Missão

 O editor deste blog não está espantado porque nada mais o espanta em relação a esta quadra deprimente da atual vida brasileira, mas assim mesmo não dá para entender por que razão nem uma só linha da velha mídia é dedicada a esta espetacular e corajosa viagem de 12 advogados de presos políticos brasileiros aos Estados Unidos.

Até agora, pelo menos 100 denúncias foram feitas na Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA, tudo para exigir que seja cortado o passo do STF nos escandalosos casos de prisões e julgamentos de presos políticos, mas sobretudo em relação aos atropelos ilegais cometidos contra o devido processo legal, começando pelo cancelamento de prerrogativas dos advogados.

O grupo que está nos Estados Unidos é liderado pela gaúcha Gabriela Ritter e pelos advogados Ezequiel Silveira e Carolina Siebra, já cumprem agenda de denúncias organizada pelo Yes Brasil USA. Na semana que vem, os 12 advogados irão a Washington para repetir as denúncias na OEA, no Congresso e no BAR (a OAB dos americanos).

Não é pouca coisa.

Grêmio, a realidade e a ilusão da realidade, por Facundo Cerúleo

Após o fiasco no sábado, 21/10/23, quarta partida sem vitória com apenas um ponto em 12 disputados, o vestiário do Grêmio tremeu: Luis Suárez fez "cobranças". Em que termos, não sei. A fonte da notícia é Pedro Ernesto Denardin, talentoso narrador que já foi repórter e poderia ensinar aos afoitos moços da imprensa a distinguir notícia de intriga.

O palco era o Morumbi. O Grêmio enfrentava o São Paulo na mais troncha desorganização. Aí, Suárez cobrou uma falta, alçando a bola na área. Mas não era ele quem deveria estar na área e receber o lançamento para tentar o gol? De propósito ou não, fez bem ele em desnudar a baderna. Foi o que pensei na hora. Também previ que os "afoitos" não iam dar tratamento jornalístico ao inusitado da cena. E é óbvio que não deram!

Mas o que é que o Grêmio treina, carambolas? Nem cobrança de falta? Ah, não sobra tempo... É mesmo... Eu tinha esquecido.

Aí o pavor pegou. O próximo adversário era o Flamengo, melhor elenco do Brasil e, para piorar, em ascensão. Ah, mais o vice de futebol, Antonio Brum, deu esperança: assegurou que jogadores e dirigentes fizeram "um pacto". E o Grêmio venceu o Flamengo na Arena. Ele não disse? O pacto funcionou... Agora vai!

O Grêmio perde e não sabe por que perde. Ganha e não sabe por que ganha. É uma instituição que, com uma folha de R$ 12 milhões, tem diretores e comissão técnica com mentalidade de clube de bairro. Faz "pacto", em vez de discutir a qualidade do treino. Se perde é por falta de intensidade, se ganha é por esperteza do técnico. O que fará no próximo jogo, quando não terá a torcida para empurrar o time?

Nada há de novo. Preciso repetir que os clubes se parecem com empresas estatais? Quem manda na coisa não sofre as consequências dos seus erros, o que é um sinal verde para a irracionalidade. Deixa pra lá. 

Dá pena ver um profissional com a estatura de Suárez perdido na várzea que virou o vestiário do Grêmio. Por ser quem mais combinou excelência técnica com profissionalismo numa carreira internacional exuberante, Suárez é simplesmente o jogador de maior envergadura que já vestiu a vitoriosa camisa do "Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense".

Mas o clube, lamentavelmente, jogou no lixo a oportunidade de aproveitar o seu talento. Suárez não terá seu nome ligado a nenhum grande feito do Grêmio. Será só um verbete na história de um clube que murchou ao ser gerido com critérios de simpatia e favoritismo, nada racional. Enfatizo, não é por ele que a história termina tão sombria, mas porque a direção, depois de uma arrancada espetacular, resolveu engatar a ré.

Será que o Grêmio, se, em vez do amadorismo improvisado, contasse com um profissional dirigindo a equipe, teria perdido para os lanternas? Seria ultrapassado por equipes de menor potencial? Será que ficaria, como tende a ficar, fora da Libertadores de 2024?

Acabem com a balela de que a temporada já é um sucesso para um time que veio da segundona e que se manteve no G4 por 17 rodadas etc. Futebol se joga no campo, não no Foro Central! Com atletas, não com advogados: argumentos não ganham título. Já basta de fanfarronice!

O erro cometido pela direção tornou-se irremediável por já não haver mais tempo para mudanças. O que resta é planejar 2024 e fazer diferente.