Artigo, especial, Alex Pipkin - Pacto Civilizatório: Justiça, Virtudes e Dignidade

Alex Pipkin, PhD


O Brasil não está diante de um risco de retrocesso; o retrocesso já se instalou. A farsa do suposto golpe de Estado, articulada pelo conluio entre setores do Judiciário e o lulopetismo, dilapidou instituições e violou direitos fundamentais. O STF, ao assumir papel político, perseguiu adversários, implantou censura institucionalizada e corroeu sua credibilidade. Esta crise não se limita ao território nacional, pelo contrário, jornais dos Estados Unidos e da Europa estampam a “ditadura da toga”, mostrando que a Corte brasileira se encontra desmoralizada.

Todos erram — indivíduos e instituições. Reconhecer isso não relativiza crimes; é compreender que a política, por essência, se faz negociando. Aqueles que efetivamente dilapidaram patrimônio público, praticaram violência ou atentaram contra a ordem devem ser punidos com proporcionalidade e segundo o devido processo legal. Não se trata de penas perpétuas, mas de justiça. Quem foi injustamente processado, preso ou condenado por manifestar opinião, discordar ou resistir à farsa política deve ser libertado

Não nos enganemos; temos vícios e virtudes. O prazer pelos erros, a indulgência diante de nossos vícios e a falta de arrependimento são imanentes à natureza humana. Que bom, porém, que as virtudes podem se sobressair. É justamente por isso que precisamos refletir sobre os valores civilizatórios que nos conduzem para o progresso. Eles lembram que a lei, a razão e a dignidade humana são bússolas indispensáveis para transcender impulsos e agir pelo bem comum, mesmo quando o mundo parece inclinar-se para o caos.

A negociação, nesse contexto, é o caminho. O Congresso, legítima voz do povo, deve liderar o diálogo, estabelecendo critérios claros para libertação de inocentes, revisando processos e a aplicação proporcional da lei. Esta via prática representa uma “saída honrosa” para um STF que errou, permitindo-lhe restaurar parte de sua autoridade moral, reconhecer limites constitucionais e preservar a dignidade institucional. Seria um gesto de inteligência política que protege o Estado de Direito e impede que a justiça se transforme em espetáculo ou vingança.

É preciso perceber que a situação atual, com o poder oficial alinhado ao lulopetismo e a um Judiciário parcial, é apenas um momento no tempo. Num futuro próximo, o equilíbrio poderá mudar; o poder poderá se orientar mais à direita. Não se busca substituir uma distorção por outra. Penso que uma negociação estabeleceria regras claras e reforçaria a tese de imparcialidade da lei, assegurando que qualquer mudança futura de poder não se transforme em nova arbitrariedade.

Os valores civilizatórios guiam esta saída. De Atenas herdamos a razão, a clareza intelectual e o debate público; de Roma, a lei universal aplicada de forma imparcial; de Jerusalém, a dignidade humana, a ligação com o divino e o propósito maior, individual e coletivo. Respeitar estes pilares é restaurar o bem comum e o foco na geração de emprego, de renda, oportunidades e prosperidade para todos, acima de qualquer corrente política. É também a forma de amenizar a guerra ideológica que ameaça o futuro das próximas gerações e desvia o foco das questões econômicas e sociais reais.

Que a soberba de “iluministas” e de supostos “semideuses” que acreditam saber o que é melhor para o Brasil dê lugar à lógica, à razão, à justiça e à dignidade humana. Que compreendam, enfim, que nenhum poder se sobrepõe à civilização, à história e aos valores que sustentam a liberdade de todos… a espera de um lapso de dignidade.

Libertar inocentes e punir proporcionalmente culpados é o primeiro passo para restaurar confiança nas instituições, abrir espaço para negociação política e pacificar tensões. A política, conduzida com inteligência e dentro dos limites constitucionais, pode reconstruir credibilidade e orientar o país para seus problemas centrais, não para vinganças ou extremismos ideológicos.

Estar do lado certo da história não é repetir discursos oficiais ou atender a conveniências partidárias. É permanecer fiel à razão, à lei e à dignidade humana; restaurar o Estado de Direito; punir proporcionalmente; libertar inocentes; e proteger a civilização que nos legou Atenas, Roma e Jerusalém. Restaurar a lei, a razão e a dignidade humana não é apenas um gesto moral. 

São os valores que ergueram e sustentam a civilização ocidental e, hoje, são a única bússola para que o Brasil retome o caminho da liberdade, da justiça e do bem comum. Todo o resto é farsa e destruição. 

2 comentários:

  1. Concordo que não se deve negociar com criminosos.
    Quem costuma fazer isso, há muitos anos, é o pt. Basta lembrar que é o partido preferido pelos bandidos, pois impede que sejam aprovadas medidas que combatam a criminalidade.
    No Rio de Janeiro, há anos, proibiram a polícia de utilizar helicópteros nos morros, exceto com autorização judicial. Depois disso, diminuíram as prisões e a bandidagem comemorou.
    Ainda há poucos dias, o lula foi com sua mulher, a esbanja, visitar a favela do Moinho, no centro de SP. Dias depois, a polícia prendeu a líder da comunidade, na verdade, uma traficante conhecida que estava forçando pessoas inocentes a fazer protestos contra as ações policiais. Lembrando que a visita da comitiva à favela foi agendada com antecedência por assessores da presidência.
    Tem muitos outros exemplos que não cabem neste espaço.
    Quanto à anistia: a esquerda agora combate, mas ganhou anistia dos militares em 1979 e ainda recebe até hoje indenização pelo tempo que ficaram presos.
    Será que os guerrilheiros do Araguaia, MR-8 e outros tantos esquerdistas estavam lutando pela defesa da democracia? Ou queriam implantar aqui o modelo cubano?

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  2. O anônimo, certo o é, por modéstia! Seu comentário esplêndido; comedido e verdadeiro!

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