A indústria automotiva: veículos e autopeças representaram mais de 40% de todas as exportações brasileiras ao mercado argentino nos nove primeiros meses de 2025. O impacto ao comércio bilateral pode ser significativo.
O acordo de comércio e investimentos Estados Unidos-Argentina, anunciado no final da semana passada, contém este elemento de forte preocupação para o governo brasileiro:
- A presença de veículos automotores na lista de setores nos quais produtos americanos terão "acesso preferencial" ao mercado argentino.
Acesso preferencial significa tarifas de importação menores. No caso do Mercosul, as alíquotas são aplicadas de forma conjunta pelos quatro países do bloco -- Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.Os veículos automotores -- carros e utilitários -- têm uma TEC (Tarifa Externa Comum) de 35%, nível mais alto de proteção contra concorrentes importados.
Os sócios do Mercosul têm direito a uma lista de exceções à TEC -- 150 ao todo, no caso de Brasil e Argentina. Ao incluir determinado produto nessa relação, pode-se aplicar uma tarifa maior ou menor, mas sem seguir os demais países do bloco.Na avaliação de autoridades em Brasília, essa seria uma saída para Buenos Aires reduzir as tarifas sobre carros americanos, mas sem ferir regras do Mercosul.
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