Adão Paiani, advogado, ex-Ouvidor da Secretaria da Segurança Pública - Às armas, cidadãos !

Tenho falado reiteradamente que estamos vivendo uma situação em que a única saída ante a espiral de violência e carnificina nas ruas do Brasil é a desobediência civil.

A justificativa não poderia ser mais óbvia: a vida é o bem maior a ser protegido. Como o Estado não tem condições de oferecer um mínimo de segurança aos cidadãos, esses próprios possuem total legitimidade para fazê-lo.

Nossa sociedade foi estruturada sob um pacto social: o cidadão abre mão da auto-tutela, ou seja, do exercicio privado das proprias razões, e a deposita nas mãos do Estado, que assume a responsabilidade de zelar pela sua segurança.

Quando o Estado, unilateralmente, descumpre sua parte, se negando ou não conseguindo prestar segurança,  o pacto está rompido; não pelo cidadão, mas pelo próprio Estado.

A posição do Estado brasileiro; ao mesmo tempo em que não consegue oferecer condições mínimas de segurança aos cidadãos também os impede de exercer a legítima defesa, além de irracional, é abusiva e ilegal, à luz, inclusive, da legislação e dos tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário.

Não é uma questão teórica. É uma possibilidade real e um dever de cada cidadão brasileiro. Desobedecer uma lei injusta, abusiva e ilegal, que é o Estatuto do Desarmamento.

O Projeto de Lei 3722, do Deputado Rogério Peninha Mendonça há anos tramita na Câmara dos Deputados, tendo passado por todos os trâmites regimentais, inclusive por uma Comissão Especial que, após meses de discussões, finalmente chegou a um texto final de consenso.

O projeto está pronto para discussão e votação em plenário há mais de um ano, mas tem sido sistematicamente bloqueado pelas bancadas dos partidos  de esquerda, aí incluídos PSDB e parte do PMDB.

O Legislativo não vota a matéria, o Executivo não consegue oferecer segurança e ao mesmo tempo desarma o cidadão.

O Estado brasileiro não possui condições morais para condenar alguém por exercer o universalmente reconhecido direito a vida, e se o fizer, que se acione os organismos internacionais.

Qualquer prisão motivada pela desobediência a uma lei injusta e irracional seria uma prisão política.

Além do mais, faltariam prisões para abrigar a todos. Esse é o sentido e a força da desobediência civil.

Portanto eu defendo: desobedeça, arme-se, defenda a sua vida e de sua família.

O blog e a tua credibilidade podem ter um papel nessa idéia.



Artigo – Adão Paiani: Segue a matança

Artigo – Adão Paiani
SEGUE A MATANÇA

Doutorando  em Física da UFRGS é assassinado Ana Zona Norte de Porto Alegre por demorar em entregar mochila a assaltantes.

Tenho falado reiteradamente que estamos vivendo uma situação em que a única saída ante a espiral de violência e carnificina nas ruas do Brasil é a desobediência civil.

A justificativa não poderia ser mais óbvia: a vida é o bem maior a ser protegido. Como o Estado não tem condições de oferecer um mínimo de segurança aos cidadãos, esses próprios possuem total legitimidade para fazê-lo.

Nossa sociedade foi estruturada sob um pacto social: o cidadão abre mão da auto-tutela, ou seja, do exercicio privado das proprias razões, e a deposita nas mãos do Estado, que assume a responsabilidade de zelar pela sua segurança.

Quando o Estado, unilateralmente, descumpre sua parte, se negando ou não conseguindo prestar segurança,  o pacto está rompido; não pelo cidadão, mas pelo próprio Estado.

A posição do Estado brasileiro; ao mesmo tempo em que não consegue oferecer condições mínimas de segurança aos cidadãos também os impede de exercer a legítima defesa, além de irracional, é abusiva e ilegal, à luz, inclusive, da legislação e dos tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário.

Não é uma questão teórica. É uma possibilidade real e um dever de cada cidadão brasileiro. Desobedecer uma lei injusta, abusiva e ilegal, que é o Estatuto do Desarmamento.

O Projeto de Lei 3722, do Deputado Rogério Peninha Mendonça há anos tramita na Câmara dos Deputados, tendo passado por todos os trâmites regimentais, inclusive por uma Comissão Especial que, após meses de discussões, finalmente chegou a um texto final de consenso.

O projeto está pronto para discussão e votação em plenário há mais de um ano, mas tem sido sistematicamente bloqueado pelas bancadas dos partidos  de esquerda, aí incluídos PSDB e parte do PMDB.

O Legislativo não vota a matéria, o Executivo não consegue oferecer segurança e ao mesmo tempo desarma o cidadão.

O Estado brasileiro não possui condições morais para condenar alguém por exercer o universalmente reconhecido direito a vida, e se o fizer, que se acione os organismos internacionais.

Qualquer prisão motivada pela desobediência a uma lei injusta e irracional seria uma prisão política.

Além do mais, faltariam prisões para abrigar a todos. Esse é o sentido e a força da desobediência civil.

Portanto eu defendo: desobedeça, arme-se, defenda a sua vida e de sua família.

Mais segurança, por favor

Mais segurança, por favor
O estudante Masahiro Hatori é a sexta vítima de latrocínio em Porto Alegre em 2017. Significa que a cada 10 dias deste ano recém-iniciado uma pessoa foi morta por ladrões que queriam roubar um carro, uma mochila ou um simples telefone celular

Um dia é a comerciante que espera um filho na frente de uma escola particular. No outro, a ex-rainha de bateria que aguarda a filha na saída de uma aula de música e se atrapalha ao tirar o cinto de segurança. Em um terceiro, o coronel da reserva que, ao ser abordado, levanta as mãos em sinal de rendição e é abatido. Na sexta-feira, foi um jovem de 29 anos, prestes a concluir o doutorado em Física pela UFRGS, a vítima da violência cotidiana que transformou o Rio Grande do Sul num Estado em que passamos a ter medo de viver. Porto Alegre, a Capital, é um porto triste.
Masahiro Hatori foi morto porque demorou a tirar das costas a mochila que carregava. Dentro, havia roupas, uma carteira com documentos e R$ 16. Os tiros destroçaram uma família de Estrela e mataram no nascedouro a família que Hatori planejava formar com a noiva, testemunha da barbárie. A ela foi entregue, no Hospital Cristo Redentor, a aliança que o estudante usava. 
O detalhe da aliança pode parecer irrelevante diante do tamanho da tragédia, mas é importante para dar humanidade às estatísticas que atestam o crescimento da violência. Um jovem promissor, que teria muito a dar à sociedade com suas pesquisas, tombou na Rua Joaquim Silveira, bairro São Sebastião, zona norte de Porto Alegre. Um jovem com raízes em um dos países mais civilizados e seguros do mundo, o Japão, foi baleado na cabeça.
Nessa estatística macabra, Hatori é a sexta vítima de latrocínio em Porto Alegre em 2017. Significa que a cada 10 dias deste ano recém-iniciado uma pessoa foi morta por ladrões que queriam roubar um carro, uma mochila ou um simples telefone celular. 
Em 2016, Porto Alegre registrou 778 assassinatos. Destes, 34 foram catalogados como latrocínios. Em uma capital com 1,4 milhão de habitantes, 778 assassinatos em um ano é assustador. É mais gente do que cabe no maior avião comercial em operação no mundo, o Airbus A-380. As 34 vítimas de latrocínio enchem um ônibus. Na Capital, foram no mínimo 165 homicídios e cinco latrocínios em janeiro e fevereiro. Março começou mal.
E o que diz o governador José Ivo Sartori? Nada. É como se o tema não lhe dissesse respeito. O que diz o secretário da Segurança, Cezar Schirmer? Que é constrangedor, desanimador, lamentável. Que os bandidos estão se matando em disputas por pontos de tráfico de drogas e que, às vezes, acaba sobrando para os inocentes. Que a droga é a origem do avanço da criminalidade. 
Schirmer mantém a promessa de que 2017 será o ano da segurança no Rio Grande do Sul – imagine se não fosse. E acena com a nomeação de novos brigadianos (em número inferior ao dos que se aposentam, porque o Estado não tem dinheiro), um reforço da Força Nacional de Segurança, a ajuda do Exército para patrulhar o Parque da Redenção e a conclusão (sabe Deus quando) do Presídio de Canoas para resolver em parte o colapso do sistema prisional, origem de boa parte do problemas da segurança no Estado. 

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O Campo da comunicação, Por Luis Milman

O Campo da comunicação,

Por Luis Milman


Duvido que haja um estudante de comunicação capaz de discorrer por 15 minutos sobre o conteúdo dos seus estudos sem deixar quem o ouve estarrecido. Se articula algo similar a um balbucio, é só sobre alguma porcaria qualquer. Lecionei semiótica e filosofia da linguagem na PUCRS, UCS e UFGRS durante anos. O que mais se encontrava eram alunos que não queriam estudar nada, e professores que não tinham a menor ideia do que ensinar, As relações professor-aluno eram meramente recreacionais e isto em sala de aula. Os estudantes de jornalismo apenas sonhavam erm chegar logo às disciplinas práticas, para que pudesssem brincar de jornalista na frente de um computador. Abominavam qualquer aproximação teórica dos problemas ou autores densos. Saiam da faculdade sem qualquer formação e alguns se candidatavam aos cursos de pós-graduação, onde a enganação continuava até a obtenção por eles de títulos de mestres e doutores. É um processo que consagra a mais pedestre atividade acadêmica, regada a muito consumo de maconha nos diretótios estudantis dominados pelos petistas e psolistas.. Ao lado da FABICO, havia uma vila, a Planetário,para a qual os estudantes acorriram para se abastecer de drogas junto aos traficantes locais, E não eram poucos que compareciam às aulas chapados, literalmente. Desafio, assim, qualquer pessoa a me apontar uma dissertação de mestrado ou tese de doutorado produzidas em escolas de comunicação no país que possuam valor acadêmico-científico aceitável. Esse setor da Universidade é de uma nulidade intelectual devastadora e só serve para divulgar ideias mascadas de franceses esquerdistas de quinta categoria, como Badiou e Mafesoli, todos pós-modernos, o que, por si só, já é estrume intelectual.
Aliás, sobre a influência do pensamento francês e seus desdobramentos desde a revolução de 1789 junto aos meios esquerdistas, comparados com a influência e a maturação das concepções da revolução americana, sugiro a leitura do excelente livro “Sister Revolutions French Lightning, American Light”, da historiadora americana Susan Dunn. Dá para entender, depois da leitura, porque os epígonos Mafesolli, Foucault, Sartre, Derrida e Lacan formam, com a Escola de Frankfurt, e com um conspurcado Benjamin em versão adolescente, a lista de autores apresentados a alunos desfibrados de inteligência, como figuras exemplares do pensamento contemporâneo. Tudo isto temperado com a cartilha petista, que orienta ideologicamente a grande maioria dos professores, com um pitaco de Trotsky, outro de Rosa de Luxemburgo. Tudo para que os doutos, digamos assim, introduzam de forma beningna, nos alunos, ideias de um comunismo generoso e, obviamente fraudulento. Sobre este império da mediocridade moral e intelectual nos cursos de comunicação, devo fazer justiça a uma exceção que confirma a regra geral: trata-se do professor Francisco Rudiger, que leciona na PUCRS e na UFRGS. Ele é um intelectual de primeira grandeza. Há anos Rudiger desafia, com seu rigor filosófico, capacidade de análise, coragem pessoal e grande capacidade de produção intelectual, o universo de nulidade que se autodenomina o “campo da comunicação”.
A FABICO (UFRGS) e FAMECOS (PUCRS) são centros de mediocridade e impostura e nada do que produzem serve para a área de ciências humanas. Por isso, seriam fechadas se, submetidas, por amostragem de sua produção, ao crivo analítico de comissões de avaliação sérias. A CAPES e o CNPQ ,os órgãos estatais de fomento à pesquisa, especificamente nesta área de comunicação, são dominadas por panelinhas de doutores incapazes de discorrer sobre questões sérias de teoria da linguagem, como semântica, sintaxe e pragmática, economia, sociologia, teoria literária ou história. O tal estudo da mídia que exercitam só cria gerações de imbecis com titulação acadêmica, que se substituem uns aos outros como professores membros das comissões colegiadas e subvencionadas de apoio às pesquisas, que liberam verbas para a produção de trabalhos de professores e bolsas de mestrado e doutorado para as escolas de comunicação. É o financiamento público da idiotia.
O caso da ocorrência de plágios na pós-graduação é mais degradante ainda. Os estudantes, na sua grande maioria, não tem ideia alguma sobre o que fazer nas suas dissertações e teses, porque não há conteúdo qualquer ensinado nos cursos de pós-graduação. Assim, seguem as orientações de seus professores e optam por escreverem coisas como “o jornalismo na era da informática”, “as mídias sociais e as novas recepções”, “a análise do discurso em tal ou qual situação” ou ainda “O Conceito de aura em Walter Benjamin” e por aí vai, tudo verborragia inútil paga com o dinheiro público, puro lixo que sequer pode ser usado como material bruto de pesquisa, a não ser aquela que pretenda revelar o quão indigente é o tal campo da comunicação. Este material todo forma um arquivo em bibliotecas sebentas que ninguém consulta. Ele constitui um acervo para pesquisa daquilo do que é mais degradante em instituições de ensino superior. E como as inteligências da ECA,(USP) da FABICO e da PUCRS abrem a possibilidade de que, na comunicação, sejam apresentados trabalhos de autores de outras áreas, por absoluta falta de referência intelectual nos estudos teóricos sobre a mídia, aí o plágio domina tudo, porque os alunos e os professores orientadores não leem nada de autores consagrados em filosofia ou ciências humanas. Resumindo: é um chiqueirão intelectual, acompanhado de uma pompa vicária, característica daquilo do que os coronéis deste emporcalhamento universitário chamam de “o campo da comunicação”, que, em verdade, deveria ser chamado de campo de abjetas nulidades.