescer 29% em 2023, segundo projeções do Banco Mundial, divulgadas em outubro deste ano. Será o maior desempenho entre os países da América Latina e Caribe. Dados da entidade internacional mostram que o país sul-americano cresceu 43,5% em 2020, 20,1% em 2021 e 63,4% em 2022. Leia a íntegra (PDF – 6 MB).

O FMI (Fundo Monetário Internacional) estima crescimento de 38,4% no PIB do país em 2023. Relatório da entidade internacional afirmou que o crescimento do PIB do país em 2022 foi o “mais elevado do mundo“. Disse que a produção de petróleo aumentou com o funcionamento do 3º campo petrolífero. “A produção de petróleo continuará a expandir-se rapidamente, à medida que 3 novos campos aprovados entrarão em operação de 2024 a 2027, e um 6º campo deverá entrar em operação no 1º semestre de 2028”, disse o relatório.

HISTÓRIA

Os primeiros colonizadores da região foram os espanhóis, que chegaram em 1499 a região. No século 16, a Guiana passou a ser controlada por holandeses. Segundo o Portal Contemporâneo da América Latina e Caribe da USP (universidade de São Paulo), os holandeses acreditavam que na região poderia estar El Dorado –lenda que dizia existir uma cidade em que havia ouro em abundância.


Em 1616 foi construído o 1º forte holandês em Essequibo. O lugar também serviria como entreposto comercial, administrado pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais. A então colônia holandesa passou a ter como base econômica a exportação de açúcar e tabaco.


Com a implementação de um amplo sistema de irrigação no século 18, a Guiana expandiu o número de terrenos agrícolas, o que atraiu colonos ingleses de ilhas caribenhas.


A população de origem britânica superou em tamanho a holandesa na região no final do século 18. Com a Revolução Francesa e a expansão da França na Europa, os holandeses decidiram passar parte de suas colônias para a administração inglesa para se proteger de uma possível intervenção francesa.


Em 1814, as colônias Essequiba, Demerara e Berbice foram transferidas de forma oficial para a Inglaterra por meio do tratado Anglo-Holandês. O território passou a se chamar Guiana Inglesa em 1931. O país declarou sua independência em 1966, mas continuou integrando a Comunidade Britânica –grupo de ex-colônias britânicas.

Nota do PSD

  PSD Canoas, através de sua Executiva Municipal, vem apresentar formalmente manifestação oficial de solidariedade ao nosso filiado, o Prefeito Jairo Jorge.


O PSD Canoas respeita as instituições democráticas do Estado de Direito, bem como o ordenamento jurídico e o Poder Judiciário. Entretanto, cumpre registrar que, entre os princípios norteadores das agremiações partidárias, está presente a irresignação diante das injustiças e perseguições de qualquer natureza. 


Assim sendo, afirmamos de maneira inequívoca esta manifestação de solidariedade ao nosso filiado, Prefeito Jairo Jorge, que recebeu com surpresa a decisão, proveniente da 4ª Seção do TRF4, de uma nova prorrogação de afastamento, após ter retornado ao exercício do poder e estar por aproximadamente oito meses no comando da Prefeitura de Canoas. 


O fundamento de nossa manifestação está na inexistência de qualquer fato novo, denúncia e/ou notícia de provas em detrimento da gestão do chefe do executivo. 


É imperioso salientar que este novo afastamento causa inúmeros transtornos e danos para a continuidade dos serviços prestados aos cidadãos  canoenses. A injustiça sofrida pelo Prefeito Jairo Jorge certamente lhe afeta diretamente, mas, ao mesmo tempo, afeta toda a comunidade canoense. Está-se diante de um cenário de redução dos recursos da saúde e de crises econômica e climática, onde todas as equipes estão alinhadas para mitigar os efeitos que atingem a sociedade.


O sentimento de injustiça percebido pelos cidadãos é cristalino e fica evidente através das manifestações de solidariedade que estão acontecendo por toda a cidade. 


Deste modo, o PSD Canoas reafirma a convicção forte nas instituições democráticas e acredita no triunfo da Justiça que sempre irá prevalecer sobre a obscuridade e iniquidade. 


Por derradeiro, registramos nosso total e irrestrito apoio ao nosso filiado Prefeito Jairo Jorge, confiantes e certos de que este momentâneo dissabor será vencido pelo retorno definitivo ao exercício do mandato para o qual foi eleito democraticamente. A justiça dos homens e a justiça divina irão prevalecer.


O povo retoma o protagonismo das ruas

Acompanhei tudo o que aconteceu nesta gigantesca manifestação pública da Paulista e registro, de cara, os dois motes que mais ouvi:

- Fora, Xandão.
- Lula, ladrão, teu lugar é na prisão.

Foi emoção pura, porque este povo todo fez uma homenagem póstuma gigantesca pela memória do patriota morto nas mãos do ministro Alexandre de Moraes, o Clezão.

E não foram atos públicos apenas em São Paulo, mas também no Rio e Floripa.

O que eu quero registrar de cara é o seguinte:

1 - Foi disparada a maior manifestação pública ocorrida no Brasil este ano.

Podem anotar.

E foram apenas 3 dias de convocatórias, feitas todas elas em condições precárias e sob este pesado clima de repressão e intimidação sob os quais vive o povo brasileiro, submetido a um estado de exceção com caracteristicas incomuns, porque ele opera sob uma inédita ditadura da toga - daí o grito Fora Xandão.

2- Também inédita, é esta convocatória e esta manifestação estar colocada sob a liderança dos parlamentares, políticos e representantes eleitos pelo povo brasileiro para comandar a oposição ao estado de exceção.

Venho reclamando isto há muito tempo, porque os tempos das manifestações espontâneas passou.

Isto revela um grau de amadurecimento político tremendo, porque significa organicidade.

Não é por menos que nesta quarta-feira o multicondenado, mas ainda influente - nas suas hostes - Zé Dirceu, deixou claro que do jeito que está seu desmobilizado PT e seu desmoralizado governo Lula da Silva, a direita vai enquadrá-los de novo.

Já está.

Isto que aconteceu, hoje, na Paulista, é prova disto.

Esta tarde, no programa +Brasil, de Júlio Ribeiro, participarei para explicar melhor o que aconteceu hoje. Vocês podem acompanhar o programa a partir das 13h no meu blog polibiobraga.com.br

...

Por fim e ao cabo:

Quero dizer para vocês que estas gigantescas manifestações patrióticas, democráticas, desta tarde, vão funcionar como verdadeiro bafo quente na nuca do nosso Senado e da nossa Câmara, para que enquadrem em definitivo o STF.

O enquadramento começou com esta decisão do Senado de limitar os poderes ilimitados das decisões monocráticas, cuja aprovação ainda depende da Câmara, o que, agora, me parece mais perto depois de hoje.

Mas é preciso avançar mais.

Tocar um impeachment em cima do ministro Alexandre de Moraes, seria um bom começo.

As condições objetivas e subjetivas par isto, estão dadas.

...

Não estamos diante de uma revolução, mas diante de uma onda reformista descomunal e civilizatória que começou em 2013, foi golpeada com a reentronização do lulopetismo no Poder, mas que terá vida breve, porque o curso da história não se interrompe com golpes no tapetão.


Zé Dirceu está com medo da direita

 O multicondenado lulopetista Zé Dirceu, preso como corrupto e corruptor no Mensalão e na Lava Jato, mas apesar disto líder influente do PT, atravessou a semana com novas declarações políticas de repercussão dentro e fora do Partido.


No ano passado, ele se notabilizou pela sentença que depois teria sido adotada pelo ministro Barroso:


- Eleição não se ganha, porque se toma.


Desta vez, quarta-feira, dia 24, num discurso para a ala mais esquerdista do PT, Zé Dirceu fez críticas ao seu Partido e até ao governo, demonstrando temer um "tranco da direita":


- Nós temos um problema sério, no PT e na esquerda. Nós não conseguimos nos mobilizar. Nosso governo tem problemas de governabilidade, organização, de avaliação de cada ministério. 


Zé Dirceu disse temer a direita:


- PT tem, sim, um problema e é preciso se debruçar sobre ele. “Não vamos tapar o sol com a peneira. Nós não aguentamos o tranco da direita como nós estamos. E a direita vai nos dar um tranco, nós conhecemos ela.

Artigo, Claudia Woellner Pereira - Verdadeiras smart cities

- A autora Cláudia Woellner Pereira é tradutora e redatora


Enquanto a Agenda global aposta no uso da tecnologia para criar smart cities, cidades mais inteligentes, com mais qualidade de vida para as pessoas, outro tipo de virtualidade mostra-se mais abrangente, mais eficaz e com maior possibilidade de retorno financeiro e social.


Washington, considerada na década de 90 a capital mais violenta do mundo, foi palco de uma experiência nada convencional. Em 1994 cientistas e pesquisadores reuniram milhares de pessoas para exercitarem meditação transcendental com o objetivo de reduzir em 20% o número de crimes graves naquela cidade. CNN, Associated Press, Washington Post e Washington Times repercutiram o evento. E, apesar do ceticismo por parte das autoridades, a experiência juntou, nas duas últimas semanas da sua realização, 4 mil iogues e, realmente, foi verificada uma redução de 23% no índice de violência da capital norte-americana.


O evento escancarou, aos quatro ventos, a influência que a consciência humana exerce sobre o corpo, a matéria e o ambiente. Áreas do conhecimento, como a Física Quântica e a Neurociência, hoje têm demonstrado que não somos somente corpo físico, matéria, mas também frequências de ondas entrelaçadas que afetam umas às outras e o seu entorno. 


No mesmo ano de 1994, o ano da experiência em Washington, algo igualmente surreal acontecia em Almolonga, pequena cidade guatemalteca com apenas 15.724 habitantes (dados de 2018): as portas das suas quatro últimas cadeias eram fechadas e o prédio que as abrigava ganhou o nome de o Hall da Honra. O prédio fora condenado? Não! Simples ausência de criminalidade!


Conquista de um plano de governo, de algum programa de partido político de direita ou esquerda? Não falta vontade de dizer que sim, teríamos aí um modelo de políticas públicas a ser replicado mundo afora. Mas foi o povo que mudou. Almolonga é considerada um exemplo de transformação de uma comunidade.


No final da década de 80, início dos anos 90, Almolonga era uma das cidades mais pobres da Guatemala, com grave índice de analfabetismo, alcoolismo, violência pública e doméstica e de todas as outras sujeiras que vêm com este pacote. Hoje, uma das cidades mais limpas, mais prósperas daquele país. 


Segundo moradores de Almolonga e registros jornalísticos, as ruas da cidade eram cheias de bêbados dormindo em Almolonga. A produção agrícola local chamou a atenção de pesquisadores internacionais: os vegetais produzidos nas terras de Almolonga têm características fora do comum em tamanho, cor, sabor, nutrientes e tempo necessário para colheita.


Um fator intangível, invisível, operou toda a transformação em Almolonga. Uma cidade inteira libertou-se das amarras do vício, da violência, da pobreza. O fenômeno está atrelado à fé cristã.


Washington e Almolonga provocam questionamentos...


Se cada indivíduo tivesse consciência do que é capaz de produzir no seu entorno como nos mostra a Ciência, não teríamos milhões de Almolongas? Com gente mais saudável física, emocional e socialmente?


Um pequeno grupo de pessoas em oração e jejum mudou a história de uma cidade. Qual seria o impacto se todos os cristãos espalhados pela face da Terra fossem movidos pelo mesmo inconformismo daquela gente de Almolonga? Não teríamos milhões de Almolongas? Com cidadãos conscientes de suas responsabilidades, capazes de alçar lideranças públicas saudáveis e justas?


Absolutamente nada contra a tecnologia. Ela tem aplicações fantásticas. Mas as experiências de Washington e Almolonga estão aí para comprovar que há mais conexões entre o céu e a terra do que a vã filosofia dos homens consegue imaginar. E ainda mais, com tremendo potencial para dar conta das mazelas sociais sem orçamentos bilionários.


 



Artigo, J.R. Guzzo - Vítima de um assassinato legal

A morte de Cleriston Pereira da Cunha é um assassinato legal. Os fatos mostram que foi exatamente isso. No dia 27 de fevereiro, um laudo informou à autoridade pública que ele corria “risco de morte”: precisava de tratamento urgente para enfermidades cardíacas, circulatórias, diabetes e hipertensão. Seus advogados pediram que ele fosse internado num hospital. No dia 1º de setembro, o próprio Ministério Público pediu a soltura. O relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, ignorou o laudo, a petição da defesa e a solicitação do MP. Assinou com isso a sentença de morte de um preso que estava sob a sua custódia.


Começam a aparecer sinais de fadiga com a escalada de aberrações que o STF vem impondo ao Brasil


É fato que Cleriston estava com enfermidades graves. É fato que estava sob a custódia de Moraes. É fato que o MP pediu a sua libertação. É fato que o preso morreu por falta de tratamento. É fato, finalmente, que o ministro estava informado da situação – e recusou-se a permitir que Cleriston recebesse os cuidados para preservar a sua vida. Alguma das afirmações acima pode ser negada? Não – não pode. De quem é, então, a responsabilidade pela morte deste homem? A única pessoa que podia evitar que ele morresse era Alexandre de Moraes. Não tomou nenhuma das medidas necessárias para isso. 

A única defesa com que Moraes e o STF contam é o silêncio; apostam que, se o caso não aparecer no Jornal Nacional e nas manchetes, tudo vai acabar em nada. Fora a boçalidade das milícias digitais do regime, praticamente ninguém se mostrou disposto a defender o STF.  Os parlamentares do PT não falaram nada a favor de Moraes – não em público, pelo menos. A imprensa que funciona como departamento de propaganda do governo limitou-se a esconder os fatos, ou a enfiar a história toda no noticiário relâmpago, aquele que some logo depois de ter aparecido. A Ordem dos Advogados do Brasil não soltou um manifesto de apoio ao STF. Só sobrou mesmo o presidente Lula dando uma medalha para Moraes, e justo no dia do velório de Cleriston. 


Começam a aparecer sinais de fadiga com a escalada de aberrações que o STF vem impondo ao Brasil há mais de cinco anos. Não é apenas a destruição da segurança jurídica, a ilegalidade sistemática e a militância política. Agora há também a morte de um cidadão que estava nos cárceres do STF. Os ministros têm a obrigação de garantir a vida dos seus presos – principalmente daqueles que nem sequer foram julgados. Não fizeram isso. Também não podem cassar todos os parlamentares da oposição, que estão hoje mais ativos em sua luta para fazer o STF voltar a um mínimo de legalidade – e para evitar que novos cadáveres apareçam. O jogo ficou mais duro.


Artigo, Eugênio Esber, Zero Hora - Clezão e o carrasco

Cleriston encontrou a libertação quando tombou no banho de sol da papuda


Em 1º de setembro, a Procuradoria Geral da República (PGR) manifestou ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer favorável à libertação do baiano Cleriston Pereira da Cunha, mantido em prisão preventiva desde o dia 8 de janeiro. Ou seja, no entendimento do Ministério Público – a quem cabe o papel de acusador – não havia razão objetiva para manter “Clezão” encarcerado preventivamente. Nem ele nem vários outros brasileiros que a PGR já informou ao tribunal. No caso de Cleriston, havia um sentido de urgência urgentíssima: laudos médicos comprovando o delicado estado de saúde dele, com risco de morte no cárcere. O próprio Cleriston, de viva voz, havia contado a representantes do Ministério Público e do STF, em junho, sobre seus desmaios e vômitos, seu quadro de “vasculite”, os atendimentos que precisou receber na prisão e a medicação controlada de que dependia para enfrentar diabetes e hipertensão – tudo agravado, acrescento eu, pela privação da liberdade, a saudade do convívio com a esposa e as filhas e a angústia de saber que ele, como muitos outros, não teriam um julgamento justo.


Passou setembro, e nada de resposta de Alexandre de Moraes, ministro do STF responsável pelos inquéritos do 8 de janeiro. Passou outubro, e nada outra vez. Veio novembro. Primeira semana, segunda semana, terceira semana, e o parecer do Ministério Público em favor de Cleriston seguiu no vazio, enterrado nas gavetas da indiferença de um ministro já celebrizado pela brutalidade de seus métodos. Na última segunda-feira, por volta das 10h, Cleriston desabou no pátio da Papuda. Era hora do banho de sol e nada mais era possível fazer por ele. Fim. Moraes já pode mover da gaveta para a lata de lixo o papelório da PGR, com a certeza de que a colaboração pusilânime ou interessada dos que lhe prestam vassalagem haverá de lhe garantir impunidade.


Cleriston, pequeno empresário, 46 anos, foi um dos muitos que entoaram “...e o sol da liberdade em raios fúlgidos brilhou no céu da Pátria neste instante”. De fato, ele encontrou a libertação quando tombou no banho de sol da Papuda. Estivesse vivo, iria ser julgado por um tribunal de exceção, sem direito a recurso, sem direito à ampla ou sequer à mínima defesa por parte de seu advogado, para morrer ainda mais triste e desiludido do que estava. Afinal, iria ter de cumprir a pena que o STF inventou para gente comum, “os manés” na linguagem do ministro Luís Roberto Barroso: 14 a 17 anos de prisão, mesmo sem prova alguma de conduta criminosa a justificar tamanha crueldade perpetrada pelo regime liberticida que se instalou no Brasil.


Nos últimos dias de vida, Clériston talvez tenha sabido que ali mesmo, em Brasília, a esposa de um dos líderes do Comando Vermelho – ela própria julgada e condenada, em duas instâncias judiciais, por associação ao tráfico de drogas – não só desfrutava de total liberdade como vinha sendo recebida no Ministério da Justiça e Segurança Pública e também no Ministério dos Direitos Humanos. A “dama do tráfico”, como foi apontada pelo jornal O Estado de S. Paulo, chegou a ter suas passagens pagas pelo governo federal, inclusive.


Crime organizado é outra coisa.

O STF está com a corda no pescoço

 O STF, a Corte Suprema do Brasil, está mesmo com a bunda de fora e caiu de vez na maledicência do povo, via redes sociais, e não apenas, agora, meio que tardiamente, também na pauta do Senado.

O STF está no olho do furacão, apanhando muito, defendendo-se histericamente e tentando manter a pose.

E, claro, vira piada nas redes sociais.

A mais recente tem a ver com a votação, esta semana, da PEC aprovada pelo Senado e que acaba com as chamadas decisões monocráticas, com o voto favorável do próprio líder do governo lulopetista, o senador Jacques Wagner.

O que diz a piada:

Diz o STF: "Se vocês continuarem assim, vamos sair do PT e mudar de Partido".

Ninguém é bobo.

Logo depois da aprovação da PEC no Senado, com o voto favorável do líder do governo lulopetista, surgiram pelo menos duas ações que demonstram o pavor que bateu nos ministros do STF:

1) A queixosa e pastosa reclamação dos ministros, feita para a jornalista Eliane Cantanhêde, da Globo, segundo a qual eles se sentiram traídos na votação e exigiam a cabeça do senador Jacques Wagner, mas depois os termos dos protestos feitos de viva voz pelo conhecido parlapatão que é o ministro Gilmar Mendes, na base do senhor do raio e do trovão, falando em nome dos colegas.

2) As apressadas e humilhantes idas dos ministros Barroso, Gilmar Mendes, Zanin e Moraes a jantares com Lula da Silva e até com Janja da Silva, que não é nenhuma mulher de Cesar.

Com estes dois movimentos, o STF confirmou de público que é membro da organização político-midiática que conspirou e agiu para prejudicar Bolsonaro, o que continua fazendo até hoje.

..

Vamos ver se eu consigo fazer um resumo da ópera, analisando os dados postos na mesa durante estas últimas semanas, ou seja, este é o cenário político que enxergo antes da mega-manifestação programada para este domingo na Avenida Paulsita e da qual pela primeira vez participará, este ano, o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro:

Quem está perdendo com os últimos acontecimentos, com ênfase para os casos da morte do preso político Clériston Pereira da Cunha e da PEC que limite decisões monocráticas do STF:

O STF, indiscutivelmente. A reação destemperada dos ministros do STF e a busca por encontros e telefonemas apressados para Lula da Silva, Janja da Silva, Jacques Wagner e Rodrigo Pacheco, mas não só, provam isto.

O governo de Lula da Silva, do PT, que perde menos do que o STF, mas perde indiscutivelmente, obrigado a jogar em cima do muro, acendendo uma vela para Deus e outra para o Diabo, acusado até de traidor por seu eterno aliado STF, que agora o considera traidor da causa e até de mal agradecido pela ajuda que o STF concedeu ao libertá-lo da cadeia, perseguir Bolsonaro e colocá-lo no Planalto. O voto do seu líder no Senado, a favor da PEC, é sinalização para a maioria formada na Casa de que o governo quer manter ponte com ela e tratar de salvar o que for essencial para ele, mesmo que tenha que entregar antigos aliados como o STF. Neste momento, o governo lulopetista precisa mais do Congresso do que do STF. Uma traição, nestas circunstâncias, tem gosto de mel doce na boca.

Quem está levando vantagem
Evidente que o Senado e particularmente o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco e seus aliados parlamentares mais próximos, que viram suas popularidades elevadas, o que significa prestígio e votos.

E a oposição, claro que sim, com ênfase para o próprio Bolsonaro.

...

No que vai dar tudo isto ?

Como vocês perceberam, estamos diante de um cenário multifacetado, mas o resumo da ópera é que o maior perdedor nesta história toda é sem dúvida alguma o STF, que recuará por conta própria ou será obrigado a recuar.

É só prestar atenção nos discursos e cartazes que amanhã inundarão a Avenida Paulista.

Lá será possível perceber com clareza quem é quem e quem de fato está com a corda no pescoço.

Artigo, MarceloTognozzi, Poder360 - O caminho de volta

Quando Bolsonaro começou a fazer campanha, sua equipe cabia num fusquinha: ele, os 3 filhos e o então deputado gaúcho Onyx Lorenzoni. Timinho aguerrido que logo teve a adesão de Jorginho Mello, hoje governador de Santa Catarina, e do deputado paraense Eder Mauro. No 1º café com o projeto de candidato a presidente, eram apenas 5 sentados à mesa do apartamento de Lorenzoni. Era maio de 2017. Poucos meses depois, os cafés viraram almoços disputadíssimos e com quorum alto. Mais um pouco, a campanha ganhou pernas e caminhou até a vitória.


Onyx conta com bom humor e muitos números a história da chegada de Bolsonaro ao poder e os bastidores do seu governo no livro “Do baixo clero ao Planalto” lançado mês passado. Poderia ser mais um livro de memórias sobre um governo e seus personagens dos tantos publicados nas últimas décadas, como o incrível “Meninos eu vi… E agora posso contar” do ex-senador paraibano Drault Ernanny, suplente de Assis Chateaubriand e dono da famosa Casa das Pedras no Alto da Boa Vista, no Rio, frequentada pela nata dos políticos e socialites nos anos 1950 e 1960. Mas o livro de Onyx é diferente.


Retoma o eixo de uma narrativa perdida pela direita brasileira depois da derrota de 2022. Exibe números traduzindo bons resultados, os quais, vítimas da péssima comunicação do governo, ficaram desconhecidos do respeitável público.


A começar pelos 26 milhões de invisíveis trazidos à luz das estatísticas, quando Lorenzoni forçou a mão garantindo que o auxílio emergencial da pandemia fosse digitalizado e plugado no celular. Ao mesmo tempo em que fizeram do Brasil o 7º país digitalizado do mundo, os técnicos do governo descobriram os mais de 10% dos brasileiros ignorados pela burocracia e planejamentos oficiais.


“Nossa meta era usar os auxílios em dinheiro para ajudar as pessoas a saírem da pobreza, dando a elas uma oportunidade real de prosperar. Muito diferente do atual governo, que atua no sentido de empoçar a pobreza. Os números e os fatos são todos reais. Somos a antítese do pobrismo”, provoca Onyx.


Com argumentos e sua versão sobre a história da trajetória de Bolsonaro, vai religando a narrativa da direita brasileira, desmantelada pelo desastre do 8 de Janeiro, a eficiência da pressão do governo Lula e seus aliados sobre os opositores e a falta de planejamento da oposição até hoje sem eixo, discurso e sem comunicação profissional. Uma oposição reativa em vez de proativa.


A eleição de Javier Milei não foi uma surpresa para Onyx, cuja performance do presidente eleito monitora desde 2021. No início daquele ano, Milei lançou sua candidatura e foi abrindo caminho com meia dúzia de gatos-pingados até engrossar o caldo e chegar à presidência num movimento semelhante ao de Bolsonaro no Brasil.


Depois de perder a eleição de governador para Eduardo Leite, Onyx foi viver em Portugal. Passado o luto natural da derrota, mergulhou no trabalho construindo conexões com os partidos de direita e centro-direita da Europa como Vox e PP espanhóis, o português Chega e o italiano Irmãos da Itália, da premiê Giorgia Meloni. Também se aproxima dos conservadores alemães, franceses, belgas e holandeses.


No fim do ano passado, liderou no Rio Grande do Sul o lançamento da Frente Conservadora, hoje tocada pelo seu filho, o deputado estadual Rodrigo Lorenzoni (PL). Trabalho duro ligar as pontas dos partidos conservadores da Europa, América Latina e mais os Republicanos dos Estados Unidos. Dedica 10, 12 horas do seu dia nisso. Afinado com o deputado Eduardo Bolsonaro, que ajudou Milei na sua campanha vitoriosa, Onyx articula uma pauta comum e ações de sinergia entre os partidos conservadores do mundo ocidental.


Sua meta é um encontro internacional marcado para fim de março, ou início de abril, do ano que vem (2024) em Florianópolis, cujo anfitrião será o governador Jorginho Mello. É provável que o próprio Milei compareça ou participe por videoconferência.


“O nosso diálogo precisa ser permanente, nossa comunicação mais eficiente e os objetivos comuns. A esquerda tem feito isso com muita competência e nós só vamos ganhar a guerra cultural se agirmos com o mesmo profissionalismo”, avisa Onyx, cujo livro será lançado em Portugal em 15 de dezembro.


A direita imagina ter um espaço para trabalhar na América do Sul, especialmente depois da vitória de Milei. Há uma conjunção de fatores geopolíticos a respaldar isso, começando pelo fato de o governo Lula ter perdido, ao menos temporariamente, os aliados tradicionais no Mercosul, com Uruguai, Paraguai e Argentina, sob governos conservadores.


Há um desgaste cada vez maior do governo Gabriel Boric no Chile, o que pode trazer a centro-direita de volta ao poder. Gustavo Petro, 1º presidente de esquerda da Colômbia, enfrenta uma crise cujo pivô é seu filho Nicolas, acusado de receber dinheiro do narcotráfico. É possível que esse dinheiro tenha financiado a campanha de Petro. As recentes eleições no Equador levaram ao poder Daniel Noboa e deixaram derrotada a esquerda liderada pelo ex-presidente Rafael Correa.


Nos Estados Unidos, veremos uma eleição duríssima no ano que vem, com chances de vitória dos Republicanos. E, para completar o quadro, um dos fortes candidatos à presidência do Peru deve ser o general José Williams, direitista, ex-presidente do Congresso e articulador do afastamento do ex-presidente Pedro Castillo.


A direita se assanha em retomar o espaço perdido com a eleição de Lula. Aposta na polarização, que agora é mundial e por muito tempo continuará assim. Quem não entender o jogo será carta fora do baralho.

Cessar fogo começou em Gaza. Naziterroristas começaram a soltar algumas destas crianças e bebês sequestrados.

Os naziterroristas do Hamas começam a devolver 50 reféns que estavam em cativeiro até esta manhã, a quase totalidade crianças, algumas das quais não possuem mais pais, já que eles foram assassinados fria e cruelmente pelos bandidos políticos palestinos. A troca de 50 dos 250 reféns por 150 prisioneiros listados pelo Hamas, além de uma trégua de 6 horas, começou esta manhã.

Segundo o blog O Antagonista, a autora e colunista Aviva Komplas, que comandava a equipe da missão permanente de Israel na ONU, auxiliando o então embaixador Ron Prosor, descreveu procedimentos adotados por Israel para receber pessoas sequestradas pelo Hamas, após o acordo de libertação.

- Um soldado das FDI foi designado para acompanhar de volta a Israel todas as crianças reféns libertadas. Se uma criança perguntar onde está a mãe ou o pai, os soldados foram instruídos a dizer: ‘Sinto muito, querido, não sei. Meu trabalho é levá-lo a Israel, para um lugar seguro onde as pessoas que você conhece possam responder a todas as suas perguntas. Algumas das crianças não têm pais para quem voltar, já que seus país foram assassinados por terroristas do Hamas em 7 de outubro.

CCJ do Senado aprova aumento de pena para crimes contra crianças e adolescentes

 CCJ do Senado aprova aumento de pena para crimes contra crianças e adolescentes

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou, em 22/11,2) o projeto de lei (PL) 4.224/2021, do deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) que inclui na lista de crimes hediondos os cometidos contra crianças e adolescentes. A matéria também tipifica como crime a prática de bullying e cyberbullying. O texto recebeu relatório favorável do senador Dr. Hiran (PP-RR) e segue para análise da Comissão de Segurança Pública (CSP)

Além de tornar crime hediondo o agenciamento e o armazenamento de imagens pornográficas de crianças e adolescentes, o projeto inclui entre os crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA - Lei 8.069, de 1990) a exibição, transmissão, facilitação ou auxílio à exibição ou transmissão, em tempo real, pela internet, por aplicativos ou qualquer outro meio digital de pornografia com a participação de criança ou adolescente. A pena prevista é de quatro a oito anos de reclusão e multa.

Identificação de infrator


A proposta, de Osmar Terra cria a Política Nacional de Prevenção e Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. O texto estabelece protocolos a serem seguidos pelas instituições de ensino para prevenir e combater a violência escolar.

Segundo o relator Dr. Hiran, o projeto é uma resposta necessária aos casos de violência ocorridos nas escolas brasileiras. Ele lembrou dois eventos ocorridos em escolas de Santa Catarina que deixaram seis crianças e duas professoras mortas em 2021 e 2022.

Crimes hediondos

O projeto inclui na lista de crimes hediondos (Lei 8.072, de 1990):

agenciar, facilitar, recrutar, coagir ou intermediar a participação de criança ou adolescente em imagens pornográficas;

adquirir, possuir ou armazenar imagem pornográfica com criança ou adolescente;

sequestrar ou manter em cárcere privado crianças e adolescentes;

traficar pessoas menores de 18 anos.

O réu condenado por crime considerado hediondo, além das penas previstas, não pode receber benefícios de anistia, graça e indulto ou fiança. Além disso, deve cumprir a pena inicialmente em regime fechado.

Suicídio

O projeto também torna hediondo o crime de instigação ou o auxílio ao suicídio ou à automutilação por meio da internet, mesmo que a vítima não seja menor de idade. O texto considera agravantes o fato de a pessoa que instiga ou auxilia ser responsável por grupo, comunidade ou rede virtual. Nesse caso, a pena pode ser duplicada.

Bullying e cyberbullying

O PL 4.224/2021 inclui dois novos crimes no Código Penal (Decreto-Lei 2.848, de 1940). O bullying é definido como “intimidar sistematicamente, individualmente ou em grupo, mediante violência física ou psicológica, uma ou mais pessoas, de modo intencional e repetitivo, sem motivação evidente, por meio de atos de intimidação, de humilhação ou de discriminação, ou de ações verbais, morais, sexuais, sociais, psicológicas, físicas, materiais ou virtuais”. A pena prevista é de multa, se a conduta não constituir crime mais grave.

O cyberbullying é classificado como a intimidação sistemática virtual. Se for realizado por meio da internet, rede social, aplicativos, jogos on-line ou transmitida em tempo real, a pena será de reclusão de dois anos a quatro anos e multa, se a conduta não constituir crime mais grave.

Dr. Hiran ressalta que a Lei 13.185, de 2015, que institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática, já prevê a figura do bullying, mas não estabelece punição específica para esse tipo de conduta. A norma apenas obriga escolas, clubes e agremiações recreativas a assegurar medidas de conscientização, prevenção, diagnose e combate à violência e à intimidação sistemática.

Aumento de penas

O PL 4.224/2021 aumenta a pena de dois crimes já previstos no Código Penal. No caso de homicídio contra menor de 14 anos, a pena atual, de 12 a 30 anos de reclusão, pode ser aumentada em dois terços se o crime for praticado em escola de educação básica pública ou privada. Já o crime de indução ou instigação ao suicídio ou à automutilação terá a pena atual, de seis meses a dois anos de reclusão, duplicada se o autor for responsável por grupo, comunidade ou rede virtuais.

Exploração sexual


O projeto também atualiza o ECA para penalizar quem exibe ou transmite imagem, vídeo ou corrente de vídeo (compartilhamento sucessivo) de criança ou adolescente em ato infracional ou ato ilícito, com multa de 3 a 20 salários mínimos. O texto em vigor pune “quem exibe, total ou parcialmente, fotografia de criança ou adolescente envolvido em ato infracional”.

Desaparecimento

Outra medida inserida no ECA é a penalização de pai, mãe ou responsável que deixar de comunicar, intencionalmente, à polícia o desaparecimento de criança ou adolescente. A pena será de reclusão de dois a quatro anos, mais multa.

Violência nas escolas

O projeto estabelece que as medidas de prevenção e combate à violência contra criança e adolescente nas escolas públicas e privadas devem ser implementadas pelos municípios e pelo Distrito Federal em cooperação com os estados e a União.

Os protocolos de proteção devem ser desenvolvidos pelos municípios em conjunto com órgãos de segurança pública e de saúde, com a participação da comunidade escolar. Para Dr. Hiran, a medida segue tendência positiva de municipalização de políticas assistenciais de proteção da infância e da juventude.

Segundo o texto, as instituições sociais públicas ou privadas que trabalhem com crianças e adolescentes e recebam recursos públicos devem exigir certidões de antecedentes criminais de todos os seus colaboradores, atualizadas a cada seis meses. Escolas públicas ou privadas também devem manter fichas cadastrais e certidões de antecedentes criminais atualizadas de todos os colaboradores, independentemente de recebimento de recursos públicos.

Prevenção

De acordo com o PL 4.224/2021, a Política Nacional de Prevenção e Combate ao Abuso e Exploração Sexual da Criança e do Adolescente será elaborada por uma conferência nacional a ser organizada e executada pelo governo federal. Entre os objetivos a serem observados pela política, estão o aprimoramento da gestão das ações de prevenção e de combate ao abuso e à exploração sexual da criança e do adolescente; e a garantia de atendimento especializado, e em rede, da criança e do adolescente em situação de exploração sexual, bem como de suas famílias.


Governo admite que não cumprirá promessa de conter o déficit primário em torno de 1% do PIB

A promessa de encerrar o ano com déficit primário em torno de 1% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos) não vai se cumprir. 

Documento que a cada dois meses orienta a execução do Orçamento, o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas elevou para R$ 203,4 bilhões a estimativa de déficit primário para este ano (1,9% do PIB) com as contas do governo pressionadas pela compensação a estados e pela recomposição do piso da saúde.

No relatório anterior, divulgado em setembro pelos Ministérios da Fazenda e do Planejamento, a previsão de déficit primário estava em R$ 141,4 bilhões. Esse cálculo considera o critério “abaixo da linha”, usado pelo Banco Central, que é levado em conta no cumprimento das metas fiscais da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Para 2023, a LDO estabelece meta de déficit primário de R$ 231,5 bilhões, mas o valor efetivo cai para R$ 213,6 bilhões, com algumas compensações da União previstas após um acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF).

Clériston

 Foi uma coincidência inesperada a morte do preso político Clériston Pereira da Cunha na segunda-feira, justamente no chamado Dia da Consciência Negra. Clériston tinha sangue negro correndo nas veias. É só verificar as imagens que publico hoje no meu blog polibiobraga.com.br, apanhando flagrantes da cerimônia fúnebre realizada em Brasília. São cenas chocantes: caixão aberto, dezenas e dezenas de familiares, amigos e conhecidos, erguendo levemente as mãos de Clériston para lhe dar o último adeus.

O pastor Silas Malafaia, em video que também publico no meu blog, hoje, compartilha dezenas e dezenas de acusações contra o ministro Alexandre de Moraes. Todos o acusam pela morte. E por "n" razões:

- Um inquérito flagrantemente ilegal.
- Uma prisão flagrantemente ilegal.
- O desprezo pelo pedido da família e da PGR para libertar Clériston do calvário da Papuda, apesar dos laudos médicos dizerem que mantê-lo ali seria o mesmo que decretar-lhe uma pena de morte.

Moraes e o STF calam-se e não se calam de modo obsequioso, mas porque sabem que são culpados. E se calam todos os agentes do Eixo do Mal: a PGR está quieta, a PF está quieta, o Governo Federal está quieto, como está quieta a velha mídia, que mal consegue abrir espaços reduzidos para publicar notinhas extremamente assépticas. E quietos estão a OAB e toda esta infinidade de entidades, ONGs e Partidos que se acumpliciam neste conjunto pérfido que eu costumo chamar de Eixo do Mal.

Caberá ao Estado brasileiro, em algum momento, reparar este crime político. Isto já aconteceu no passado, com ênfase para as reparações dos que confrontaram o regime militar. 

Eu preciso deixar claro que este não foi o primeiro herói do povo brasileiro abatido pela sanha persecutória de uma Corte Suprema que se transformou de verdade num Tribunal do Santo Ofício, com todos os seus poderes absolutos de vida e de morte sobre todos os que se opõem ao atual governo lulopetista. 

As redes sociais inflam de indignação, protestos e convocatórias para que os patriotas façam alguma coisa para dar um basta a este verdadeiro estado de exceção.

Como fazer isto dentro dos quadros da legalidade permitida ?

Há bastante tempo, desde o desastre político de 8 de janeiro, eu venho insistindo que a boa batalha se dá, e está se dando, em pelo menos 3 campos diferentes, mas um deles é o principal:

1o ) O uso cada vez mais intensivo das redes sociais e da mídia de conteúdo de internet, onde somos franca maioria. Esta é uma arma revolucionária e domina cada vez mais a comunicação entre os brasileiros.

2o) As manifestações de rua, como fazemos desde 2013, porque são elas que tocam bafo na nuca dos nossos deputados e senadores.

E 3o, o Congresso, Câmara e Senado, mas principalmente o Senado, porque é ali que é possível conter a santa inquisição em curso e sob o comando do moderno Santo Ofício, o STF. Nem é preciso uma PEC para mudar ou extinguir o STF, porque basta fazer o que o Senado começou a fazer hoje, ao cortar as asinhas dos ministros da Corte que se acostumaram a promover decisões monocráticas. Esta festa acabou. Mas é preciso ir mais longe.

De longe, o mais urgente é que o senador Rodrigo Pacheco paute para votação pelo menos um dos pedidos de impeachment protocolados no Senado, o do senhor Aledxandre de Moraes.

Este será o exemplo.

Ele bastará para fazer com que o STF, o Poder Judiciário como um todo, volte a respeitar a Constituição, restabelecendo-se a moralidade legal e jurídica da República.

A morte do preso político Clériston Pereira da Cunha não pode ter sido em vão.

Este, e não Zé Dirceu, é o verdadeiro herói do povo brasileiro.




Senado votará, hoje, PEC que limita poderes do STF

  O Senado aprovou nesta terça-feira calendário especial para votação da PEC 8/2021, que limita decisões monocráticas, ou seja individuais, e pedidos de vista no Supremo Tribunal Federal (STF). Com a aprovação do novo calendário, a proposta será votada, em dois turnos, nesta quarta-feira (22).

O requerimento aprovado prevê uma quebra do intervalo entre os turnos, o que acelera a tramitação da proposta. Com isso, os dois turnos de votação, necessários para análise de uma PEC, poderão ocorrer no mesmo dia, sem necessidade de sessões de intervalo.

O calendário especial foi proposto por líderes de oposição ao governo, recebendo 48 votos a favor, 20 contra e uma abstenção.

Para ser aprovada, uma emenda à Constituição precisa de, pelo menos, 49 votos favoráveis dos senadores em cada um dos turnos. Se aprovada, a PEC seguirá para análise da Câmara dos Deputados.

O que diz a PEC

A PEC 8/2021 proíbe decisões monocráticas que suspendam a eficácia de lei ou ato normativo com efeito geral, ou que suspendam atos dos presidentes da República, do Senado e da Câmara. A PEC também proíbe decisões monocráticas com poder de suspender a tramitação de propostas legislativas, que afetem políticas públicas ou criem despesas para qualquer Poder.  


Além disso, restringe os pedidos de vista para serem de caráter coletivo e “limitados a seis meses e, em caso de excepcional renovação, a três meses, sob pena de inclusão automática do processo em pauta, com preferência sobre os demais”.  


As decisões monocráticas são aquelas tomadas por apenas um magistrado. Pela sua natureza, trata-se de uma decisão provisória, uma vez que precisa ser confirmada pelo conjunto dos ministros da Corte. Já o pedido de vista ocorre quando um ministro pede para analisar algum tema em julgamento, suspendendo a análise do processo.  


Segundo o texto, caso o STF esteja em recesso, será permitida decisão monocrática em casos de grave urgência ou risco de dano irreparável, mas o Supremo terá até 30 dias para julgar o tema após a retomada dos trabalhos.

Irá até amanhã a Brazilian Footwear Show (BFS), Porto Alegre

 Abriu ontem, Porto Alegre, a primeira edição da Brazilian Footwear Show (BFS), promovida pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). O evento é realizado na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs).

Com mais de 1,5 mil empresas do ramo, a maior quantidade do país, o setor calçadista gaúcho emprega mais de 87 mil pessoas. Entre os 25 municípios brasileiros que mais empregaram na indústria calçadista em 2022, nove são gaúchos: Sapiranga, Novo Hamburgo, Parobé, Campo Bom, Nova Hartz, Igrejinha, Três Coroas, Rolante e Dois Irmãos (ordem decrescente de participação).Entre 2020 e 2022, o Rio Grande do Sul foi o segundo maior produtor nacional em números de pares, com média de participação de 21,7% de toda a confecção do país, atrás apenas do Ceará. Só no ano passado, foram produzidos 192,1 milhões de pares no Estado. Em território gaúcho, as empresas fabricam desde calçados completos até componentes como solas e saltos.

O Rio Grande do Sul é o maior exportador nacional em valor e número de pares de calçados. Em 2022, teve participação de 47% no valor exportado e de 30% no número de pares vendidos para fora do Brasil na soma de todas as unidades da federação. 

O evento

Realizada pela Abicalçados e organizada pela NürnbergMesse Brasil, a BFShow segue até quarta-feira (23/11). Com 138 marcas de calçados de todos os segmentos, nichos e polos calçadistas do Brasil, sendo 124 delas exclusivas no evento, a feira deve receber mais de 10 mil visitantes, entre eles, pelo menos, 150 importadores de 30 países. A feira tem parceria oficial do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e da ApexBrasil.

Nos 10 primeiros meses do ano, cresceu 14,4% a movimentação nos três portos do RS

Os três portos públicos - Rio Grande, Peloas e Porto Alegre - do Rio Grande do Sul apresentaram variação positiva entre os meses de janeiro e outubro de 2023, em relação ao mesmo período do ano passado. Juntas, as unidades operacionais da Portos RS somaram 37.544.373 toneladas, um aumento de 13,94% em comparação com as 32.951.803 toneladas de 2022. Nos dez meses do ano, passaram pelos portos 3.066 embarcações, sendo 2.508 delas apenas em Rio Grande. O Porto de Pelotas recebeu nesse período 437 barcaças e o Porto de Porto Alegre operou 121 navios de janeiro a outubro. Os granéis sólidos lideram o ranking de cargas, atingindo 24.835.171 toneladas.

No Porto do Rio Grande, que obteve variação positiva de 14,44%, foram registrados aumentos nas movimentações de soja em grão (73,40%), milho (72,14%), demais mercadorias (19,79%), farelo de soja (13,73%) e fumo (2,67%). A soja em grão passou de 4.806.008 toneladas para 8.333.501 toneladas. O milho passou de 344.453 toneladas para 592.934 toneladas.

 30% do produto interno gaúcho ganha o mercado internacional por meio das unidades operacionais da Portos RS. 

Artigo, Jurandir Soares, Correio do Povo - O país que Milei receberá

Não é novidade para o vencedor da eleição deste domingo na Argentina que estará recebendo para dirigir um país à beira da bancarrota. Nunca é demais repetir os 142,7% de inflação nos últimos 12 meses, os 1.200 pesos que são pagos por um dólar e o índice de pobreza que atinge 40% da população. Isto num país que vem acumulando déficits fiscais, especialmente, nos últimos dez anos. Ou seja, gasta mais do que arrecada. Grande parte desses gastos corresponde a subsídios, como nas contas de luz, água e transportes, serviços muito baratos se comparados ao Brasil. Algo com que o cidadão argentino foi se acostumando e os governos peronistas populistas foram alimentando em troca de votos. Com isto o rombo tem só aumentado. O país apelou em empréstimo do Fundo Monetário Internacional para amenizar seus problemas. Acabou criando outro maior, pois não sobrou recurso para pagar as prestações. Assim, teve que recorrer a outro empréstimo, da Fundação Andina de Fomento, para pagar o empréstimo do FMI. E assim se vão juros sobre juros e a dívida só aumentando.


Com a inflação desenfreada, os preços dos produtos sobem diariamente e, por conseguinte, tornam sua aquisição mais cara para o povo. E o desespero por esta situação tem ocasionado ondas de saques no país. E para comprovar que é uma situação de desespero da população, o principal produto do saque é composto de gêneros alimentícios. Uma situação a que foi levada pelo inchaço do Estado, para o que colaboraram muito os governos kirchenistas, que se ufanavam de suas decisões. Ainda nas comemorações deste ano do 25 de maio, a data nacional argentina, Cristina Kirchner fez um enfático discurso, ressaltando o que ela considera uma grande conquista dos governos kirchenistas. Uma conquista que faz arrepiar qualquer liberal: “Em doze anos duplicamos o Estado”, disse ela. E fez questão de mostrar com os dedos que o Estado era “chiquitito” e agora está ampliado, como se fosse um grande mérito e não o responsável que foi por afundar as finanças do país. Segundo dados publicados pelo jornal La Nación, quando Néstor Kirchner assumiu, o gasto do Estado em relação ao PIB era de 12,5%. Ou seja, de cada 100 pesos o Estado consumia 12,5 pesos. Quando Cristina assumiu já estava em 15% e quando ela concluiu seu mandato este percentual estava em 24%. Hoje já está em 46%. Entre as estatizações a que aludiu com orgulho Cristina, para justificar o crescimento do Estado, estão a YPF, a Petrobrás argentina, as Aerolíneas Argentinas e a AFJP, que é o serviço de correios. Na realidade, ela mais do que duplicou o tamanho do Estado. Mas, no seu discurso, ela foi vivamente aplaudida pelos funcionários dessas estatais. Seus eleitores que costumam se mobilizar fortemente em qualquer eleição. Todas as três empresas citadas são deficitárias, até mesmo a de petróleo, porque a gasolina é subsidiada para os consumidores. Não é à toa que os brasileiros da fronteira vão abastecer seus carros na Argentina.


Romper com esta cultura, acabar com os subsídios, privatizar empresas e trazer os preços para a sua realidade é o grande desafio que se apresenta para o futuro presidente, Javier Milei, que assume a 10 de dezembro. Para vencê-lo será preciso romper com a cultura de estado-dependência da Argentina. Ao mesmo tempo tem que fortalecer o que a Argentina tem de melhor, que é o agronegócio. Aliás, outro setor que perdeu força em função das taxações impostas por Cristina Kirchner. Como, por exemplo, a taxa sobre as exportações de carne, que acabaram tirando do país a posição de principal exportador do mundo. Já a produtividade da agricultura argentina está entre as mais altas do mundo.


O país é um grande produtor e exportador de cereais, sendo o seu principal produto o trigo. Quanto à indústria, esta não tem evoluído. Em entrevista ao jornal El País, o professor Néstor Castañeda, do University College de Londres, diz que o “tecido industrial é denso, mas, em geral, incapaz de competir com a indústria de outros países. Sem concorrência externa porque quase não se importa (as taxas alfandegárias são altas), seus produtos tendem à mediocridade. A alta capacidade tecnológica em setores muito concretos (manipulação genética, energia nuclear, farmácia) não é suficiente para elevar o nível médio e, como se não bastasse, a fuga de talento ao exterior é contínua. Aliás, outro problema a ser enfrentado é criar perspectivas para que os jovens permaneçam no país. Enfim, não são poucos os desafios para este país que, é sempre bom lembrar, há um século era uma das maiores economias do mundo.


Exportações brasileiras superam marca de US$ 300 bi pelo segundo ano

Pelo segundo ano seguido, as exportações brasileiras superaram a marca de US$ 300 bilhões, divulgou nesta segunda-feira (20) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Até a terceira semana de novembro, as vendas para o exterior somaram US$ 300,014 bilhões e as importações ficaram em US$ 213,502 bilhões. Com isso, a balança comercial acumula saldo positivo de R$ 86,512 bilhões no ano.


O resultado foi atingido após a balança comercial registrar superávit de US$ 1,963 trilhão na terceira semana de novembro. Apenas na semana passada, o país exportou US$ 6,055 bilhões e importou US$ 4,092 bilhões.


Com o resultado da última semana, a balança acumula resultado positivo de US$ 6,003 bilhões em novembro. O indicador está prestes a superar o superávit recorde para o mês, de US$ 6,2 bilhões, registrado em novembro do ano passado. No acumulado do mês, as exportações somam US$ 17,226 bilhões; e as importações, R$ 11,222 bilhões.


O recorde da balança comercial foi atingido em 2022, quando as exportações superaram as importações em US$ 61,525 bilhões. O segundo melhor resultado ocorreu em 2021, quando o superávit comercial ficou em US$ 61,407 bilhões.


Estimativa

Apesar da desvalorização recente das commodities, o governo prevê saldo positivo recorde de US$ 93 bilhões para 2023, contra projeção anterior de US$ 84,7 bilhões, feita em julho.


Conforme as estimativas, apresentadas em outubro, as exportações ficarão estáveis em 2023, subindo apenas 0,02% e encerrando o ano em US$ 334,2 bilhões. As projeções são atualizadas a cada três meses. As importações recuarão 11,5% e fecharão o ano em US$ 241,1 bilhões.


As previsões estão muito mais otimistas que as do mercado financeiro. O boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada toda semana pelo Banco Central, projeta superávit de US$ 77 bilhões neste ano.

Cartões

  O projeto do Executivo que reduz alíquotas do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) para operadoras de cartão de crédito foi aprovado pela Câmara Municipal nesta segunda-feira. O objetivo é estimular o investimento em serviços de tecnologia e inovação na cidade, além de manter e atrair empresas do setor para a capital gaúcha. A alíquota estava acima de outros centros financeiros do pais.

O projeto de lei complementar reduz as alíquotas de forma escalonada, começando em 3% no ano de 2024, baixando mais meio ponto percentual no ano seguinte, chegando até 2% em 2026. A desoneração tem validade até 2038. Os serviços contemplados fazem parte do subitem 15.01 da Lei Complementar nº 7, de 7 de dezembro de 1973, que regula a tributação no município. Serão beneficiadas operadoras de administração de fundos, de consórcio, de cartão de crédito ou débito, de carteira de clientes, de cheques pré-datados e outras do setor

Cheias

 Maiores cheias do Lago Guaíba - Cais Mauá

1873 – 3,50

1914 – 2,60

1928 – 3,20

1936 – 3,22

1941 - 4,75

1967 - 3,13

1984 – 2,60

2015 – 2,94

2016 – 2,65

2023 (setembro) - 3,18

2023 (20 de novembro) - 3,26 (às 17h)

Milei

O governo lulopetista sofreu algumas derrotas políticas com reflexos internos, aqui dentro do Brasil, mas também derrotas políticas de caráter internacional, tudo em função da vitória do candidato conservador, portanto mais à direita, Javier Milei, na Argentina.

As derrotas mais flagrantes foram estas:

No front político interno
A posição política da direita brasileira, com ênfase para Bolsonaro, fica tremendamente reforçada diante da derrota dos aliados da esquerdalha brasileira na Argentina, para onde mandou até reforços materiais, como se sabe.

No front político internacional
O governo lulopetista resulta fragilizado no âmbito do Mercosul, cuja presidência rotativa cabe este ano a Lula da Silva. Agora, ele fica totalmente isolado no Mercosul, porque o Brasil terá pela frente a oposição de três governos de direita, os outros membros: Argentina, Paraguai e Uruguai. A palavra de Lula da Silva diante da comunidade européia, por exemplo,que vinha sendo grossa, afina de vez.

O Foro de São Paulo, que ele lidera, perde um braço da maior importância.

A ambição de Lula da Silva de reabrir a Unasul e falar em nome dela, não vale mais nada.

Eu poderia ir adiante, mas Lula da Silva e o PT estão com a bunda de fora e não apitam mais nada em termos de América do Sul e de América Latina.´

São cachorros que latem e não mordem mais.

..

O que mais ?

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Milei detesta Lula da Silva e o Papa. Durante a campanha, ele chamou ambos de "comunistas". Hoje, day after, Lula da Silva, o PT e o seu governo, estão todos de cabeça inchada. 


Os marqueteiros que o PT e Lula da Silva mandaram ajudar o peronista esquerdopata Sergio Massa na Argentina, conseguiram bons resultados no primeiro turno, mas foram responsáveis diretos pela derrota acachapante, ontem, do candidato do governo.

Um dos marqueteiros ajudou a campanha do lulopetista Edegar Preto no RS, que sequer foi para o ssegundo turno. Trata-se de Halley Arrais.

Os outros são Chico Kertész, que trabalhou com Lula da Silva (PT) em 2022, Otávio Antunes e Raul Rabelo, que fizeram parte de campanhas de Fernando Haddad (PT)

Javier Milei falou com Bolsonaro, hoje, mas não falou com Lula, de quem quer distância. Ele não virá ao Brasil para beijas-mãos, como fizeram seus antecessores, mas anunciou que viajará para os Estados Unidos e para Israel.

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Hoje, Paulo Pimenta disse que Lula da Silva só cumprimentará Milei se ele pedir desculpas por ter ofendido o líder lulopetista brasileiro.

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O candidato de direita Javier Milei, uma espécie de Bolsonaro, será o futuro presidente da Argentina pelos próximos quatro anos. Ele se elegeu com folga no 2o turno, realizado ontem. A Argentina tem 45 milhões de habitantes e 35 milhões de eleitores.

Com 98,21% das urnas apuradas, ele está matematicamente eleito com 55,75% dos votos, contra 44,24% do candidato governista e atual ministro da Economia, o peronista esquerdopata Sergio Massa.

Economista, Milei se caracteriza por ser um candidato antissistema num país abalado por uma grave crise econômica que Massa não controlou, onde a inflação chegou a 142,7% nos 12 meses terminados em outubro. Ele promete dolarizar a economia e extinguir o Banco Central argentino para acabar com a inflação. Hoje, pelo menos no caso do Banco Central, ele confirmou que fará isto de verdade.

8 dos 12 presidentes eleitos depois da ditadura militar foram personistas. Os 4 foram Raul Alfonsin, Fernando de la Rua, Maurício Macri e, agora, Javier Milei.



Editorial, Estadão - Um governo que desmoraliza o País

 É estarrecedor. O Estadão revelou que pessoas muito próximas a uma facção criminosa fizeram reuniões no Ministério da Justiça e Segurança Pública e, em vez de tomar as atitudes necessárias para traçar uma linha clara entre governo e crime organizado, o presidente Lula da Silva veio a público prestar solidariedade ao ministro da Justiça, Flávio Dino, que estaria sendo “alvo de absurdos ataques artificialmente plantados”.


Ao contrário do que disse Lula da Silva, a questão não é se o ministro da Justiça encontrou-se pessoalmente com Luciane Barbosa Farias, mulher de um dos líderes do Comando Vermelho no Amazonas e ela própria com contas a acertar na Justiça. Até agora, não há nada indicando que esse encontro ocorreu. O problema é outro, muito mais grave.


O crime organizado atua à luz do dia para se aproximar da política e interferir nela, e o governo do PT parece considerar tudo isso normal. Sua preocupação não é investigar o caso, tampouco atuar para que a administração pública federal fique menos exposta às investidas políticas das facções criminosas. A prioridade petista é defender o companheiro Dino, que estaria sendo injustamente atacado.


Com isso, Lula da Silva reitera o padrão de comportamento adotado até agora na área da segurança pública. Não entendeu a gravidade do problema. Não se preocupa com a população, que sente diariamente os efeitos e todas as sombras que a criminalidade gera sobre a vida em sociedade. Não tem nenhum plano concreto para prevenir os crimes e enfrentar os criminosos. Sua atenção está voltada exclusivamente para as eventuais consequências políticas do escândalo da participação da mulher do traficante “Tio Patinhas” em reuniões do Ministério da Justiça e Segurança Pública.


Trata-se da mesma irresponsabilidade que se viu na recente operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) nos portos e aeroportos para combater o tráfico de drogas e de armas. Diante de um problema gravíssimo, que exige estratégia, planejamento e coordenação, o governo federal optou por mais uma pirotecnia militar populista, de curto prazo e sabidamente ineficaz (ver editorial Uma GLO que é a cara deste governo, dia 3/11).


Governar é muito mais do que agir guiado por cálculos político-eleitorais. Exige um mínimo de comprometimento com o interesse público. No entanto, diante da revelação de que as facções criminosas de algum modo têm acesso à alta cúpula da administração federal, Lula da Silva optou por cuidar do interesse do seu ministro que, coitado, não estava sabendo das tais reuniões.


O governo do PT zela por si e apenas por si. E o faz de forma coordenada. Horas depois de Lula prestar solidariedade ao companheiro Dino, o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, veio a público defendê-lo. Para Silvio Almeida, o problema não é a atuação cada vez mais audaciosa do crime organizado, mas os “ataques difamatórios” que “têm como alvo central o corajoso trabalho” do ministro da Justiça.


Haja empáfia. Em vez de esclarecer o que houve, Silvio Almeida acusou “a tentativa generalizada, por parte de extremistas de direita, de a todo momento fabricar escândalos e minar a reconstrução da política de direitos humanos”. Eis o modus operandi petista. Acham-se superiores mesmo quando seus erros são expostos. Em vez de prestarem as informações ao público e admitirem o erro, atacam genericamente, sem nenhuma prova, politizando infantilmente a questão.


Não há reconstrução possível do País onde imperam a irresponsabilidade e a desfaçatez. É mais que hora de Lula da Silva descer do palanque e governar com seriedade, o que envolve admitir os erros e, principalmente, cuidar dos interesses da população. É fácil – e gera engajamento nas redes sociais – culpar os “próceres da extrema direita brasileira”, como fez Silvio Almeida, pelo escândalo das reuniões. Difícil é enfrentar as causas do problema.


O mínimo que o governo poderia fazer seria afastar ou ao menos advertir os secretários envolvidos no caso. Mas o sr. Dino já descartou essa possibilidade, dizendo que, se o fizesse, estaria se “desmoralizando”. Conclui-se que ele preferiu desmoralizar o País.


Mapa da Nasa mostra as novas enchentes no RS.

Os eventos climáticos que ocorreram no Rio Grande do Sul desde quarta-feira  causaram a morte de quatro pessoas e uma série de transtornos associados em 138 municípios. Até o momento, há 63 pessoas feridas, 2.653 desabrigadas e 7.527 desalojadas. Mais de 194 mil foram afetadas, direta ou indiretamente, pelas fortes chuvas, vendavais, enxurradas, inundações, soterramentos e a microexplosão, evento ocorrido em Giruá que feriu fatalmente uma mulher. Os outros óbitos foram de duas mulheres, soterradas em sua residência em Gramado, e de um homem, que tentou atravessar as águas com seu carro e foi arrastado em Vila Flores. Em Roca Sales, um deputado estadual, o Capitão Martim, que socorria ilhados, passou a noite no telhado de uma casa depois que seu barco virou.

Os dados são da Defesa Civil.

No Vale do Taquari, os desabrigados são atendidos em 35 abrigos em dez municípios (Arroio do Meio, Colinas, Cruzeiro do Sul, Encantado, Estrela, Lajeado, Muçum, Roca Sales, Santa Tereza e Tquari).

Milei, que detesta Lula e o Papa, é o novo presidente da Argentina. O candidato bolsonarista derrotou o esquerdopata Sergio Massa.

Milei detesta Lula da Silva e o Papa. Durante a campanha, ele chamou ambos de "comunistas".

O candidato de direita Javier Milei, uma espécie de Bolsonaro, será o futuro presidente da Argentina pelos próximos quatro anos. Ele se elegeu com folga no 2o turno, realizado ontem. A Argentina tem 45 milhões de habitantes e 35 milhões de eleitores.

Com 98,21% das urnas apuradas, ele está matematicamente eleito com 55,75% dos votos, contra 44,24% do candidato governista e atual ministro da Economia, o peronista esquerdopata Sergio Massa.

Economista, Milei se caracteriza por ser um candidato antissistema num país abalado por uma grave crise econômica que Massa não controlou, onde a inflação chegou a 142,7% nos 12 meses terminados em outubro. Ele promete dolarizar a economia e extinguir o Banco Central argentino para acabar com a inflação.

Presa política contrai hanseníase

 Post scriptum do depoimento - Nesse mês completo a terceira cartela de tratamento e o médico me falou que a hanseníase também atinge os nervos e percebo que a gente vai perdendo a força das mãos, por exemplo. Não é uma doença fácil. Se eu fico nervosa, começa a coçar e volta tudo, com risco de se espalhar pelo corpo. 

O contágio se dá por gotículas de saliva, mas me disseram que com o início do tratamento já não transmito. Outra coisa: é preciso estar muito fragilizada fisicamente para a pessoa  contrair a bactéria e mantê-la. Em geral o corpo expele. E no meu caso, a doença está no início, com uma carga baixa.

Presa política contrai hanseníase

Ela tem 48 anos, um filho de 20 anos, divorciada e empresária do setor de revestimento de paredes/pisos e colocação de persianas. Ela ficou 15 dias no Presídio Colmeia por ter ido até Brasília. Detalhe: saiu de sua cidade às 17h30 do dia 7 de janeiro em um ônibus que quebrou no meio do caminho. Mesmo sabendo do que aconteceu na Praça dos Três Poderes, o pessoal do ônibus decidiu seguir viagem e a chegada no QG de Brasília foi às 20h40 de 8 de janeiro. Ou seja, muito depois de concretizados os atos de vandalismo.

Somente o filho da patriota sabia que ela tinha ido à manifestação na capital federal, por ter sido uma decisão de última hora, após retornar de férias no litoral. Voltaria de Brasília em três dias. Após ser presa, não conseguiu contato com nenhum dos familiares, nem mesmo com o filho, que só ficaram sabendo de sua prisão com a publicação da lista de presos pelo STF. 

Depois de duas semanas em Brasília, voltou para casa com a tornozeleira eletrônica e todas as limitações impostas pelo STF, e a vida virou de cabeça para baixo: perdeu os serviços contratados, teve que indenizar os 13 funcionários, adquiriu dívidas por não conseguir atender novos clientes, está depressiva ao ponto de pensar em dar cabo de sua vida e descobriu que está com hanseníase, que antigamente era conhecida como lepra. A hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa, de evolução crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Atinge principalmente a pele, as mucosas e os nervos periféricos (braços e pernas), com capacidade de ocasionar lesões neurais

“Saí do Presídio Colmeia em choque emocional. Durante duas semanas fiquei naquele ambiente úmido e com fome, junto às pessoas doentes que não podiam tomar os seus remédios, porque não eram liberados pelo sistema penitenciário. Eu saí do presídio e não percebi nada da doença contraída, hanseníase (lepra). Só em abril apareceu no meu braço uma marca do tamanho de um ovo, perdi a sensibilidade da pele e fui diagnosticada. 

Desde então, faço tratamento com poliquimioterapia, um composto produzido nos Estados Unidos, mas não estou conseguindo melhorar. O médico me diz que preciso de tratamento psiquiátrico, que não posso ficar nervosa, porque é uma doença que ataca os nervos. Se eu ficar calma, tenho mais chance de sarar. Porém, sem tratar o meu psicológico junto, nessa situação em que me encontro de dificuldades financeiras e impedimento de trabalho, será difícil. 

 A doença se manifestou no braço e é como se fosse uma picada de inseto com consequências, como inchaço, e fica uma bola grande. Na sequência se transforma numa rodela grande branca e úmida. 

TRATAMENTO

Além de tudo o que aconteceu em Brasília e a doença, e de todo o meu financeiro bagunçado, a minha cabeça começou a ficar ruim. Não conseguia mais enxergar o final do túnel. Fui à agropecuária e comprei chumbinho. Pensei: “agora vou me matar porque não tem outra solução”. Naquele dia, recebi a visita da minha mãe que está com câncer e ela me disse para não fazer nada que cortasse os dias dela aqui na Terra. Parece que ela sabia que naquele dia eu tentaria me matar. 

O QUE ACONTECEU COMIGO EM BRASÍLIA?

Cheguei em Brasília muito tarde no dia 8 de janeiro, porque o ônibus quebrou no meio do caminho e ficamos um bom tempo em São Paulo. Usei o meu cartão de crédito para comprar um agasalho então é fácil comprovar que eu não poderia fazer parte de qualquer ato de vandalismo, justamente por não estar no local, nem mesmo em Brasília.

Quando descemos no QG, tinha muito movimento de policiais e gente correndo para todo lado. Eu não conhecia as pessoas que vieram da minha cidade e acabei caminhando junto com a moça que se sentou ao meu lado na viagem. Assistimos aquele tumulto da Polícia Federal querendo invadir o QG e o Exército evitando, e parecia que estávamos em segurança. Fomos dormir.

Pela manhã, arrumei a minha mochila e tentei sair do QG, porém um cordão humano formado por inúmeros policiais me impediu. Depois disso, me juntei aos demais e fomos induzidos a entrar em ônibus, desfilamos por toda a Brasília e nos levaram para o Ginásio, com a desculpa de fazer um cadastro. 

Depois que idosos, cadeirantes e mães e filhos passaram pelo cadastro, foi a nossa vez. Era por volta das 3 horas da manhã e o tal cadastro era na verdade uma voz de prisão. Até então não tínhamos entendido que fomos sequestrados lá no QG. A delegada que me atendeu permitiu uma única ligação antes de ser presa e recolher meu celular, então escolhi ligar para o meu filho que, por ser madrugada, não atendeu. 

Fiquei sumida por 10 dias e ninguém sabia de mim. Eu tinha uma empresa e jamais imaginaria que seria impedida de voltar, portanto não tinha definido ninguém para tocar os negócios. 

ALA DELTA

As condições em que vivemos na Ala Delta eram precárias demais. Tínhamos um único tanque para 143 mulheres e servia para tomar água, lavar o que fosse e escovar os dentes. Esse tanque tinha um esgoto entupido e a água voltava pela galeria, chegando até o espaço onde ficávamos, inclusive onde colocávamos os colchões no chão para dormirmos. 

O vaso sanitário não tinha descarga e para usar era preciso limpar antes, pegando um saco plástico para tirar todo aquele resíduo com a mão e colocar no lixo. Quando a gente estava tomando banho, do lado tinha outra pessoa colocando um balde para escorrer aquela água. Se quisesse tomar um banho mais tranquilo precisava pegar a fila às 4 horas da madrugada, porque às 7 horas tínhamos que estar prontas para o “confere” das carcereiras.

Quando chegamos no Colmeia não tinha toalha e nós, mulheres com cabelo comprido, ao tomar banho tínhamos que secar com a camiseta e depois vestir ela molhada. Como não ficar doente? Só depois começaram a trazer os kits de presidiárias. 

Os primeiros oito dias ficamos sem ver o sol, permanecendo o tempo todo num lugar muito úmido e escuro. Muitas conseguiam comer a marmita que era servida duas vezes ao dia, mas eu não. Conseguia comer o melão azedo, depois de passar uma água nele no tanque, e tomar o achocolatado. Quando a fruta era goiaba, ou era podre ou verde, mesmo assim eu comia, pois era melhor do que comer o que estava dentro da marmita.

CALOTE DE ADVOGADO

Quando a minha família leu o meu nome na lista de presos do STF, contratou um advogado que mal me atendia. Cobrava R$ 1.000,00 por visita, mas não aparecia. Só ficaram sabendo disso quando fui liberada e voltei para casa com a tornozeleira. 

Uma das primeiras providências foi indenizar os meus 13 funcionários, pois não tinha como pagar. Tínhamos trabalhos contratados para revestimentos de drywall, piso vinílico e colocação de persianas. Perdi todos, fiquei com os boletos e o nome da empresa sujo. 

Pedi autorização para Alexandre de Moraes para ampliar a minha área de circulação, porque a tornozeleira eletrônica estava impedindo o meu trabalho. No entanto, foi negada, mesmo explicando que sou sozinha e que sou provedora da casa. Além de me manter com limitações geográficas, também implicaram com o uso do meu WhatsApp, porque passei a usar o mesmo número do celular apreendido em Brasília, para tocar o meu negócio. Quando alguns clientes solicitaram orçamento, recebi notificação de Brasília afirmando que eu estava desacatando uma ordem judicial, por usar o WhatsApp. Expliquei e mostrei as fotos do meu trabalho, porque eu dependo do uso de celular e WhatsApp para me comunicar com clientes. 

FALTA DE LUZ

A situação está bem difícil e aconteceu de cortarem a luz aqui em casa. Como preciso carregar a tornozeleira, solicitei uma licença para dormir na casa de minha mãe, mas o pedido foi negado. Só tive uma saída: colocar um rabicho na casa do vizinho para conseguir abastecer a tornozeleira. É muita injustiça!