Opinião, Luciano Zucco - O Brasil não tem por que entrar na guerra nuclear

 A Oposição recebe com enorme preocupação e indignação a declaração feita pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, de que o Brasil “pode precisar de defesa nuclear, caso o mundo continue como está”.


O Brasil é signatário do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP) e, ao longo de décadas, construiu uma posição internacional sólida de utilizar a energia nuclear exclusivamente para fins pacíficos. Uma fala dessa natureza, vinda de um ministro de Estado, é de extrema gravidade e coloca em risco a imagem e os compromissos diplomáticos assumidos pelo país.


Num momento em que já enfrentamos o rompimento de relações com os Estados Unidos e um estremecimento completo com nações parceiras, essa declaração irresponsável pode servir de combustível para que o Brasil seja alvo de novas sanções internacionais, não apenas por parte dos EUA, mas também da União Europeia e de todos os países que detêm a tecnologia nuclear.


O exemplo recente do Irã é um alerta: o país sofreu sanções pesadíssimas e, por último, até mesmo um ataque direto dos Estados Unidos às suas instalações nucleares, justamente porque sua inteligência indicava que Teerã estaria a um passo da bomba atômica. Colocar o Brasil no mesmo caminho é um erro histórico que pode custar muito caro à nossa economia, à nossa diplomacia e à nossa soberania.


Não podemos permitir que um ministro do governo Lula, por bravata ou despreparo, exponha o Brasil a riscos econômicos, diplomáticos e estratégicos dessa magnitude.


A Oposição já está atuando para apresentar requerimentos de convocação do ministro Alexandre Silveira, tanto na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) quanto na Comissão de Segurança Pública, para que ele dê explicações urgentes sobre suas declarações, que podem comprometer a credibilidade e a segurança nacional do Brasil.


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