Análise, Marcus Gravina - Trump pode ser eleito mesmo preso. E governará de dentro da cadeia ?

Donald Trump foi condenado à prisão pelo júri e o juiz do feito irá fixar a pena a ser cumprida.

A lei de lá não exige "ficha limpa" para concorrer,  em novembro, a presidente dos EUA, mesmo que tenha sido condenado e esteja preso.

Se forem confirmadas as pesquisas, que lhe são favoráveis, será eleito e proclamado vencedor. Daí haverá um fato inédito. 

De onde governará? Do presídio?

Assinar o próprio indulto é impossível. Até hoje o indulto  cabe a terceiros. Não poderá decretar a sua liberdade.

Restará a ser resolvido um caso inusitavel, sem precedente.

No entanto se vier a ser eleito presidente - diante do pleno conhecimento público do processo instaurado contra ele, se estará frente a um impasse a ser desvendado.

A eleição irá criar um direito constitucional de indiscutível hierarquia, face ao peso da escolha da maioria dos cidadãos daquele país, baluarte do Estado Democrático de Direito, com toda a garantia constitucional conferida ao povo,  em sua maior manifestação política, o voto. 

A próxima eleição terá o efeito plebiscitário: cumprir ou não a penalidade de um insignificante número de pessoas influenciáveis ou a decisão de milhões de eleitores.

Cabe aos juristas americanos  encontrarem uma resposta:  o quê vale mais o voto de quem escreveu a Constituição dos EUA,  ou decisão do judiciário?

Diferentemente, do art.II, Seção 4 da Constituição dos EUA  os supostos crimes não foram cometidos durante o mandato mas, antes da eleição. 

"O Presidente, o Vice-Presidente e todos os funcionários civis dos Estados Unidos serão afastados de suas funções quando indiciados e condenados por traição, ou crimes graves."

Aqui no Brasil o candidato foi tirado do presídio onde esteve condenado em três instâncias do judiciário para ser nomeado, depois de um suspeito processo eleitoral,  presidente da República.

Nenhum comentário:

Postar um comentário