Eu sei que a grande pergunta no day after, no dia seguinte ao gigantesco ato público deste domingo na Paulista é a mesma grande pergunta que todos se fazem há bastante tempo:
- E agora ?
Ou seja, o que vai acontecer ?
É uma pergunta que vale US$ 1 milhão.
Eu já vou falar sobre isto, mas antes, quero fazer dois registros sobre o que aconteceu neste domingo.
Um ruim e outro bom.
O que vocês preferem saber em primeiro lugar: o bom ou o ruim ?
Eu vou começar pelo ruim, dentro daquela máxima que é sempre preferível começar pela questão ruim, para só então contar a boa.
A ruim foi esta absurda, provocativa e bananeira detenção do jornalista português Sérgio Tavares, que foi solto a tempo dele subir ao palanque de Bolsonaro.
A boa é o tremendo sucesso do ato convocado para a Paulista.
Então, vamos por partes, antes de lembrar para vocês que o ato da Paulista foi chamado para defender o estado democrático de direito. Democrático, senhores, porque estado de direito tudo que ordenamento jurídico contém, até mesmo nas piores ditaduras. O que se quer é o estado democrático de direito.
Foi o mote deste domingo na Paulista.
Isto diz tudo. É o que se defende, porque o que temos, hoje, no Brasil, é uma democracia consentida, fraturada por um consórcio inédito entre o STF e o Governo Federal, tudo para oprimir o povo brasileiro e implementar uma ditadura disfarçada ou plena, como quiserem.
Eu vou voltar a falar isto na parte final deste comentário, mas antes quero falar rapidamente sobre a nota ruim do dia.
Mesmo que o jornalista português Sérgio Tavares tenha sido libertado, depois de retido no aeroporto de Guarulhos para responder "questões", a simples retenção do passaporte e da detenção do profissional representa outro ato de força e de intimidação da Polícia Federal, sempre a mando do ministro Alexandre de Moraes.
O jornalista foi levado à força de Guarulhos para a sede da Polícia Federal em São Paulo. Lá, um advogado voluntário orientou-o a não responder as questões políticas e ideológicas colocadas.
Em qualquer outra data, o ato de força e de intimidação seria inaceitável, mas se tratando da data de hoje, ou seja, do ato público da Paulista, o caso não poderia deixar de viralizar, como viralizou, não apenas nas redes sociais e mídias de todo o mundo, amplificando o tipo degenerado de legalidade consentida que oprime os brasileiros.
Bom, é isto.
Sobre a questão relacionada com o day after, o que posso dizer é que o ato público de hoje foi organizado para chamar o povo às ruas e com sua imensa presença fazer pressão política sobre o Congresso, único dos 3 Poderes ainda permeável à pressão popular e capaz de devolver-lhe o Poder.
Como ?
Iniciando por aprovar anistia ampla, geral e irrestrita para todos os atuais presos políticos e sobretudo para os brasileiros vítimas da opressão judicial do STF, começando pelo caso de Bolsonaro.
Começa por aí.
Anistia, já, ampla, geral e irrestrita.
O resto a gente vê depois, como são os próprios casos dos necessários impeachments de ministros do STF, a começar por A. de Moraes, e do próprio Lula da Silva.
Se alguém fala em pacificar este País, tudo começa por aí, pela anistia ampla, geral e irrestrita, como já provou a história do próprio Brasil.
Neste sentido, o oceano de brasileiros nas ruas e na frente das suas telonas e telinhas, é a demonstração cabal de que este povo já não aceita ser escravo de ninguém.
É isto.