A Santa Casa de Porto Alegre realizou a primeira captação de tecido musculoesquelético da instituição. Graças a autorização de uma família, que disse “sim” para a doação de órgãos, o procedimento marcou o início de um trabalho que busca ampliar a oferta de ossos para transplante no Rio Grande do Sul.



Como explica o ortopedista Anthony Kerbes Yépez, coordenador da equipe de transplantes musculoesqueléticos da Santa Casa, os ossos podem ser transplantados tanto na forma original como em pequenos fragmentos. Os procedimentos são indicados especialmente para portadores de tumores ósseos, além de pacientes com próteses, que precisam ser trocadas devido ao desgaste do material.


“Iniciamos um importante capítulo não só para a Santa Casa, mas especialmente para os pacientes que necessitam de transplante ósseo. Um trabalho fundamental para ampliar o acesso a esses tecidos, especialmente em casos complexos de revisão de prótese de quadril, joelho e ombro, além do tratamento de tumores ósseos e casos de lesões multiligamentares nas articulações”, explica o médico.


Após a captação, viabilizada pela equipe da Organização de Procura de Órgãos (OPO) da Santa Casa, os tecidos foram enviados para o Banco de Tecidos Musculoesqueléticos (BTME) de Passo Fundo, o único da Região Sul do país, onde serão processados e preparados para o uso em cirurgias ortopédicas e bucomaxilofaciais. “Além de contribuir para abastecer os estoques no Estado, também vamos conseguir ampliar a possibilidade de acesso a esses tecidos e oferecer recursos cada vez mais completos para as cirurgias na instituição”, destaca o ortopedista.


Equipe satélite


Desde agosto, a Santa Casa se tornou a primeira instituição de Porto Alegre e a terceira do Estado a contar com uma equipe satélite do Banco de Tecidos Musculoesquelético, do Hospital São Vicente de Paulo.


Composta por ortopedistas de diferentes subespecialidades, que integram o corpo clínico do serviço de Ortopedia da Santa Casa, a equipe é responsável pela captação desses tecidos tanto na instituição como em alguns hospitais da região metropolitana. Todo o material é encaminhado para Passo Fundo, onde o Banco é responsável pelo processamento, preparo, armazenamento e distribuição dos tecidos ósseos.

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