Tenho dois palpites: o Internacional não será rebaixado e os colorados não vão aprender com o que está passando. Nem os gremistas vão tirar uma lição do que acontece com o próprio clube nem com o coirmão, mas isso já é um terceiro ponto, que não é o assunto deste comentário.
A situação do Inter é dramática e talvez o mais grave seja o ânimo do time, que parece já não acreditar em si mesmo nem usar o seu potencial, grande ou pequeno. Aliás, é pequeno, um grupo mal-formado, fruto óbvio da falta de planejamento. Mas conta a seu favor, que seus concorrentes sejam muito ruins. Nem vou falar da esquisitice de dois treinadores na casamata. Todo mundo sabe, ou deveria saber, que duas cabeças juntas... fazem mais m**** que uma só. Apesar disso, com muito sofrimento, o Internacional vai escapar do rebaixamento.
Aí tem a sociologia da coisa. Terminado o sofrimento atual, a massa vai, sob efeito do alívio, esquecer. É parecido com o sujeito que tem uma tremenda dor de barriga, procura desesperado um sanitário, encontra e vê que ainda tem que entrar numa fila. É sofrido, mas chega o momento do alívio e o que passou é esquecido. Fico por aqui, nas comparações...
Então dá para prever a amnésia colorada após escapar do rebaixamento. Quanto custa hoje a folha do clube? Quantos técnicos o Internacional teve nos últimos cinco anos? E quantos milhões o clube gasta por mês só com parcelas de multas por ter demitido treinadores? E não é estranho que o pessoalzinho da imprensa não se ocupe desse detalhe?
Outra coisa, o alívio vai anestesiar as consciências e ninguém vai se lembrar de que esta direção tentou transformar o Internacional em um aparelho socialista. A coluna já falou disso, leia aqui:
Ou seja, todos esses assuntos, inclusive a utilização do clube para fins de política partidária, logo serão coisa do passado e os colorados vão estar prontos para repetir os mesmos erros.
Com o Grêmio ocorreu coisa parecida. Depois de Romildo Bolzan haver tido uma gestão simplesmente brilhante, recuperando as finanças do clube, a política partidária entrou em cena: o Grêmio passou a ser útil para o projeto político do presidente e acabou rebaixado. Alguém (vermelho ou azul) aprendeu? Colorados poderiam ter aprendido com as burrices do coirmão, mas está visto que não aprenderam. Quando um clube é usado para atender interesses particulares, o fracasso está próximo.
No entanto, a massa, de qualquer bandeira, tem especial apreço por tipos fanfarrões, por políticos que falam muito de si mesmos e pouco do que a realidade impõe, a massa acredita em discursos populistas e
adora quem alimenta seus sonhos delirantes com promessas tão grandiosas quanto irreais. A única certeza é que Internacional e Grêmio, a cada tanto, vão ter um aventureiro na direção.
Mas será que estamos de fato condenados a seguir sempre esse roteiro do atraso? Talvez não. A amnésia, tal como é referida aqui, é uma escolha, porque qualquer um, querendo e com algum esforço, pode superar o efeito manada não sendo só mais um na massa e pode usar a cabeça para outra coisa que não seja apenas separar as orelhas.
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